Em 2006, a Hasbro lançou uma linha de bonecos da Marvel chamada Marvel Super Hero Squad, que trazia personagens deformados de maneira a ficaram mais atraentes para um público infantil.

Rapidamente a linha se tornou um hit, sendo colecionada por adultos e crianças e ganhando uma versão animada em 2009, pelo Cartoon Network.

A partir dessa série animada, a Marvel lançou HQs infantis estreladas por essas versões fofinhas de seus personagens. Nos quadrinhos, os vilões da editora estão sempre reunidos em um time liderado pelo Doutor Destino com planos bobos como transformar Thor, Homem de Ferro e companhia em bebês.

A cada aventura, há um grupo novo de heróis, sempre liderados pelo Homem de Ferro. Há também um leve destaque para o personagem novo, o nerd Réptil, criado especialmente para a linha.

São histórias divertidas, sem grandes novidades nos roteiros, voltadas para o público infantil, com o intuito claro de renovar o público e lucrar em cima da linha de bonecos.

Isso leva a outra questão: junto com o lançamento do dispositivo Ipad, um misto de leitor com tablet da Apple, a editora preparou um programa que permitisse aos leitores baixar e ler suas HQs.

O software funcionaria tanto no Ipad quanto nos seus "irmãos mais velhos": Ipod e Iphone.

O programa funciona primeiro como um canal para o leitor se cadastrar e baixar os seus comics direto da editora, pagando também direto para ela. Mas não traz mais nenhuma grande inovação.

Há algumas vantagens, como a possibilidade de rotacionar e dar zoom nas imagens, coisas que a maiorias das HQs autorun lançadas no iTunes não permitiam.

Para estimular os leitores, a Marvel colocou uma série de primeiros números grátis para download. A maioria de HQs publicadas entre cinco e seis anos atrás. Esse Super Hero Squad é a única opção infantil, e também a única que ainda não havia sido lançada no Brasil.

O resultado da leitura é agradável, mas a disposição dos quadrinhos e a narrativa gráfica ainda ficam presas demais ao impresso. Páginas duplas e painéis ficam comprometidos pelas limitações do aparelho.

Fica a sensação de que esse reader da Marvel é apenas o primeiro passo para quadrinhos em dispositivos móveis. O próximo é desenvolvê-los direto para essa plataforma.