Sandman - A Casa de Bonecas
Editora: Conrad Editora - Série trimestral
Autores: Neil Gaiman (roteiro), Mike Dringenberg, Malcolm Jones III, Robbie Busch, Chris Bachalo, Michael Zulli, Steve Parkhouse (arte) e Dave McKean (capas).
Preço: R$ 60,00
Número de páginas: 240
Data de lançamento: Setembro de 2005
Sinopse
Após recuperar suas ferramentas e começar a reconstrução de seu reino, Lorde Morpheus precisa achar quatro entidades que fugiram de seus domínios: Brute, Glob, o Coríntio e Fiddler's Green.
Enquanto isso, no mundo real, coisas estranhas ocorrem com a jovem Rose Walker, convergindo para que ela torne-se um vórtice de toda a realidade.
Positivo/Negativo
A Casa de Bonecas é a primeira grande saga do título e, com certeza, uma das melhores.
A trama gira em torno de Rose Walker, um vórtice que ameaça a barreira que separa o mundo dos sonhos da realidade propriamente dita.
Para evitar que esses mundos colidam, Morpheus deve intervir. Simultaneamente, o Perpétuo também deve procurar pelos três seres que fugiram de seus domínios: Brute e Glob, o Coríntio e Fiddler's Green.
A primeira história do álbum foge do mote descrito acima, ao mostrar um conto em que o leitor presencia a trágica paixão entre Nada e Kai'Ckul. Esta pode ser encarada como um prólogo para o próximo arco do título, Estação das Brumas.
Uma outra trama relativamente independente que merece citação é Homens de Boa Fortuna. Nela, Morpheus faz um acordo com Robert Gadling em 1389, e a cada 100 anos eles se encontram na Taverna do Cavalo Branco.
Fica combinado entre ambos, que a Morte só alcançará o mortal, quando e se ele assim o desejar. Apesar de nem sempre ter uma vida confortável, Gadling mostra-se um viciado pela vida e por tudo que ela ainda pode lhe proporcionar.
É um esplêndido conto de amizade e, muito provavelmente, a melhor história de Sandman até aqui.
Outra pequena obra-prima é apresentada na quinta parte: Colecionadores. Ao mostrar uma convenção de assassinos seriais, Gaiman constrói um roteiro enxuto e equilibrado; e na arte Dringenberg e Jones não fazem por menos.
O ápice dos dois ocorre nos créditos (página 150), quando combinam inúmeras fotos de assassinos reais e ficcionais com a bandeira dos Estados Unidos ao fundo.
Também é Interessante perceber que o roteirista utiliza a presença do Coríntio - há tanto tempo andando entre os homens - como um fator determinante para o surgimento dos assassinos seriais, fenômeno ocorrido em maior escala nos últimos 50 anos.
Fora a incontestável qualidade de roteiro e desenhos, a edição da Conrad conta com outros atrativos.
São eles: uma introdução de Clive Barker, criador dos Livros de Sangue e de Hellraiser; um ótimo resumo do que ocorreu anteriormente, escrito por Gaiman sob a perspectiva de Destino (irmão de Morpheus, e também um Perpétuo); e a excelente seção Notas na Areia, que elucida inúmeras referências culturais e pop da obra.
Isso sem falar na capa dura, no papel couché e nas letras caprichadas de Lilian Mitsunaga, que já se tornaram uma agradável constante.
Mais uma edição de Sandman para se comprar com gosto e ler com prazer.
Classificação