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Showcase Presents Young Love - Volume 1

3 maio 2013

Showcase Presents Young Love - Volume 1Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: Julius Schwartz (roteiro), John Romita, Bernard Sachs, Don Heck, Mike Sekowski, Jay Scott Pike, John Giunta, Arthur F. Peddy, Tony Abruzzo, Gene Colan (desenhos), Dick Giordano e Bernard Sachs (arte-final).

Preço: US$ 19,99

Número de páginas: 544

Data de lançamento: 2012

Sinopse

Reimpressão, em preto e branco, das histórias de romances publicadas originalmente na revista Young Love, na década de 1960.

Positivo/Negativo

Mesmo antes que o tímido e pacato Clark Kent convidasse a encantadora Lois Lane para dançar, em sua primeira história publicada em Action Comics # 1, de 1938, o romance tem sido parte integrante do mundo dos quadrinhos. Todos os super-heróis tiveram sua dose de flertes e beijos apaixonados com belas mocinhas, levando o público a trilhar os inusitados caminhos do coração.

Mas ainda faltava algo até que este elemento alcançasse o centro das atenções, e isso ocorreu apenas quando o gênero dos super-heróis perdeu força, após a Segunda Guerra Mundial. E foi pelas mãos dos versáteis Joe Simon e Jack Kirby que surgiu o novo modelo de publicações, esgotando logo uma tiragem de 500 mil exemplares.

Young Romance tomou forma em 1947, quando um inspirado Simon começou a trabalhar na imagem de capa da nova revista, correu para a casa de Jack Kirby, e os dois juntaram esforços com o artista Bill Draut e finalizaram a primeira edição em meio a trabalhos diversos. A ideia era atingir o leitor mais maduro que o consumidor típico de super-heróis, especialmente mulheres. Logo a empreitada resultou em um sucesso absoluto.

Young Love veio somar forças à antecessora Young Romance, pela Crestwood, uma editora pequena que abriu falência em 1963 e teve os títulos adquiridos pela DC.

Assim, não tardaram a aparecer também as séries Young Brides e In Love, embora tenham tido curta duração. Foi assim que a dupla de criadores do Capitão América revolucionou novamente o mercado de quadrinhos norte-americano, inaugurando mais um gênero e carregando nas emoções para os jovens consumidores de gibis.

Como parte da iniciativa da DC Comics de relançar títulos clássicos do passado e torná-los novamente acessíveis ao grande público, Showcase Presents Young Love - Volume 1 reimprime mais de 500 páginas do título em preto e branco, e permite uma viagem prazerosa ao universo do amor. Oportunidade ideal para quem viveu a época recordar os dramas e alegrias da juventude, e para o leitor contemporâneo apreciar os momentos marcantes da trajetória da nona arte.

As HQs, assim como o cinema e a literatura, expandem e refletem o período histórico em que foram produzidas, seus costumes, incertezas e aspirações. Dessa forma, a leitura de Showcase Presents Young Love, mais que mera diversão sem mais consequências, permite uma visão diferenciada sobre a sociedade da década de 1960, em especial no que se refere a relacionamentos e o papel da mulher no mundo.

Os pequenos contos, variando em média de sete a treze páginas, surgem com narrativa em primeira pessoa por jovens donzelas de coração partido, em situações adversas e muita paixão. Elas definem personagens e conflito central, para terminar com a cena do casal se beijando e a certeza do "felizes para sempre".

Buscando identificação do público, há situações de mulheres tímidas que não conseguem estabelecer contato com os homens de seus sonhos, e até aquelas que maltratam os pretendentes, afastando assim toda chance de felicidade. Mais interessante é a série de histórias The Private Diary of Mary Robin, R.N., as únicas estreladas por um protagonista fixa. No caso, uma jovem enfermeira sem sorte no amor, que opõe seus desejos de mulher às obrigações da profissão, e se destacava por fugir das resoluções mais óbvias.

Curiosamente, o roteirista surge não identificado em praticamente todas as histórias do volume, que credita apenas os ilustradores, com destaque para o excelente John Romita.

Evidente que muitas dessas narrativas parecem datadas aos olhos do leitor moderno, pela ingenuidade dos temas ou mesmo pela composição das personalidades femininas. Por outro lado, é sempre interessante contrapor os dilemas da mocinha com excesso de namorados, mas nenhum compromisso sério, com os da mulher em isolamento que apenas percebe todos à sua volta em realização plena de sonhos e desejos. Temas universais que nunca saem de moda, enfim.

Young Love foi uma revista que encantou gerações pelo olhar seguro sobre os relacionamentos afetivos, evoluindo do clássico pulp True Confessions e marcando uma época que pedia mais que super-heróis.

É fato que não há limites para o potencial da arte sequencial, seja em histórias de justiceiros uniformizados, contos de guerra ou incursões no mundo de vampiros e zumbis. Se hoje as comédias românticas ainda levam multidões às salas de cinema, vale a pena comprovar essa contribuição única dos quadrinhos às jovens paixões.

Classificação

4,0

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