SIDERALMAN
Título: SIDERALMAN - Revista independente
Autores: Lembranças - Will (roteiro e arte);
Réquiem para um Escorpião - Eloyr Pacheco (roteiro) e Will (arte);
Renascimento - Will (roteiro e arte).
Preço: R$ 3,00
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: Nos anos 40, o estudante Daniel Silva estava envolvido com importantes cientistas de pesquisas nucleares quando foi abduzido por alienígenas que lhe deram uma missão e poderes para realizá-la.
Assim nasceu o herói de Nova Luz, Sideralman. Nesta revista é contada sua origem e outras aventuras, inclusive com o grupo de super-heróis Comando Ultra.
Positivo/Negativo: Este ano está surgindo uma boa safra de revistas independentes. Em alguns casos são fanzineiros que evoluíram para um formato mais caprichado graficamente. Sideralman é um deles.
O personagem nasceu nos fanzines e agora teve sua origem republicada nesta revista independente, junto com algumas histórias inéditas.
O legal é a proposta totalmente despretensiosa. Ele é uma colagem de vários conceitos clássicos de super-heróis, misturando origens, poderes e idéias para fazer um personagem novo que, mesmo não sendo inédito, tem aquele espírito de quadrinhos antigos.
Para alguns, hoje isso é inocente demais e pouco realista. Contudo, quem disse que uma HQ de super-heróis precisa ser totalmente aplicável à nossa realidade? Quase nenhuma é!
A primeira HQ, com a origem, tem um formato ideal para ser publicada na internet e o trabalho de edição foi bom ao deixar espaço para fichas dos personagens na borda. O problema é que as fichas têm texto demais e a melhor opção é ler toda a história e depois voltar para esses detalhes.
Um destaque são as coisas se passam na sua cabeça do herói na cena em que está caindo na Terra, como a inusitada pergunta: "Cadê o meu poder de vôo?"
Na segunda aventura, Sideralman é um coadjuvante do Escorpião de Prata. E existe uma distinção a ser feita sobre a originalidade de ambos. Enquanto Sideralman é uma colagem de idéias que gera algo novo, o Escorpião tem cara daquelas histórias que vistas várias vezes. Não um elemento ou outro, mas todo o conjunto é uma repetição de coisas usadas não só em quadrinhos, mas em filmes, romances etc.
Mas isso não invalida a história, que é bem contada. O problema é que é simplesmente previsível.
A revista fecha bem com uma aventura para que os leitores saibam o que esperar do personagem. De novo, nada revolucionário, mas divertido.
Quanto á arte, Will tem um traço estilizado, com muitos efeitos interessantes. Enquanto os artistas das grandes editoras buscam técnicas complexas para dar sensação de tridimensionalidade, ele assume o 2D do papel desconstruindo as perspectivas. Para se ter uma referência, essa técnica é muito marcante nos desenhos do Cartoon Network de meados dos anos 90, como o Laboratório de Dexter e as Meninas Superpoderosas.
É um estilo diferente, que não funcionaria em uma revista pretensamente séria, porque acaba criando algumas distorções e, mesmo que certas cenas fiquem geniais, algum desenho sempre ficará estranho.
No geral, é uma revista divertida que merece ser conhecida. Uma leitura para desanuviar a cabeça.
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