Superman # 112 - Panini
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: O reino de Apocalypse - Parte 1 (Steel # 1) - Steve Lyons (roteiro), Ed Benes (arte) e Blond (cores);
O reino de Apocalypse - Parte 2 (Outsiders # 37) - Dan Didio (argumento e roteiro), Philip Tan (coargumento e arte) e Pete Pantazis (cores);
Suporte de vida (Action Comics # 900) - Damon Lindelof (roteiro) e Ryan Sook (arte).
A estrada não trilhada (Superman # 704) - G. Willow Wilson (roteiro), Leandro Oliveira (arte), Walden Wong (arte-final) e Rod Reis (cores).
Preço: R$ 6,50
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Março de 2012
Sinopse
O reino de Apocalypse - A criatura que matou Superman está de volta enfrentando Aço e os Renegados.
Suporte de vida - Jor-El discute com um cientista a tecnologia da nave que levará seu filho à Terra.
Interlúdio de Solo - Lois Lane visita Rushmark, em Indiana, reencontra antigos amigos de faculdade e aproveita para repensar sua vida.
Positivo/Negativo
Após as sagas Novo Krypton e Solo, que dominaram as edições de Superman nos últimos tempos, começa um novo arco que também promete dividir opiniões. O reino de Apocalypse traz de volta a monstruosidade que matou Superman na década de 1990, enfrentando diversos super-heróis e fazendo valer sua selvageria inigualável.
Nesta edição, Apocalypse enfrenta Aço, no primeiro capítulo, e a superequipe Renegados, da qual faz parte o Erradicador, na sequência. Como o leitor já deve saber, os dois personagens ganharam destaque na saga O retorno do Superman, como substitutos do herói kryptoniano que havia morrido.
A intenção por trás da aventura, ao que parece, é integrar melhor os personagens ligados ao Superman, muitos dos quais não interagiam com ele havia um bom tempo, enquanto retoma um dos vilões mais brutais do Universo DC.
Infelizmente, porém, a qualidade do texto é sofrível, em nada lembrando as sagas que marcaram época pelos confrontos de Superman contra Apocalypse.
Concebido pelo artista Dan Jurgens, especificamente para a tarefa de matar o Homem de Aço num evento que ganhou a mídia, Apocalypse é um monstro dotado de pura força bruta e nenhuma inteligência, capaz de se adaptar às habilidades de seus oponentes e renascer cada vez mais poderoso após uma derrota.
Como se percebe, é o tipo de criatura para se usar em histórias de pancadaria sem sentido, e não teria muito valor após cumprido seu papel inicial.
No entanto, como ele caiu no gosto do público, acabou retornando em algumas minisséries, assinadas pelo próprio Jurgens, e depois virou figurinha fácil em grandes sagas e até histórias regulares.
O reino de Apocalypse é a investida mais recente da editora no vilão, e desperdiça tudo que ele ainda tinha de especial. Com narrativas burocráticas e enfadonhas, os dois capítulos desta edição apresentam uma trilha de destruição e morte em que não há criatividade, boas caracterizações ou suspense.
Com o heroico Aço, há uma retrospectiva de sua vida e um esforço sobre-humano contra a fera, mas mesmo o seu sacrifício falha em cativar o leitor. Com os Renegados, a trama é mais confusa e igualmente decepcionante.
Já numa história curta publicada originalmente em Action Comics # 900, de autoria de Damon Lindelof e Ryan Sook, que a Panini encaixou como tapa-buraco, está o melhor momento da edição.
A trama não é nada revolucionária, mas num mês de atrações tão pobres, acaba se destacando. Conhecer detalhes da mitologia do planeta Krypton antes de sua destruição é sempre interessante para os fãs do Superman, e aqui os autores conseguem dar nova luz ao processo que levou Jor-El a salvar seu único filho.
Direta e sem exageros, mas encantadora na medida certa, é uma singela recordação da herança kryptoniana do Homem de Aço, e ilustrada com muita elegância. Mas não impede que a edição seja um desastre completo.
Como se não bastasse todos os capítulos da equivocada Solo, a Panini resolveu publicar fora de hora um dos interlúdios da saga, produzidos por conta dos atrasos do roteirista J. Michael Straczynski.
O texto de G. Willow Wilson acompanha Lois Lane num reencontro com seus antigos colegas de faculdade, e até parece bem intencionado. Revelar a vida pessoal, sentimentos e angústias da mulher do Superman é uma ideia digna, afinal.
Mas a interpretação do autor para a jornalista não poderia ser mais infeliz. No lugar da profissional segura e competente, que vive como companheira do super-herói, dando-lhe apoio e compreensão, surge uma mulher que parece lamentar suas escolhas, carecendo de personalidade.
Esta história acaba justificando a eliminação do casamento de Lois e Clark da cronologia oficial do Universo DC, tamanha a falta de competência com que trata o tema. Os desenhos de Leandro Oliveira, limpos e expressivos, associados à colorização de Rod Reis, são o único destaque.
Parece que encontrar boas histórias do Superman está cada vez mais difícil.
Classificação