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STARMAN OMNIBUS - VOLUME 2

1 dezembro 2012

STARMAN OMNIBUS - VOLUME 2

Editora: DC Comics - Edição especial

Autores: James Robinson (roteiro), Tony Harris (desenhos), Wade von Grawbadger (arte-final), Gregory Wright (cores), Craig Hamilton e Ray Snyder, John Watkiss, Steve Yeowell, Matt Smith, J.H. Williams III e Mick Gray, Bret Blevins, Guy Davis, Wade von Grawbadger, Chris Sprouse e Gary Erskine (arte adicional) e Kevin Somers, Pat Garrahy, Melissa Edwards, Debbie McKeever, Trish Mulvihill e Dave Hornung (cores adicionais).

Preço: US$ 29,99

Número de páginas: 416

Data de lançamento: Setembro de 2012

 

Sinopse

Reimpressão das histórias publicadas originalmente em Showcase '95 # 12, Starman # 17 a # 29, Showcase '96 # 4 e # 5 e Starman Annual # 1, nos anos de 1996 e 1997.

Positivo/Negativo

Starman foi uma das melhores séries mensais de super-heróis publicadas pela DC na década de 1990, e teve sua origem ligada a um decepcionante grande evento da editora. A minissérie Zero Hora, escrita e desenhada por Dan Jurgens, tinha a proposta de reunir todo o elenco de personagens do "universo original", lidando com as consequências de Crise nas Infinitas Terras, e depois relançar todos os seus títulos em direções inesperadas.

O fato é que tanto a história da saga quanto as novas séries decorrentes eram ruins, com poucas exceções. E é aí que o talento e uma visão diferenciada sobre o gênero dos justiceiros de roupa colorida pode fazer a diferença.

Sob a supervisão do editor Archie Goodwin, o britânico James Robinson aproveitou Zero Hora para reinventar toda a mitologia de Starman, antigo herói da Era de Ouro da DC, e o resultado logo conquistou público e crítica.

Agora, todas as edições da revista e histórias relacionadas estão sendo republicadas em luxuosos volumes estilo omnibus, primeiro em capa dura, depois em capa cartonada. Oportunidade perfeita para conhecer o material e recomendação máxima para as bibliotecas pessoais de colecionadores e aficionados pela nona arte.

A série versava sobre a importância de um legado e as relações entre pais e filhos, sempre enfocando também as muitas tradições heroicas do Universo DC. Jack Knight, o novo Starman filho do herói original, era um personagem diferente, afeiçoado a antiguidades e cheio de tatuagens pelo corpo, cuja opção pouco usual de uniforme já deixa claro suas tendências nada ortodoxas em defesa de Opal City.

Robinson aproveitou para compor mais uma cidade ficcional no quadriverso da editora, que ganha vida a partir de habitantes idiossincráticos e um passado rico em detalhes. Foi com as obras do autor que décadas de passado glorioso de super-heróis tradicionais voltaram a ter destaque nos quadrinhos, abrindo caminho para o retorno da Sociedade da Justiça e toda uma onda nostálgica.

Mas se engana quem imagina que Starman foi uma obra retrô que só olhava para trás. O texto de Robinson, com arte de Tony Harris, tem, sim, reverência pelo que veio antes, mas é sempre progressivo e não se priva de experimentações e novas abordagens sobre ícones conhecidos. E poucos quadrinhos conseguem isso.

Este segundo volume coletando a obra completa, de uma série de seis edições encadernadas, apresenta dois arcos de histórias principais, além de diversas aventuras curtas e até um conto de Natal. Vale dizer que há relação com a trama de mais um crossover da DC, A vingança do submundo, num pequena narrativa com o demônio Neron, mais o primeiro anual do personagem, com o tema Lendas da Terra Morta, no qual Robinson aproveita para explorar o legado futuro de Starman.

O grande destaque é a sequência de aventuras Sand and Stars, justamente por trazer de volta à ativa o Sandman da Era de Ouro, Wesley Dodds. A trama aproveita ganchos de sua série aclamada pelo selo Vertigo, conta com a colaboração do desenhista Guy Davis como um atrativo extra para os fãs, e recebeu o troféu Eisner de melhor arco.

Robinson afirma, no posfácio do álbum, que não aprecia muito a passagem de super-heróis da editora para o selo Vertigo, ainda mais em tempos de investidas mais psicológicas e violentas como Crise de identidade. Deve ter ficado satisfeito com as mudanças decorrentes do reboot atual da DC, enfim.

O segundo grande arco coletado envolve uma viagem de Starman ao inferno para salvar almas inocentes condenadas, e é igualmente poderoso. Interessante como o personagem permite as mais diversas interpretações narrativas pelas mãos de artistas competentes.

James Robinson e Tony Harris criaram elementos distintos da história do Universo DC, ligando pontas soltas de diversos heróis com o nome Starman ao longo das décadas, num conjunto único e vigoroso. Além disso, aproveitaram momentos marcantes da trajetória de personagens como Solomon Grundy, Shade e Névoa, que tiveram suas vidas remodeladas em novas interpretações.

Curioso que Starman surgiu num momento de poucas investidas literárias nos quadrinhos de super-heróis, e provou que não há limites para o verdadeiro talento. Talvez a única série lançada no período que se assemelhe ao título seja Astro City, de Kurt Busiek e Brent Anderson, que também lidava com uma cidade fictícia e gerações de seres superpoderosos.

A arte de Tony Harris, vale ressaltar, é de uma beleza única e fluência narrativa apreciável, com destaque para contrastes e jogos de luz e sombras. Bem diferente do que se pode encontrar nos títulos de super-heróis mais convencionais.

Ainda brilham na edição ilustradores como Craig Hamilton, Matt Smith e J.H. Williams III, garantindo uma variedade de arte capaz de agradar os leitores mais exigentes. Para os apreciadores de super-heróis ou apenas entusiastas de uma boa história que desejam sair da mesmice, Starman é uma aposta certa.

Pena que, no Brasil, a Panini lançou um primeiro encadernado, compilando somente as nove primeiras HQs da série, e, depois disso, não tenha nem acenado com uma continuidade. Os leitores ficaram a ver estrelas, com o perdão do trocadilho.

 

Classificação:

4,0

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