SADE
Título: SADE (Conrad
Editora) - Edição especial
Autor: Senno Knife (texto e arte).
Preço: R$ 13,90
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Abril de 2006
Sinopse: A edição traz cinco histórias eróticas: A Noite do Baile de Máscaras, Uma História Trágica e Justine são baseadas em contos do Marquês de Sade.
Já A Casa das Atrocidades é dos Irmãos Grimm; e A História de O, de Pauline Réage.
Positivo/Negativo: Sade é um pequeno álbum de mangá erótico em preto-e-branco. O título é uma homenagem ao famoso Marquês que, junto com Leopold Ritter von Sacher-Masoch, batizou o sadomasoquismo.
Embora só três dos contos sejam derivados de obras de Sade (e nenhum de Masoch), sua valorização da violência como modo de se obter prazer sexual acaba servindo de norte para as cinco histórias.
É como se o Marquês fosse o padrinho de Senno Knife na empreitada.
A linguagem de mangá, um fetiche por si só, acaba sendo uma grande ferramenta para Knife destacar o lado erótico de seu trabalho. Embora seu traço seja bastante tradicional - rostos finos, narizes e bocas pequenas, olhos grandes e brilhantes, trajes com excessos -, isso acaba funcionando a favor do clima das HQs.
O resultado é mais suave que um Sade, mas mais perverso que um mangá erótico convencional.
Claro que as histórias de Sade têm seu apelo, em especial, a clássica Justine - em que duas irmãs, Justine e Juliette, se tornam as responsáveis pela eclosão da Revolução Francesa.
Mas a maior atração da revista são os dois contos de outros dois autores. A homenagem aos Irmãos Grimm, imortalizados como contadores de fábulas infantis, recupera uma faceta de sua obra que fica debaixo do tapete.
A trama mescla elementos de A Bela e A Fera com O Prisioneiro da Máscara de Ferro em um ambiente de intenso contraste entre dominação e entrega.
A História de O também tem sua graça, principalmente para evocar a versão realizada pelo mestre italiano Guido Crepax, em 1975. Senno Knife perde na comparação tecnicamente, mas a história ganha pontos ao apresentar uma versão japonesa, enriquecendo ainda mais a obra de Réage.
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