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Superman # 110 - Panini

27 janeiro 2012

Superman # 110Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: Solo - Parte cinco (Superman # 707) - J. Michael Straczynski (argumento), Chris Roberson (roteiro), Allan Goldman (desenho), Eber Ferreira (arte-final) e Marcelo Maiolo (cores);

Solo - Parte seis (Superman # 708) - J. Michael Straczynski (argumento), Chris Roberson (roteiro), Eddy Barrows (desenho), J.P. Mayer e Júlio Ferreira (arte-final) e Rod Reis (cores);

Solo - Parte sete (Superman # 709) - J. Michael Straczynski (argumento), Chris Roberson (roteiro), Eddy Barrows e Allan Goldman (desenho), J.P. Mayer com Júlio Ferreira (arte-final) e Rod Reis (cores);

Solo - Parte oito (Superman # 710) - J. Michael Straczynski (argumento), Chris Roberson (roteiro), Eddy Barrows (desenho), J.P. Mayer (arte-final) e Rod Reis (cores).

Preço: R$ 6,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Janeiro de 2012

Sinopse

Mais quatro capítulos de Solo. Aqui, um Superman em crise emocional repensa seu papel na sociedade, enquanto enfrenta o problema de uma fábrica e confronta sua esposa Lois Lane, recebe a visita de seus super-herdeiros do futuro e cruza seu caminho com Mulher-Maravilha e Flash. Posteriormente, relembra seu primeiro encontro com Bruce Wayne, enquanto este ainda treinava para virar Batman.

Positivo/Negativo

Apesar do crédito a J. Michael Straczynski como argumentista, nas histórias desta edição o polêmico autor contribuiu apenas com as ideias que havia concatenado previamente para Solo. Quem realmente escreve as edições é o novato Chris Roberson.

Egresso da literatura de ficção científica e tendo despontado na linha Vertigo com iZombie, Roberson recebeu a difícil tarefa de dar sentido a uma das fases mais conturbadas da vida do herói kryptoniano. E pode-se dizer que ele saiu-se bem na sua empreitada, já que, em relação ao que foi visto nas duas edições anteriores, Solo muda da água para o vinho.

Claro que a premissa da história prejudica o novo autor, mas ele consegue se virar bem inserindo um dilema ético interessante e trazendo para o Superman um legado futuro que faz referência a aventuras de Grant Morrison e Alan Moore, e ainda investe bem no relacionamento entre o Homem de Aço e grandes figuras do panteão da DC Comics.

A grande sacada de Chris Roberson foi se utilizar de uma saga problemática e sem coerência do Homem de Aço para escrever boas histórias usando a figura do herói como salvador da humanidade, bem relacionadas com sua cronologia pregressa e o momento atual do Universo DC.

Dessa forma, Solo vira uma releitura moderna da clássica Precisa existir um Superman?, escrita por Elliot S. Maggin na década de 1970, mostrando com eficácia que não há soluções fáceis nem para quem dispõe de poderes especiais.

O último filho de Krypton tem à sua frente um dilema que vai além da força física e da visão de calor, algo que funciona em prol de uma boa história. Como alguém que busca sempre a ação correta, Superman percebe que, seja qual for sua ação, o ideal estará comprometido. E ele ainda se opõe a Lois Lane, numa das maiores crises já enfrentadas pelo casal. Mas essa trama ainda resultaria simples e previsível, não fossem os notáveis acréscimos de Roberson.

Quando John Byrne reformulou o Superman, na década de 1980, apesar de suas boas histórias, uma grande perda para a mitologia do personagem foi o fim de sua dinastia futura. O roteirista determinou que Clark Kent nunca fora Superboy e, assim, jamais inspirou a formação de uma Legião dos Super-Heróis mil anos no futuro. E a própria revista dos heróis adolescentes foi proibida, por imposição editorial, de sequer mencionar o Homem de Aço.

Com o passar do tempo, no entanto, a influência de Byrne na DC diminuiu, e autores como Grant Morrison e Geoff Johns voltaram a presentear os leitores como um legado do Superman. Nesta edição, Chris Roberson expande os conceitos da saga DC Um Milhão e apresenta a Fortaleza da Solidariedade, um ponto de encontro extradimensional para herdeiros do kryptoniano dos mais longínquos pontos do tempo e do espaço.

É curioso notar que, logo numa trama aparentemente depressiva e sem espaço para elementos lúdicos, um escritor de visão estabeleceu uma prova inspiradora e contundente do efeito do super-herói original na realidade.

Além desse Esquadrão Superman, também marcam presença nesta edição a Mulher-Maravilha, Flash e o jovem Bruce Wayne. A heroína amazona surge reformulada pelo próprio Straczynski, que assumiu sua série mensal em mais uma polêmica. Como não há mais explicações, quem não acompanha as aventuras de Diana fica perdido ao perceber que ela e o Homem de Aço nem se conhecem.

Já a participação do futuro Batman tem como ponto de partida uma obscura história assinada por Chuck Dixon e Grahan Nolan, tempos atrás, e é uma grata surpresa. Ver os Melhores do Mundo juntos se tornou comum recentemente, mas Roberson explora o melhor desses esforços heroicos distintos.

Eddy Barrows continua desenhando bem, e o cearense Allan Goldman mantém o nível. Vale mencionar que a Panini está se esforçando para terminar logo a publicação de Solo. Além de pular as edições que serviram como interlúdio para a saga nos Estados Unidos, conseguiu espremer três edições e meia na revista. Agora, é esperar pelo próximo número para ver como Chris Roberson finaliza tudo.

Classificação

3,5

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