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SETE SOLDADOS DA VITÓRIA # 1

1 dezembro 2007


Título: SETE SOLDADOS DA VITÓRIA # 1 (Panini
Comics
) - Minissérie em 8 edições

Autores: Estranhas Aventuras - Grant Morrison (texto) e J.H. Williams III (arte);

O Último Cavaleiro de Camelot - Grant Morrison (texto) e Simone Bianchi (arte);

Piratas de Manhattan - Grant Morrison (texto) e Cameron Stewart (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2007

Sinopse: Estranhas Aventuras - O Vigilante decide recriar o grupo de heróis Sete Soldados da Vitória. Comparecem Gimmix, o Menino Azul, Dan Dinamiteiro, Aranha e Chicote, todos versões de antigos heróis. Um sétimo integrante não dá as caras. Mas a primeira missão da equipe não chega a ser cumprida.

O Último Cavaleiro de Camelot - Após testemunhar a queda de Camelot, o jovem Cavaleiro Andante é arremessado a Los Angeles.

Piratas de Manhattan - Surge um novo Guardião, misto de vigilante e repórter.

Positivo/Negativo: Os Sete Soldados da Vitória é um projeto monumental, altamente sofisticado. Nos Estados Unidos, foi inicialmente publicada em um formato surpreendente: sete minisséries em quatro partes, cada uma dedicada a um personagem. No começo e no desfecho, dois especiais amarravam as tramas. Apesar de poderem ser lidas independentemente, as obras se influenciavam, mesmo que os personagens não se encontrassem.

As séries eram mensais, mas a cada semana a DC lançava uma edição de uma mini diferente. E, para seguir a ordem correta, os leitores tinham que intercalar os títulos a partir da seqüência de publicação.

Para as coletâneas, a DC não separou as séries. A editora optou por uma série de álbuns que republica a trama conforme as regras pré-estabelecidas, na mesma ordem que a Panini está trazendo para o Brasil.

Os protagonistas são personagens de terceiro escalão - ou além - que ressurgem em pleno Universo DC, dentro da mesmíssima cronologia de Superman e Batman. Há Zatanna, sim, que é mais popular, mas o leitor ainda encontrará Klarion, O Menino-Bruxo. Para cada série, há um artista e um tom completamente diferente.

Parece um suicídio editorial. E provavelmente teria sido mesmo, não fosse o autor. Grant Morrison é um roteirista extremamente hábil, capaz de produzir títulos mainstream de primeira grandeza, como Grandes Astros - Superman, Liga da Justiça e X-Men, e ainda sustentar obras mais alternativas de altíssimo nível, como WE3 e Os Invisíveis.

O escocês também é conhecido por seu trabalho exemplar com heróis que estavam largados na sarjeta, como Patrulha do Destino e Homem-Animal. E, mais do que tudo, é seguido e reverenciado por uma razoável legião de leitores.

Sete Soldados da Vitória, a julgar por seu primeiro número, é a grande apoteose da obra de Morrison. Elementos de todos os seus trabalhos se mesclam e ensaiam uma história monumental. Ainda que seja cedo para avaliar o conjunto, o começo é tão promissor quanto poderia parecer.

De cara, o leitor depara com a edição de abertura da série, que ocupa metade desta edição. A história dos Sete Soldados reunidos tem arte inspiradíssima de J.H. Williams III, então egresso de uma extraordinária passagem pela série Promethea, de Alan Moore, pela linha ABC. Por vezes, é uma HQ psicodélica, aos moldes dos mais perturbados momentos de Invisíveis. De repente, torna-se um western, para então se tornar uma história de terror.

Em Cavaleiro Andante, a arte de Simone Bianchi evoca as HQs fantásticas, com reinos mágicos, seres místicos e um cavalo alado, para contar a queda de Camelot. Morrison arranca o personagem de seu habitat e o transporta para a Los Angeles dos dias de hoje.

A edição de estréia encerra-se com uma nova versão para o Guardião. É a história que mais tem elementos típicos de Grant Morrison.

O personagem de Jack Kirby deixa de ser um coadjuvante do Superman e ganha versão revigorada. Agora, ele é um ex-policial negro que se torna repórter de um jornal de vanguarda em Nova York.

No veículo, os jornalistas são heróis que fazem a própria matéria. Em vez de uma internet com participação do usuário, Morrison propõe uma Realidade 2.0, em que é o próprio cidadão que interfere pesadamente nos fatos.

Em clima de conspiração e de uma Nova York underground e paralela, cheia de piratas, Morrison cria uma empolgante história de super-herói, com arte menos requintada, mas muito apropriada, de Cameron Stewart.

No fim das contas, o leitor nem percebe que está lendo uma obra complexa, um verdadeiro quebra-cabeças em formato de HQ. Os Sete Soldados da Vitória é uma minissérie empolgante, que tem tudo para se tornar um marco.

Como desfecho da edição, a Panini publicou esboços de J.H. Williams para os personagens da série - que depois seriam retrabalhados pelos artistas responsáveis. Ainda há um texto introdutório de Morrison, que detalha a mecânica complexa da minissérie - o que é bem importante, visto que, em comparação com o intenso marketing da DC, a divulgação da Panini ficou fraca e não deu conta de incutir na cabeça do leitor.

Como ressalva, há apenas a ausência do crédito de capa (de Simone Bianchi). Mas isso é realmente uma picuinha: a publicação de uma obra desse porte, com esses personagens e com esse tratamento é de um mérito incontestável.

Classificação:

4,0

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