Spider-Boy Team-Up # 1
Editora: Marvel Comics - Edição especial
Autores: Roger Stern e Karl Kesel (roteiro), José Ladrönn (desenhos), Juan Vlasco (arte-final) e Joe Rosas (cores).
Preço: US$ 1,95
Número de páginas: 32
Data de lançamento: Junho de 1997
Sinopse
Spider-Boy é parte do Universo Amálgama, e foi publicado por uma editora imaginária que mescla características das rivais Marvel e DC.
O herói adolescente reúne elementos de Superboy e Homem-Aranha, e recebe a visita da futurista Legião dos Guardiões da Galáxia 2099, com a missão de salvar o futuro.
Positivo/Negativo
O "confronto do século" Marvel versus DC foi anunciado na década de 1990 como a realização do grande sonho dos fãs das duas editoras, contando artistas de talento e com o voto do público para decidir o resultado das lutas. Assim, a história apresentou resultados absurdos, como a derrota de Lobo para Wolverine, mas resultou em cenas memoráveis e teve duas continuações de qualidade.
O grande destaque foi mesmo a coleção de especiais da editora imaginária Amalgam Comics, que mesclava os dois universos em títulos como Supersoldier (Superman mais Capitão América) e Challengers of The Fantastic (Desafiadores do Desconhecido e Quarteto Fantástico).
Da proposta curiosa emergiram vários títulos esquecíveis e algumas gratas surpresas. Da primeira leva, o especial Spider-Boy, de autoria de Karl Kesel e Mike Wieringo, se destacou pela abordagem aventureira e divertida, que os autores descreveram como "o que aconteceria se Jack Kirby fizesse o Homem-Aranha".
Para a segunda rodada de especiais (que ficou inédita no Brasil), Kesel e seu Spider-Boy retornaram como o reforço do roteirista Roger Stern e do ilustrador José Ladrönn, mais um elenco de jovens heróis do futuro destinados a fazer história.
Spider-Boy Team-Up # 1, além do personagem central resultante da fusão entre Superboy e Homem-Aranha, mistura também os personagens das populares Legião dos Super-Heróis e Guardiões da Galáxia, com o Universo Marvel 2099.
A história dos roteiristas Karl Kesel e Roger Stern (creditados como o singelo R. K. Sternsel) presta diversas homenagens aos conhecidos universos de super-heróis adolescentes, mas a trama ainda vai além das referências obrigatórias. Spider-Boy é diversão em sua forma mais pura, do início ao fim da revista, com o traço ágil de Ladrönn e muitas surpresas.
Evidente que, para os fãs, parte da brincadeira é identificar as fontes dos personagens misturados e jogadas com a sua linha cronológica, e nisto o time de autores não decepciona.
Há até uma sequência inspirada na fase "Cinco anos depois" da Legião dos Super-Heróis, reproduzindo o estilo narrativo que Keith Giffen marcou na revista da época. Assim, quanto mais se conhece a fonte das ideias, mas se deve curtir a aventura.
Por outro lado - e aí está o grande mérito de Spider-Boy Team Up # 1 - não é necessário diploma em cronologia da Marvel e da DC para curtir as boas sacadas do título.
O Spider-Boy tem todas as qualidades dos textos de Kesel e Stern, roteiristas consagrados, respectivamente, por suas histórias de Superboy e Homem-Aranha. É um gibi sem grandes pretensões além da diversão, com ação e piadas correndo soltas, além da sensação de otimismo que contagia.
No caso, o Superboy não é o "Superman quando menino", mas o clone adolescente surgido após o retorno da morte do herói, que defendia o Havaí e azarava as gatas do pedaço. O título que marcou a parceria de Karl Kesel com o ilustrador Tom Grummet e contou, nessa fase, com releituras diversas dos personagens criados por Jack Kirby, funciona como matriz criativa do Spider-Boy, mas a proliferação incessante de boas ideias faz toda a diferença. Nos desenhos, Ladrönn também captura o "clima kirbyano" da narrativa, mas com personalidade própria.
Muitos analistas consideram a década de 1990, para os quadrinhos de super-heróis, um período de histórias apelativas e com pouco conteúdo. De fato, eventos como a Morte do Superman e o surgimento da Image Comics não deixam espaço para dúvidas.
Mas aquele foi também um tempo de tramas simples e desencanadas, que qualquer garoto podia curtir. Havia espaço para tudo, bastava saber procurar. Resultante da fusão criativa entre autores de talento e de um grupo de personagens cheios de carisma, Spider-Boy Team-Up permanece como exemplo claro de um gibi divertido e inteligente produzido numa década que nunca esteve perdida.
Classificação