O Superboy foi clonado a partir do DNA de Superman e Lex Luthor. Quando o Homem de Aço perdeu a vida enfrentando o Apocalypse, ele virou o protetor do Havaí, participou da Justiça Jovem, da Legião dos Super-Heróis e dos Novos Titãs, morreu em Crise Infinita e ressuscitou no século 31.

Agora, tem uma nova e promissora existência em Smallville, cidade onde Clark Kent cresceu, e protagoniza esta simpática série de aventuras escritas por Jeff Lemire e ilustrada por Píer Gallo e outros artistas, nas quais se consagra como um dos mais carismáticos super-heróis adolescentes dos quadrinhos.

Superboy - Smallville Attacks tem como ponto de partida as histórias produzidas por Geoff Johns e Francis Manapul para o título Adventure Comics, que foram reunidas em Superboy - The Boy of Steel, apresentando os coadjuvantes Simon Valentine e Lori Luthor, uma nova geração de vilões místicos e muita diversão. Não se poderia esperar mais das aventuras do Garoto de Aço.

Jeff Lemire começou a chamar atenção do público em títulos independentes e na série Sweet Tooth, da linha Vertigo, e Superboy marcou sua estreia numa revista convencional de super-heróis.

o autor revelou que não acompanhava as histórias do Superman na época da morte e do retorno, quando preferia títulos mais alternativos. No entanto, isso não o impediu de narrar as novas desventuras do protetor de Smallville com muita propriedade.

O Superboy de Lemire começa se questionando como seria se tivesse uma infância normal, frequentando o colégio e brincando com outras crianças, mas uma visita do Vingador Fantasma logo altera suas preocupações e antecipa uma ameaça ancestral ao universo.

Vilões consagrados da DC, o Parasita e Hera Venenosa marcam presença, mas a participação do Vingador Fantasma dá o tom dessas novas aventuras. Lemire cria uma saga cheia de criaturas sobrenaturais e esquisitices diversas, fazendo da cidade de Smallville um personagem tão distinto quanto o próprio Superboy.

O ponto baixo da série foi um capítulo conectado ao fraco crossover Reino do Apocalypse, publicado atualmente no Brasil pela Panini, em que diversos heróis ligados ao Superman enfrentam a criatura que o matou. Foi um verdadeiro desperdício relacionar Superboy com uma saga tão sem propósito, na qual mesmo um roteirista de talento foi incapaz de fazer a diferença.

Fora isso, todas as histórias de Jeff Lemire têm fôlego e exploram bem relacionamentos, cenas de ação e uma trama complexa envolvendo demônios e rituais de magia negra. É interessante notar que tais elementos dificilmente seriam associados às aventuras do antigo herói do Havaí, e impõem um tom de dramaticidade que prende a atenção do leitor.

Ainda melhor é que, para arrecadar fundos para a reconstrução de Smallville, o jovem herói decide apostar uma corrida com seu colega dos Titãs, o velocista Kid Flash, na qual a participação do cãozinho Krypto pode ser fundamental. Apesar do tom mais sombrio e da atmosfera carregada de tensão e perigo, o título continua uma inesgotável fonte de diversão.

Além da amizade com Simon Valentine, um pequeno gênio que pode se tornar um futuro vilão, e passa a ajudá-lo em suas ações contra o mal, e das tentativas frustradas de relacionamento com Lori Luthor, sobrinha do arqui-inimigo de Superman, o Garoto de Aço ainda cruza seu caminho com um pretenso super-herói do futuro, que regressou para evitar uma realidade opressora e pode custar sua vida.

Dessa forma, cheio de detalhes curiosos e situações imprevisíveis, Superboy foi um título de qualidade que mereceu mais atenção de público e crítica. Com o reboot da DC Comics em 2011, o personagem foi inteiramente reinventado por Scott Lobdell, que optou por desconsiderar suas encarnações anteriores.

Fica a expectativa por mais uma jornada heroica apreciável, pois potencial não falta ao personagem. E aos fãs de sua versão tradicional, esta fase é a oportunidade de curtir uma de suas fases mais surpreendentes.