SHOCKROCKETS - ESQUENTANDO OS MOTORES
Título: SHOCKROCKETS - ESQUENTANDO OS MOTORES (Pixel
Media) - Edição especial
Autores: Kurt Busiek (roteiro) e Stuart Immonen (desenhos).
Preço: R$ 33,00
Número de páginas: 164
Data de lançamento: Maio de 2006
Sinopse: A história se desenrola após a destruição parcial da Terra por um ataque alienígena. Então, o planeta passa a ser protegido pelo grupo conhecido como Shockrockets e suas naves que utilizam tecnologia extraterrestre.
Enquanto se reconstrói, a Terra sofre uma nova ameaça: o gênio militar que salvou o mundo tempos atrás começa uma nova batalha em busca de poder. Para enfrentá-lo há apenas os Shockrockets.
Mas a equipe encontrará muitos outros desafios pelo caminho e perceberá que está frente a uma ameaça bem maior.
Positivo/Negativo: O grande problema de se comprar uma edição de Busiek e Immonen é que se cria grandes expectativas, principalmente se o leitor conhece outros trabalhos da dupla como, por exemplo, Identidade Secreta.
Mas depois que se lê esta edição, fica aquela pontinha de decepção. A história não é ruim, pelo contrário. Ela diverte, empolga e é bem desenhada. Contudo, não é revolucionária, não é o grande clássico que se espera quando se vê os nomes estampados na capa. Compreensível, pois ninguém consegue ser brilhante sempre.
Como lhe é peculiar, Kurt Busiek parte de uma trama básica, um rapaz genial de uma família pobre que, por acaso, tem a chance da sua vida: ser um piloto de uma equipe de elite e mais: se tornar o grande herói dos Shockrockets.
O cenário, por mais espetacular que seja, é algo que se pode encontrar em várias histórias de ficção. Um futuro em que a Terra foi devastada por uma guerra interplanetária, e agora vive um momento de conflito interno. A população vive à beira da miséria, enquanto um conglomerado de corporações controla o governo e financia as operações militares que garantem a "liberdade" do planeta.
O diferencial do roteirista é trabalhar uma trama como essa, com um final esperado, com um olhar diferente. A sensibilidade ímpar com que ele trata a história, construindo bem todos os personagens, inclusive tratando as naves como parte do elenco. Cada uma das partes é narrada por um membro da equipe dos Shockrockets e o tom se molda aos seus pontos de vista.
Na segunda parte é apresentado um conceito bastante interessante de que as naves são ligadas mentalmente aos pilotos e não se pode substituir o piloto se ele ainda estiver vivo.
O melhor dessa idéia é quando a Comandante Foster diz para Cruz que, enquanto estivesse vivo, somente ele poderia pilotar a nave Ferrão. Aí, o protagonista percebe que pode ser assassinado por não ter o treinamento necessário para ser um piloto do nível que a equipe precisa.
A vida do rapaz e da equipe vai mudando aos poucos a partir daí. As partes quatro e cinco são as melhores e mostram Cruz finalmente se encaixando no time e buscando a todo custo entender o funcionamento das naves.
É um desencadeamento de idéias que vai justificar a forma como a equipe vence Korda no final; e mostrar o misterioso piloto desaparecido Sabre.
A arte de Immonen é excelente. Sem estilizações, hachuras ou excessos, seus desenhos são realistas, bem definidos e com traços simples. Nada é colocado a mais, tanto em cenas de ação quando nas emoções dos personagens.
Seu design das naves e dos cenários também é fantástico, muito detalhista e, ao mesmo tempo, leve e simples. Immonen é o artista ideal para uma história com esta, em que o diferencial são pequenos e sutis detalhes estrategicamente trabalhados.
A edição nacional também está caprichada. Boa qualidade gráfica, que só peca por alguns balões e recordatórios ficarem muito próximos da lombada, dificultando a leitura, e algumas letras nas bordas.
O prefácio de Rodrigo Salem, que também traduziu a revista, está interessante, pois soube contar a história de Busiek destacando os elementos que fizeram dele um bom roteirista.
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