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SETE SOLDADOS DA VITÓRIA # 8

Por Delfin
1 dezembro 2007

Título: SETE SOLDADOS DA VITÓRIA # 8 (Panini
Comics
) - Minissérie em oito partes

Autores: Grant Morrison (Roteiro) e Yanick Paquette, Doug Mankhe e J. H. Williams III (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Novembro de 2007

Sinopse: Projétil - A origem de Sally Sônica é revelada. E o velho Saunders aparece para convocar seu novo soldado. Como Alix reagirá?

Frankenstein - Finalmente, a luta final contra Neh-Buh-Loh na Terra das Fadas. E, um bilhão de anos no futuro, o propósito de Gloriana Tenebrae e dos Sheedas é revelado.

Sete Soldados da Vitória - Sete alfaiates tecem a trama das histórias. Sete armas são forjadas para combater o mal. Sete soldados se conectam para que o mal seja destruído e a Sheeda não prevaleça.

Mas o grupo que não é um grupo e é destinado ao fracasso sofre uma importante perda. O destino dos sete é forjado. E o oitavo finalmente descobre seu papel nesta jornada.

Positivo/Negativo: Chega ao final o projeto autoral mais ambicioso do universo heróico da DC Comics desde O Quarto Mundo, de Jack Kirby. Não por acaso, esta é uma das conexões principais da complexa trama de Grant Morrison, que, como revelou o UHQ numa conversa com Eddie Berganza, terá implicações diretas na Crise Final, também arquitetada pelo roteirista escocês.

E eis o segredo: sabendo onde vão dar (porque existe um único ponto de convergência, acredite) os caminhos do labirinto criado pelo autor, resta ao leitor descobrir o como.

As peças foram jogadas de modo interessante. Primeiro, simplesmente despejadas no chão. Depois, como em todo quebra-cabeças, era preciso juntar umas aqui, outras ali, e perceber que algumas se tocavam. No final, o leitor descobriu que todas se conectavam em algum ponto.

Mas o que deixou muita gente com raiva foi que, ao se juntar todas as peças, se via apenas parte da figura. Pois as demais peças estavam em outros lugares: no passado do Universo DC, em séries como 52 e, ainda, em histórias ainda não publicadas sequer nos Estados Unidos até a presente data.

Tudo o que há são buracos neste enigma, que cabe aos leitores completarem, com paciência e participação.

Sete Soldados da Vitória, por isto e muito mais, é o projeto mais comentado e debatido da DC dos últimos anos - talvez ainda mais do que 52, pela sua natureza críptica.

Como bem disse o jornalista Eduardo Nasi em seu posfácio, é uma espécie de prima heróica da maxissérie Os Invisíveis, publicada nos Estados Unidos pelo selo Vertigo. Mas, enquanto Os Invisíveis trata de temas como alta psicologia, viagens temporais, o fim do mundo e o controle do planeta por poucos, Sete Soldados trata de dar voz a personagens terciários da editora e prova que, enquanto os figurões estão entretendo as platéias, algo estranho demais está acontecendo nas profundezas do Universo DC.

E, quando todos perceberam, pode ser tarde demais para evitar o grande desastre.

Após ler a edição, sinta-se num ARG (Alternate Reality Game), como foi o Lost Experience ou como, em parte, são os quadrinhos online da série televisiva Heroes. As pistas podem estar em qualquer lugar. Pense: quantos quadrinhos a DC publicou em sua história? Dezenas de milhares. E quantas editoras já foram englobadas pela gigante americana? Quantos universos já existiram? Quantos poderão existir?

Procurar pelas respostas pode ser como procurar agulhas num palheiro maior que o universo. Mas a satisfação de se descobrir uma nova peça torna-se, por isso mesmo, extremamente gratificante.

Talvez você ache impossível que apenas um autor possa ter tanto domínio sobre os passos futuros de um universo tão rico. Mas perceba a dica: não é de agora que algumas séries começam a estampar que são derivadas de conceitos concebidos por Grant Morrison. Repare. É um bom lugar para começar a procurar.

Afinal, se num futuro haverá uma crise final, no presente ela precisa estar sendo concebida. E os trabalhos antigos de Morrison para a DC, como Patrulha do Destino, Homem-Animal e o quase desprezado Aztek também trazem boas surpresas.

Em relação à edição propriamente dita, Yanick Paquette (o desenhista de Projétil, aqui arte-finalizado por Serge LaPointe) prova mais uma vez o seu domínio na expressividade feminina, lembrando, especificamente neste número, os traços de Stan Drake em The Heart of Juliet Jones, um dos quadrinhos femininos mais consagrados no mundo ocidental.

No entanto, ele comete um erro grave ao mostrar Projétil usando o braço que é fraturado nas primeiras páginas para segurar objetos e até trocar socos com sua inimiga. A não ser que carapaça metálica de Alix a proteja de graves contusões anatômicas, é claro.

Já Doug Mankhe, arte-finalizando sua própria arte, muda seu estilo em favor da história, deixando cada quadro rico em detalhes, rebuscado e tétrico, como um personagem como Frankenstein exige. Quer comparar? Veja Liga da Justiça Elite e perceba as diferenças.

E J. H. Williams III, mestre em criar composições diferenciadas de páginas, com múltiplas leituras (como também se percebe em seu trabalho mais conhecido, Promethea), aqui aproveita para abusar não apenas de variados estilos de traço, mas do tratamento de cores. Simplesmente a melhor arte de toda a série.

Classificação:

4,0

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