SNOOPY, EU TE AMO
Título: SNOOPY, EU TE AMO (Conrad Editora) - Edição especial
Autor: Charles Schulz (texto e arte).
Preço: R$ 25,00
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2004
Sinopse: Antologia de tiras sobre amor da série Peanuts.
Positivo/Negativo: Veja só que baita notícia: com esta edição, a Conrad começa um trabalho de publicação sistemática de Peanuts no mercado editorial brasileiro - algo de que não se tinha notícia há mais de uma década.
De cara, há duas formas de se fazer isso. Uma, digamos, é a acadêmica: obra completa em ordem cronológica, em tomos separados por períodos, focado no fã. A outra é tentar compor livrinhos encantadores e graciosos, com apelo para os milhares de admiradores de Charlie Brown.
A Conrad escolheu a segunda, e daí já se vão sete livrinhos - quatro de textos ilustrados e três de tiras compiladas.
O primeiro é Snoopy, Eu Te Amo, lançado às vésperas do Dia dos Namorados. É o maior, mais luxuoso, bonito e caro. Chegou a constar da lista dos mais vendidos da Veja, prova de que a Conrad acertou ao optar pelo mais pop da coleção.
Não é o formato da série, claro, o único milagreiro. Nenhum quadrinhista falou de amor tão bem quanto Schulz, e o público parece saber disso (no Brasil, o desenho animado magistral de Peanuts fez uma diferença danada). Ou melhor: o tema do autor é a incerteza do amor. Charlie Brown nunca sabe se vai receber cartão de dia dos namorados. Se por acaso isso acontece, coitado, é por "pegação de pé" ou por pena. A garotinha ruiva jamais se aproxima dele (detalhe importante aí: diferente do desenho, em que a menina tem cara, nos quadrinhos ela não aparece - é só mencionada em conversas como um amor ideal de Minduim).
A antologia compila todas essas situações - às vezes, chega até a ser repetitiva. É preciso levar em conta que foi um volume inaugural depois de uma grande estiagem de Schulz. Pra um país de leitores sedentos, receber de cara só a parcela amorosa das tirinhas é como oferecer só o feijão na feijoada. Pode até ser a melhor parte, mas ficam faltando as carnes, a couve e a laranja.
Nada que o lançamento dos demais volumes não dilua.
Há ainda um outro problema: por que diabos aquele rosa enjoativo em volta de todas as páginas? Que inferno! Vá lá que o Dia dos Namorados não seja a data mais sofisticada do ano, mas convenhamos: rosa?!
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