Star Wars – Legends # 1
Editora: Panini Comics – Revista mensal
Autores: À sombra de Yavin – Parte um (Star Wars #1) – Brian Wood (roteiro), Carlos D’Anda (arte) e Gabe Eltaeb (cores);
À sombra de Yavin – Parte 2 (Star Wars #2) – Brian Wood (roteiro), Carlos D´Anda (arte) e Gabe Eltaeb (cores);
Fora da escuridão – Parte um (Star Wars – Dark Times: Out of the wilderness #1) – Randy Stradley, escrevendo como Mick Harrison (roteiro), Douglas Wheatley (arte) e Dan Jackson (cores).
Preço: R$ 13,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Agosto de 2014
Sinopse
Após a destruição da Estrela da Morte, a Aliança Rebelde busca uma nova base e enfrenta a possibilidade de um espião imperial entre suas fileiras.
Fora da escuridão – Darth Vader no encalço de um jedi fugitivo!
Positivo/Negativo
A nova revista mensal Star Wars – Legends chegou às bancas e gibiterias brasileiras com timing no mínimo curioso. Por um lado, a compra da LucasFilm pela Disney e a proximidade de mais uma trilogia cinematográfica reacenderam o interesse na franquia. Por outro, esses mesmos eventos resultaram na exclusão da cronologia oficial da saga de todo o Universo Expandido, de livros e quadrinhos lançados ao longo das décadas. Assim, os fãs decidem se devem correr atrás de um material que já chega descartado. Mas é evidente que as aventuras devem se sustentar por méritos próprios, independentemente de serem válidas ou não para o plano maior. E os gibis sempre tiveram importância fundamental no mundo idealizado por George Lucas, desde a adaptação do primeiro filme, assinada por Roy Thomas e Howard Chaykin, que apresentou os personagens aos aficionados por super-heróis, e da minissérie Império do Mal, que tempos depois fidelizou novas gerações de entusiastas, até séries como Tales of the Jedi e Legacy, releituras modernas da lenda. E a publicação da Panini começa bem.
Com duas histórias do título Star Wars, lançado pela Dark Horse em 2013, com texto do badalado Brian Wood e boa arte de Carlos D’Anda, é a estreia mais promissora de um gibi inspirado na saga que já apareceu por aqui.
Em meio a tantos romances e quadrinhos que já exploraram o período da trilogia clássica, a série busca não contradizer nada, mas também não se prende a conceitos de expansões anteriores da franquia.
Situada após a destruição da Estrela da Morte em Star Wars – Episódio IV – Uma nova esperança, a história de Wood e D’Anda começa num ritmo mais tranquilo e de tom reflexivo, com Luke Skywalker e a Princesa Leia conversando sobre as perdas recentes, a bordo de seus caças X-Wing. Opção perfeita para contextualizar os fatos e conduzir o leitor em direções imprevistas.
Até a ideia controversa de mostrar Leia pilotando seu próprio caça surge natural, condizente com o passado da personagem. Ainda assim, falta a sensação de urgência e o ritmo frenético que se espera dessas aventuras ocorridas há muito tempo, numa galáxia distante.
O roteiro de Brian Wood vai preparando terreno com cuidado, inserindo boas ideias e aproveitando o carisma dos protagonistas. A possível ameaça de um espião imperial entre a Aliança Rebelde é uma sacada inteligente, e o autor lida bem com a dinâmica dos vilões Darth Vader e Imperador Palpatine.
A arte é igualmente competente, fiel ao visual dos personagens, mas sem excesso de realismo. Infelizmente, porém, a série de apoio Fora da escuridão decepciona pelo enredo manjado e heróis genéricos. Mais uma entre tantas séries de Star Wars que carecem de personalidade e não dizem a que vieram. Lidar com períodos diferentes da história da saga é atraente aos fãs, mas personalidade própria é essencial. E é o que falta nessa tentativa.
A edição saiu com capa metalizada, um luxo desnecessário, mas que ajuda a chamar atenção num mercado tão disputado. Também há uma versão da capa normal, mais barata. E não poderia ser mais oportuna para a capa a ilustração de Darth Vader empunhando seu sabre de luz.
Logo virão mais especiais e encadernados de Star Wars pela Panini, indicando que agora a franquia encontrou sua casa no Brasil. Os fãs devotados comemoram.
Classificação