SPAWN # 174
Autores: David Hine (roteiro), Bing Cansino e Geirrod Van Dike (arte).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 32
Data de lançamento: Abril de 2008
Sinopse: Fevereiro de 1881. Em meio às gélidas paragens das montanhas a oeste de Colorado Springs, o desertor e ex-sargento da União, Francis Charles Parker, vaga a esmo tentando de algum modo encontrar sua amada, Alma, enquanto foge de uma chacina ocorrida na cidade texana de San Angelo.
Ao deparar com um estranho cavaleiro em meio à neve, ele chega a uma cabana onde jaz uma família assassinada.
Quando as autoridades da pequena cidade de Bane prendem-no e levam-no para julgamento devido aos acontecimentos passados, ele divide a cela com Jeremy Winston - um ex-pastor acusado de matar sua própria família, a mesma que Parker encontrou na cabana.
Com a iminente sentença de morte para ambos, um terceiro homem aparece e faz uma proposta irrecusável aos dois.
Positivo/Negativo: Assim como ocorreu na edição
# 165, neste e no próximo número de Spawn
são publicadas as duas partes de um conto alternativo sobre um dos muitos
soldados do inferno que vagaram anos antes da era de Al Simmons.
O leitor é apresentado ao bisavô de Al, Henry Simmons - que viria a adotar este nome em decorrências dos acontecimentos que estavam por vir. Passada durante os últimos anos do Velho Oeste, a história agrada em cheio aos fãs do gênero, principalmente àqueles que apreciam o clássico spaguetti western, imortalizado nas telas por atores como Clint Eastwood, Franco Nero, Giulianno Gemma, Peter Fonda e outros.
David Hine, assim como fez com o Spawn Mandarim, criou um conto macabro e envolvente, com diálogos inspirados e até certo ponto encorpados de poesia, bem ao estilo dos antigos filmes e literatura do gênero.
Desta vez, o escritor trabalha melhor este antepassado do Spawn, já que a trama ocupa duas edições. E muitos momentos, apesar de rápidos, ao menos não deixam aquela sensação perfunctória como ocorreu na edição # 165.
Vale mencionar que este Spawn do Velho Oeste já havia aparecido antes, em um único quadro, na edição # 119, no arco Uma Temporada no Inferno, o que gerou um boneco do personagem feito pela McFarlane e, logo após, uma origem à altura nesta aventura.
Se a narrativa cumpre seu papel, boa parte desse mérito se deve à exuberante arte pintada de Cansino e Van Dike. A aquarela realça o tom realista dos personagens e do cenário - principalmente porque a maior parte da trama se passa à noite.
Não são poucas as cenas que se assemelham a verdadeiras pinturas, com panoramas dos cenários e lugares - e os momentos de ação propriamente ditos ainda nem surgiram, o que torna a próxima edição mais prazerosa. Realmente, um trabalho de primeira linha.
Se a arte interna é um colírio aos olhos, fica a pergunta: por que a Image não adotou o mesmo traço na capa?
Greg Capullo é um velho conhecido dos leitores de Spawn e seu traço estilizado rende, ao mesmo tempo, elogios e críticas. Sua arte, baseada na figura de ação, ficou estranha - especialmente no rosto e no chapéu, destoando do visual da última página da revista, que, ressalte-se, ficou melhor e mais aterradora.
Um excelente extra desta edição é um editorial explicando quem eram os Soldados Búfalos, na época da Guerra Civil Americana, e a história real do massacre em San Angelo, que inspirou esta HQ.
Ao final da leitura, uma página com uma pequena amostra da edição # 175, além da seção de cartas Post Mortem e um bônus: uma arte de página inteira derivada da série Spawn Godslayer.
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