Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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SNOOPY E SUA TURMA # 1

1 dezembro 2007


Título: SNOOPY E SUA TURMA # 1 (L±)
- Série em pocket book

Autor: Charles Schulz (texto e arte).

Preço: R$ 11,00

Número de páginas: 168

Data de lançamento: Janeiro de 2007

Sinopse: Coletâneas das tiras Peanuts publicadas ao longo de 1984.

Positivo/Negativo: A L± já fez história com as HQs: trouxe ao Brasil títulos antológicos como Corto Maltese, Spirit, Freak Brothers e Valentina, autores consagrados como Moebius, Milo Manara, Quino e Wolinski e, ainda por cima, publicou quadrinhos nacionais: Ed Mort, Rango, As Aventuras da Família Brasil e A Guerra dos Farrapos (um grande trabalho do escritor Tabajara Ruas com desenhos de Flavio Colin).

No final dos anos 90, quando os sócios Ivan Pinheiro Machado e Paulo Lima resolveram apostar na hoje vencedora série L± Pocket, o selo dedicado à nona arte foi ficando de lado, relegado a lançamentos esporádicos.

No entanto, aos poucos, as HQs ganharam espaço na coleção de livros de bolso. Já saíram coletâneas de Aline (Adão Iturrusgarai), Radicci (Iotti), Geraldão (Glauco), Hagar (Dik Browne), Recruta Zero (Mort Walker), Garfield (Jim Davis), Rê Bordosa (Angeli) e até mesmo uma inusitada versão para Corto Maltese na Etiópia (Hugo Pratt). Na adaptação ao formato reduzido, as tirinhas se saem melhor, ainda que seja um pouco esquisito, à primeira vista, ter que virar o livrinho 90º para lê-lo.

Agora, chega a vez de Peanuts, uma das melhores tiras de todos os tempos. Neste primeiro volume, são histórias publicadas ao longo de 1984, quando Snoopy estava no auge do sucesso, com desenho animado na TV, estampando camisetas e virando boneco pelo mundo afora.

O sucesso de público não coincide com a fase mais genial de Schulz, quando seus personagens são mais deprimidos e introspectivos, com desfechos mais existencialistas, capazes de arrasar o dia de qualquer um. Mas o quadrinhista é brilhante mesmo quando apresenta um trabalho menor, e suas tirinhas de humor funcionam incrivelmente bem.

No período apresentado, o destaque fica para Patty Pimentinha. A sardenta participa de três seqüências imperdíveis. Na primeira, fica perplexa quando assiste a um concerto de música erudita. Logo depois, vai a Paris nas férias e manda postais para a turma. Por fim, tira uma nota mais alta por apresentar um trabalho escolar sobre Emily Dickinson em formato de chapéu.

O livrinho da L± é leve, divertido e se presta perfeitamente a uma leitura descompromissada. Portanto, é capaz de atrair novos leitores, gente que via o desenho e tinha o Snoopy de pelúcia. Afinal, tem preço acessível e conta com a rede de distribuição da editora, que ultrapassa bancas e livrarias e chega também em farmácias, padarias e lojas de conveniência.

Contudo, fãs mais ouriçados podem torcer o nariz para alguns detalhes. Por exemplo: apesar de percorrer 1984 de cabo a rabo, pula algumas tiras e praticamente todas as páginas dominicais. Por coisas assim, o volume não pode ser visto como um trabalho definitivo - ainda se espera quem se prontifique a publicar uma edição mais séria de Peanuts no país, aos moldes das obras completas que estão saindo nos Estados Unidos.

Classificação:

4,0

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