SPAWN ORIGEM # 2
Autores: Frank Miller, Alan Moore (roteiro) e Todd McFarlane (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 32,90
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Abril de 2008
Sinopse: Segunda parte da série de encadernados que compila a origem do Spawn.
Positivo/Negativo: Conforme prometido, a Pixel dá continuidade à série de encadernados com a origem do Spawn. O segundo volume traz as edições originais # 6, # 7, # 8 e #11, pulando, como já era esperado, a # 9 e # 10.
Quando a Image surgiu, com a revolucionária proposta dos direitos autorais serem mantidos com os criadores das HQs e com a pegada mais violenta, rapidamente o público se interessou. Entretanto, foi fácil notar que, apesar da proposta ousada, a maioria dos gibis eram chamativos pela arte, porém fracos no quesito roteiro.
Esperto, Todd McFarlane convidou nomes lendários da indústria dos quadrinhos para incrementar o seu Spawn.
Na edição # 8, ninguém menos que o mago britânico Alan Moore assumiu os argumentos, criando uma história perturbadora que mostra o assassino Billy Kincaid apodrecendo no inferno. Claro, não é a mais brilhante criação do autor, mas tem o charme de seus melhores trabalhos. O clima de terror macabro lembra sua fase no Monstro do Pântano. Importante mencionar a citação ao sétimo círculo do inferno, que seria explorado pouco depois.
As duas edições seguintes são exatamente as que não estão no encadernado, por estarem envoltas em diferentes problemas. A # 9 é de autoria do também britânico Neil Gaiman, famoso por Sandman. Nesta HQ, ele criou personagens importantes para a mitologia de Spawn: Ângela, Cagliostro e o Spawn Medieval.
A Abril chegou a publicar no Brasil, na década de 1990, essa história. No entanto, devido a uma batalha judicial entre Gaiman e McFarlane, essa HQ não pode mais ser lançada.
Já a # 10 (clique aqui para conferir uma resenha dela) nunca aportou no Brasil. Seu autor, Dave Sim, um dos ícones da produção independente norte-americana, promoveu um crossover entre Cerebus, sua máxima criação, e Spawn.
A trama é uma metáfora sobre a indústria de quadrinhos norte-americana. Como Sim nunca permitiu que suas histórias fossem publicadas fora dos Estados Unidos, os fãs brasileiros de Spawn nunca poderão conferir essa trama oficialmente.
A história seguinte é de Frank Miller, que também ficou longe do seu melhor trabalho, mas brindou o leitor com muito mais do que a Image oferecera até então. É uma trama cheia de violência, na qual o Spawn cai no meio de uma guerra entre duas cybergangues inusitadas, os Nerds e os Cricas.
O interessante é notar como cada criador convidado torceu sua história em direção aos temas que lhe eram caros. Moore fez uma trama de terror, Gaiman de magia, Sim sobre mercado de quadrinhos e Miller a respeito da violência urbana.
O álbum da Pixel ainda tem mais duas histórias, que são exatamente as que o abrem. Nada mais são do que a continuação do que saiu no primeiro encadernado, com Spawn se encontrando no mundo dos vivos e sentando o braço e as correntes nos inimigos.
Para encerrar a edição, dois textos. O primeiro explica a ausência das edições # 9 e # 10 e no outro o editor-chefe Cassius Medauar fala sobre a série e da sua relação particular com ela, que deve ser a mesma de muitos leitores. Nesse artigo há um equívoco: no terceiro parágrafo, em vez de 1996, data da estréia do personagem no Brasil, foi escrito 2006.
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