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Reviews

Saga – Volume Cinco

21 dezembro 2018

Saga – Volume CincoEditora: Devir – Edição especial

Autores: Brian K. Vaughan (roteiro), Fiona Staples (arte) – Originalmente publicado em Saga # 25 a # 30 (tradução de Marquito Maia).

Preço: R$ 69,00

Número de páginas: 152

Data de lançamento: Junho de 2017

Sinopse

Enquanto Gwendolyn, Sophie, a Gata da Mentira e A Mácula arriscam suas vidas na procura de uma cura para O Querer, Marko faz uma incômoda aliança com o Príncipe Robô IV para ajudá-lo a encontrar seu herdeiro raptado, que está preso num estranho mundo com novas e terríveis ameaças.

Ao mesmo tempo, Alana tenta proteger a pequena Hazel do androide renegado Dengo, terroristas chegam e acordos são iniciados.

Positivo/Negativo

Nessa altura, quem acompanha Saga sabe muito bem que Vaughan e Staples colocam conflitos e dramas que vão além dos maniqueísmos assépticos bem naturais do gênero de sci-fi. Um exemplo de impacto é uma página dupla que envolve um gigantesco (e saliente) dragão macho.

Esse lado nonsense latente na série pode ser encarado como “choques baratos”, sem propósito ou de mau gosto, mas isso é nada mais, nada menos que o autor respeitando e homenageando (da sua maneira particular) a rota estelar novelesca e “exagerada” da space opera.

O que tem de cômico segue de impacto também no drama pelas perdas de personagens no meio do caminho. Tão rápido quanto as boas ações de criaturas que não pareciam inclinadas para tal.

O roteirista equilibra bem nas passagens das três frentes narrativas, sempre dando espaço para toda a gama de personagens e seus objetivos, dilemas, alianças forçadas e decisões.

Inclusive, tem momentos para contar um pouco mais sobre outros temas que são primordiais para o avanço da trama, como o conflito secular entre Aterro e os habitantes do seu único satélite, Grinalda.

Assim como colocar características mundanas na trama, Vaughan usa como modelo os motivos e anseios dos mais variados quando se entra em guerra, até mesmo a plena alienação de quem acha que não é afetado.

Interessante observar como cada um deles se move fora do que era colocado como “comodidade” até certo ponto. O que o pacifista Marko reprovava em si e na “fuga” usada por Alana – que criticava veemente antes da separação – tem uma nova perspectiva em sua busca pela família.

Esse mesmo sentimento implacável de procura pelo que se ama (ou pelo que se materializa em um amor ainda não desfrutado) faz hastear de maneira sazonal a bandeira branca da trégua, como a colocada entre Marko e o Príncipe Robô IV.

São ações ao longo dos capítulos que mostram o quanto são mais complicados as intenções e índoles de cada um dos envolvidos, o que deixa tudo mais imprevisto para uma leitura igualmente mais sedutora.

A sagacidade do humor e dos diálogos se equilibra com o propósito de grupos violentos que nasceram no seio de uma guerra, assim como a presença do grotesco e do teor sexual que começa a virar algo “normal” no contexto da ficção científica.

A inserção de uma nova ameaça serve mais para avançar a história do que aprofundar outras questões ou personagens que são afetados diretamente pela aparição. Da mesma maneira episódica é a busca da cura para o mercenário O Querer.

Esses pontos mais frágeis não comprometem a narrativa, rendendo boas surpresas e novas “deixas” para serem desenvolvidas mais adiante. Afinal, Saga ainda tem a carapaça divertida de ser space opera.

Instantes como a de uma negociação, por exemplo, é uma forma de o roteiro fazer a diferença e “puxar” a história para a crueldade imutável da guerra, na qual os objetivos comuns de supostos aliados podem vir abaixo para o “bem maior”. A mesma meta que era perseguida pela parte menos favorecida. O que prevalece? O egoísmo da sobrevivência ou o simbolismo do sacrifício?

Bem à vontade na série, a arte da Fiona Staples permanece limpa, expressiva e bem fluída na sua leitura visual. Ela pode fazer tanto sequências singelas, quanto momentos violentos e bizarros.

O gancho que a dupla de criadores tenta buscar em cada capítulo tem seu maior êxito no final deste volume. Pelo recurso que o autor coloca, a curiosidade de saber como ele vai arregimentar a sequência fala mais alto.

Bem como as demais, a edição da Devir tem capa dura, formato 18,4 x 27,2 cm, papel couché com boa gramatura e impressão. Uma curiosidade é que este volume, assim como o primeiro, tem uma lombada quadrada (diferente dos demais, arredondados).

Classificação:

4,0

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