SNOOPY EXTRAORDINÁRIO
Editora: Cosac Naify - Edição especial
Autor: Charles M. Schulz (texto e arte).
Preço: R$ 45,00
Número de páginas: 56
Data de lançamento: Agosto de 2010
Sinopse
Diversas sequências em que Snoopy vive seu cotidiano de animal de estimação, temperado por suas fantasias em ser um aviador da Primeira Guerra Mundial, as tentativas de ser escritor ou as conversas com o passarinho Woodstock.
Positivo/Negativo
Pouco antes da série de Charlie Schulz completar 60 anos (exatamente no dia 2 de outubro de 2010), o leitor brasileiro já tinha à disposição a coleção Peanuts Completo, da L±, mas a Cosac Naify aproveitou o embalo e lançou a sua própria, começando por Snoopy Extraordinário.
Este é o primeiro de três álbuns em capa dura, traduzidos de volumes de uma extensa coleção da francesa Dargaud. A Cosac Naify já lançou o segundo, Snoopy - Primeiro de Abril, e prometeu o terceiro, O Natal do Snoopy, até o fim do ano.
Ao contrário da publicação da L±, que edita todas as tiras, em preto e branco e em ordem cronológica (os volumes atuais ainda estão nos primeiros anos de Peanuts, na década de 1950), Snoopy Extraordinário compila páginas dominicais coloridas e já dos anos 1970.
E, como o título adianta, a coleção é focada principalmente em Snoopy, o cachorro que - ao contrário do dono, Charlie Brown - quase sempre é um sucesso em tudo o que faz.
Por causa disso, ficam menos evidentes na edição os temas existenciais que Schulz explorava na relação entre as crianças: o fracasso, a rejeição, a timidez crônica, a insegurança. O que se sobressai são as fantasias de Snoopy, como ás voador da Primeira Guerra Mundial, que aparece em nove páginas, ou seu desempenho irregular (para dizer o mínimo) no time de beisebol de Charlie Brown. Também são várias as sequências que mostram seu cotidiano de cachorro - ou a insatisfação com ele.
Dentre elas é que surgem outras situações recorrentes do universo dos Peanuts, como Charlie Brown sofrendo em sua função de técnico, Lucy em seu consultório psiquiátrico ou a paixão da menina mandona pelo pianista Schroeder. Mas sempre com Snoopy aparecendo pelo menos como coadjuvante.
A programação visual das páginas dominicais na edição, no entanto, é um problema: é cortado o título da tira - que tradicionalmente, aos domingos, sempre foi integrado ao primeiro quadrinho. O resultado disso é não apenas a mutilação da obra de Schulz, mas também a falsa sensação de continuidade entre as páginas - que, na verdade, não existe.
Além disso, muitos quadrinhos iniciais, meramente introdutórios e sem uma ligação direta com a trama, parecem "à deriva" na narrativa, para quem não é familiarizado com o estilo das tiras dominicais norte-americanas.
Outro senão é que a edição não traz as datas originais da publicação de cada página, uma informação sempre bem-vinda. Mas são falhas que não comprometem seriamente o prazer da leitura: Snoopy estava no máximo de seu carisma e certa fanfarronice, características que o fizeram incrivelmente popular desde sua criação.
Classificação: