Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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SAMURAI EXECUTOR # 8

1 dezembro 2008


Autores: Kazuo Koike (texto) e Goseki Kojima (arte).

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 384

Data de lançamento: Janeiro de 2008

Sinopse: O oitavo e último volume de Samurai Executor tem oito histórias:

Tambores de despedida - Num dia de calor excruciante, em que a prisão está à beira de um colapso, sai o anúncio de que um prisioneiro será executado.

Expressões da vida e da morte - Homens assistem e reagem a uma execução.

Indícios de outono - Numa pescaria, um velho mostra a Asaemon Yamada os limites da vida e da morte.

As balsas de Gyotoku - Uma condenada pede ao Samurai Executor que entregue seu cabelo a um barqueiro.

Casal de jittemono - Shinko vira jittemono e passa a atuar ao lado de seu marido, Sakajiro.

Junte os dois e não sobrará nada - Shinko e Sakajiro quase perdem um prisioneiro por conta de uma brincadeira.

Tosse - Uma epidemia de tosse toma conta de Edo.

Unhas do sexto dia - Uma condenada pede para cortar as unhas antes de morrer.

Positivo/Negativo: É bastante peculiar a forma como Samurai Executor chega ao seu final.

Por um lado, o protagonista estava perto de atingir seu limite. Pior: de saturar. Os dilemas de Asaemon Yamada já tinham começado a se repetir. Ao mesmo tempo, sua carapaça nobre e seu status de samurai davam pouca margem de manobra para o roteirista jogar tudo fora e começar de novo.

Sem entrar em detalhes para não estragar a surpresa de ninguém, a trajetória do Samurai Executor acabou na hora exata, com a pronúncia de uma palavra perfeita, em um dos momentos mais sublimes de toda a série.

Ao mesmo tempo, porém, houve um fenômeno interessante e fascinante acontecendo paralelamente à história do Kubi-Kiri: o crescimento de um casal de coadjuvantes que deu as caras no quinto volume do mangá. Shinko, a Kappa, e Sakajiro já nasceram em aventuras que se destacaram dentre as demais, mas evoluíram tanto na segunda metade da série que, tivessem surgido mais cedo, poderiam ser as estrelas da obra de Koike e Kojima.

Enquanto as histórias solo do Samurai Executor se tornaram breves contos reflexivos e poéticos, o casal desenvolveu carisma para dar e emprestar ao taciturno e rígido Asaemon. Em especial, destaca-se Shinko, com seu passado obscuro e sua tatuagem mitológica gigante nas costas. A jovem se transformou numa anti-heroína marcante ao ser perdoada e apadrinhada pelo matador do governo. Sakajiro, como policial japonês, a aceitou e acolheu, criando uma química ímpar entre os dois.

Nesta edição, são as aventuras protagonizadas por ambos, nas quais Asaemon faz uma rápida ponta, que são responsáveis por eletrizar o leitor. Em duas histórias relativamente longas, o casal encerra sua participação não só tendo cumprido o papel de apimentar o mangá, mas também deixando a certeza de que ainda poderia render muito, muito mais.

Já Asaemon já não tinha muito para onde ir. Ainda assim, seu final é digno, não só no desfecho da última história, mas especialmente pela ótima Indícios de outono, que serve como ponto final para todos os dilemas do protagonista.

Nem tudo, entretanto, é perfeito. Há uma história que atrapalha o volume: a rápida Expressões da vida e da morte, que se pauta pelo rosto de quem assiste a uma execução. O problema é que a arte de Kojima deixa a desejar justamente ao aprofundar a expressividade, algo demandado pelo roteiro. Acaba sendo não só abaixo da média do volume, mas provavelmente o pior conto de toda a duração do mangá.

É uma rusga, sim, mas não chega a ser uma mancha indelével em uma série que começou e acaba com um nível excepcional.

Diante da conclusão de mais uma obra de Koike e Kojima, que até então só tinha edições nacionais abandonadas pela metade, a Panini merece congratulações. O trabalho da editora italiana, simples e sem frescuras, foi mais que competente e eficiente.

Classificação:

4,0

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