Saga – Volume Seis
Editora: Devir – Edição especial
Autores: Brian K. Vaughan (roteiro) e Fiona Staples (arte) – Originalmente publicado em Saga # 31 a # 36 (tradução de Marquito Maia).
Preço: R$ 69,00
Número de páginas: 152
Data de lançamento: Julho de 2018
Sinopse
Depois de um dramático salto temporal no volume anterior, Hazel inicia a aventura mais empolgante de sua vida: o jardim de infância.
Enquanto isso, seus pais também aprendem duras lições por conta própria, ao mesmo tempo em que estão atrás do paradeiro da sua filha. Os jornalistas Upsher e Doff estão de volta ao caso e, em tempos difíceis, novas amizades são feitas.
Positivo/Negativo
Uma surpresa ou algo inusitado sempre é esperado na abertura e no desfecho de cada capítulo da saga de Vaughan e Staples. Virou quase um “bordão” ou uma marca registrada na série.
O roteirista gosta de dar seus pulos, os temporais. Cava alguns hiatos que não parecem fazer falta, como se a vida seguisse mesmo com a constante daquela problemática. Vez por outra, ele prepara para um novo salto, como o apresentado nesta edição, chegando um pouco mais longe.
É nesse passo depois de uma breve carreira que encontramos a pequena Hazel – agora com quatro anos de idade – confortavelmente soltando a imaginação nas aulas, encarcerada em um centro de detenção da Coalizão para “inimigos não combatentes” com a sua avó paterna.
Durante a leitura, é visível um ritmo mais pausado em relação ao frenesi das edições anteriores. O que não tira os ganchos bem colocados e as aberturas desconcertantes de cada capítulo, apesar de eles serem bem mais “tradicionais” (para não dizer “triviais”) do que os de costume.
Sempre há espaço para uma discussão de relacionamento básica (a famosa DR) entre Marko e Alana (com um visual meio hipster), inclusive remetendo aos momentos barra-pesada do convívio dos dois. Apesar de um ou outro gesto laudatório, não se sabe se a união do casal tem como argamassa a procura pelo paradeiro da filha.
Enquanto se avança na missão, alguns personagens reaparecem, como o mercenário O Querer, visivelmente debilitado psicologicamente, o casal de jornalistas Upsher e Doff, que enfim saem do ócio (repare que um deles ganhou até uns quilinhos nessa parada não programada) e uma aparição relâmpago da babá fantasma Izabel, mais para servir de deus ex machina.
Mesmo tendo uma estrutura de space opera, há dúvida sobre quais personagens vão continuar vivos ou até quais as ações e reações deles. Um exemplo é a introdução da professora da Hazel. Vaughan orquestra um suspense quando a pequena julga o caráter da pedagoga.
Apesar da importância no conjunto, o roteirista ainda está devendo uma profundidade maior no Príncipe Robô IV, principalmente com os seus dilemas, eventuais coalizões e encruzilhadas que veem passando ultimamente.
Na outra ponta da autoria, os desenhos da Fiona Staples continuam traduzindo muito bem o espírito da série, sempre com dinamismo, leveza e criatividade no design espacial. Ela sempre passa a segurança da identidade visual constante e dos trejeitos dos personagens, independentemente do quanto escatológico ou impactante a cena exija.
No final de tudo, com todas essas criaturas alienígenas, tecnologia, saltos temporais, reviravoltas e ganchos, Saga nada mais é que uma história de uma família. Esse é um dos fatores cruciais para ser um enredo no qual os leitores se identificam pela proximidade desses temas mais banais e de cotidiano.
Pelo jeito, esta edição da Devir constata que foi adotada a lombada quadrada (depois de dois volumes inexplicavelmente com a arredondada). Saga tem capa dura, formato 18,4 x 27,2 cm, papel couché com boa gramatura e impressão. Como extras, alguns esboços da desenhista e uma capa dupla variante.
Com a “pausa por tempo indeterminado” anunciada no primeiro semestre do ano passado, o Brasil se alinhou com as coletâneas norte-americanas, cujo volume mais recente gringo é o nono.
Classificação:
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