SOLAR - RENASCIMENTO
Autores: Wellington Srbek (roteiro) e Rubens Lima (arte)
Preço: R$ 5,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Março de 2009
Sinopse: Gabriel Ribeiro se sente especialmente atraído por uma pintura em uma caverna. O rapaz entra em uma espécie de transe, a toca e desmaia. Depois, descobre ter adquirido poderes incríveis.
Começa, então, uma busca pela origem de seus poderes, seguida de algumas aventuras dignas de um herói.
Positivo/Negativo: Solar é um super-herói brasileiro. O criador do personagem, Wellington Srbek, prefere "herói com poderes extraordinários". E é fácil entender o porquê. Parece que o conceito super-herói já vem com capa e sotaque norte-americano.
Por outro lado, existe mais um termo assustador ao lado da palavra super-herói: "brasileiro". O receio e de que se tenha um "Capitão Paranaguá", com capa e escudo por aí, acompanhado por um índio e um tamanduá bandeira.
Mas nada disso é capaz de descrever o conceito do que é o personagem Solar. Primeiramente, em nenhum momento da edição Gabriel Ribeiro, o protagonista, é chamado pelo seu "codinome".
Embora o personagem não queira chamar a atenção, não há uma preocupação com a criação de uma identidade secreta, nem de uma roupa justa e colorida com símbolos. Ele apenas tem uma marca circular no peito, que se liga com sua origem. E nada de capas ou máscaras.
A origem de Solar remete à tradição mística dos xamãs, relacionando-o a tribos indígenas e a um conhecimento ancestral. Então, nada de explicação pseudocientífica, nem traumas criadores de grandes responsabilidades.
E Gabriel Ribeiro é brasileiro. Vive em Belo Horizonte.
Solar já foi publicado uma vez, entre 1996 e 1998, nas revistas Solar e Caliban, criadas por Srbek com ajuda de leis governamentais de incentivo à cultura. Nessa época, foram lançados 14 capítulos da saga do personagem.
Nesta edição de 2009, o autor reformulou o personagem. O enredo de Renascimento,
em 48 páginas, é quase o mesmo de Asas de Ícaro, lançada na revista
Solar em sete partes de 22 páginas cada. Foram cortados alguns
excessos e situações que, segundo Srbek, não funcionaram bem.
O resultado desta edição única é realmente superior ao produzido mais de dez anos atrás. O roteiro está conciso, sem os excessos de antes, bem amarrado e funcional. Os diálogos são bons e a estrutura de pequenos capítulos facilita a fluência da trama.
As sequências e a diagramação das páginas cumprem seu papel, sendo especialmente interessantes no combate entre Solar e Máscara da Noite.
Quanto à arte, existem alguns problemas. Lima é um tanto irregular entre uma página e outra, com alguns erros de proporção e sombra. A arte-final varia muito também, causando algum estranhamento.
Em determinadas páginas têm-se a impressão de que o nanquim foi esquecido e é possível ver os traços de lápis. E o artista precisa também evoluir um pouco mais nas expressões faciais dos personagens.
No entanto, mesmo com esses problemas, Lima tem um mérito incontestável: não tenta emular a arte de ninguém e é competente na composição de cada quadro.
Há também alguns problemas de revisão, mas não comprometem a compreensão da história. No geral, a revista se sai bem e cria uma expectativa pela próxima edição e continuação da trama.
E Srbek prepara mais uma edição de Solar para ser lançada ainda este ano; e será intitulada Solo sagrado.
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