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SUPERMAN # 20

21 maio 2004


Autores: Mark Schultz e Joe Kelly (roteiros) e Brandon Badeaux, Jon Bogdanove, Carlos Meglia e Mike McKone (desenhos).

Preço: R$ 6,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Julho de 2004

Sinopse: A revista traz três histórias do Super, com destaque para o confronto: Superman versus Darkseid!

Superman - A mando de Perry White, Clark Kent continua sua investigação secreta sobre Lex Luthor, após ser "demitido" do Planeta Diário. Mas ele se sente mal por esconder a farsa de Lois. No entanto, manter isso em segredo provará ser uma tarefa muito complicada.

Enquanto isso, finalmente a Égide da Entropia se manifesta como uma máquina de guerra de Apokolips, tomando controle de John H. Irons, o Aço!

Em outra história, Superman continua atormentado pelos sonhos em que mata o general Zod. Em um passeio noturno para refrescar a cabeça, terá trabalho para conter um gorila enlouquecido em Chicago.

E, no final, o confronto entre Superman e Darkseid pela alma de John Henry Irons e o destino da Égide!

Positivo/Negativo: Nesta edição é publicado o último número da revista Man of Steel. Na época, a explicação dada pelo editor Eddie Berganza para o encerramento foi que havia um excesso de títulos (quatro) do Superman no mercado e que a quantidade acabava comprometendo a qualidade das histórias.

Mark Shultz entrou em Man of Steel após a última reformulação, junto com Jeph Loeb em Superman, Joe Casey em Adventures of Superman e Joe Kelly em Action Comics.

Durante este tempo, a tendência seguida em Man of Steel foi focar mais no Superman do que em Clark Kent. Com Shultz, as histórias seguiram uma linha mais futurista, na qual vale citar alguns acertos, como a Oficina do Aço, a reconstrução da Fortaleza da Solidão e a Égide da Entropia.

Entretanto, Mark Shultz não é um escritor brilhante, e encerra estes plots de maneira decepcionante. O número derradeiro de Man of Steel serve como prévia para o especial Superman vs Darkseid: Apokolips Now, também publicado nesta edição.

Na primeira história, destaque para o prosseguimento da trama que envolve Clark Kent e Perry White tentando derrubar Luthor da presidência. Shultz realiza um bom trabalho mostrando o remorso do kryptoniano por mentir para Lois sobre sua "parceria" secreta com o ex-chefe.

Mas a história desanda quando muda para a oficina do Aço, na qual o herói negro usa a Égide da Entropia. É na conclusão que o autor falha, ao resolver em alguns quadros uma trama que se arrastou desde o final da mega-saga Mundos em Guerra.

Nessa aventura, John Henry, que havia morrido na base da Liga da Justiça na lua, é ressuscitado pela tecnologia de Apokolips e colocado na Égide, que continha uma parcela do poder do próprio Imperiex. A intenção era usá-lo como arma de guerra, e é explicado que o Aço tem uma relação simbiôntica com a armadura. É ela que o mantém vivo - por isso retorna a Apokolips levando o herói junto..

Uma boa sacada foi o cuidado do Superman ao planejar uma ação em Apokolips, para evitar algo parecido com um "incidente diplomático", o que acarretaria uma reação de Darkseid contra a Terra.

Na arte, Brandon Badeaux mostra uma ótima narrativa, o problema é que
desenha Superman/Clark Kent como um halterofilista com, no mínimo, 200
quilos. Já Jon Bogdanove, após anos afastado dos títulos do Super, retorna
para matar a saudade dos que o admiram e para ser alvo das críticas dos
que o odeiam. Foi no seu traço bem característico que aconteceu a primeira
aparição de John Henry Irons, durante a saga O Retorno do Super-Homem,
pela Abril.

Voltando a Darkseid, o que ele queria mesmo era um portador mais forte para usar o poder da Égide, mais especificamente o monstro irracional Apocalypse, o mesmo que "matou" o Super na década de 1990, numa história escrita por Dan Jurgens.

Aliás, depois de sua estréia triunfal (surrou também a Liga da Justiça e Darkseid) e ter sua origem contada (ele foi fruto de pesquisas de clonagem realizadas em Krypton) , Apocalypse vem sofrendo nas mãos dos escritores. O vilão passou a falar, foi morto durante a saga Mundos em Guerra (só sobraram seus ossos - Superman # 2 da Editora Abril, formatinho), reviveu e virou saco de pancadas do Homem de Aço (Superman # 1, da Panini).

Agora, nesta trama, de novo seu potencial é desperdiçado. O mesmo pode ser dito da batalha entre Superman e Darkseid. Mark Shultz e Mike McKone estragam um dos momentos mais esperados dos quadrinhos. É decepcionante ver como, no final, John Henry é salvo de maneira tão ridícula e rápida.

As explicações dadas devem provocar gargalhadas em qualquer médico. Infelizmente, é no nível mais baixo de seus roteiros que Shultz encerra sua passagem pelo título.

O artista Mike McKone parece ter desenhado às pressas. A luta entre Superman e Darkseid foi mal coreografada, e os painéis em close nos personagens e os poucos quadros não conseguem exprimir a real importância de um evento como este.

A primeira passagem do artista pelos títulos do Homem de Aço (Superman # 1, linha Premium, da Abril) foi bem melhor do que esta.

Na outra história, Joe Kelly está preparando o terreno para o confronto definitivo entre Superman e o General Zod. Toda a trama serve de pano de fundo para mostrar ao Homem de Aço que há outras maneiras de derrotar seu inimigo, sem precisar matá-lo.

Interessante notar no texto a interação do Super com outros heróis, pois antes de enfrentar a ameaça (que pensava ser o Gorila Grood) procura buscar informações a respeito do oponente com o Flash. Isto mostra a necessidade de a Panini manter seus títulos próximos cronologicamente.

Nesta edição há ainda a presença de Hector Hammond, um vilão telepata visto pela última vez em Terceira Guerra Mundial # 1, publicado recentemente pela Mythos.

A trama apresenta Carlos Meglia, com seu traço caricato que, apesar de não combinar com as histórias do personagem, não compromete a narrativa. Como ele mesmo faz a arte-final e a colorização (muito bonita, por sinal), o impacto é menor.

Mais uma vez, a Panini realiza um bom trabalho, escolhendo bem a capa da edição, além de colocar as demais em tamanho natural dentro da revista. De negativo, fica a estranha decisão de colocar a mini que mostra o confronto do Superman contra Darkseid como a última história e não como segunda, já que ela é continuação direta da primeira.

Classificação:

4,0

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