SUPERMAN # 43
Título: SUPERMAN # 43 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Pelo Amanhã - Brian Azzarello (texto), Jim Lee (desenhos), Scott Williams, Matt Banning, Eric Basaldua, Sandra Hope, Danny Wiki, Tim Townsend e Joe Weems (arte-final);
O Raio Cai Duas Vezes - Judd Winick (texto), Ian Churchill (desenhos) e Norm Rapmund (arte-final).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2006
Sinopse: No desfecho de Pelo Amanhã, Superman enfrenta Zod.
Em O Raio Cai Duas Vezes, um fenômeno estranho começa a fazer pessoas comuns cometerem suicídio. Superman e Capitão Marvel terão de unir forças para enfrentar a causa.
Positivo/Negativo: Enfim, encerra-se Pelo Amanhã, série de Azzarello e Jim Lee. A história foi anunciada como a salvação da lavoura em uma fase em que o Superman convivia com roteiristas medianos. O autor de 100 Balas, a série da Vertigo mais elogiada nos últimos anos, se uniria ao desenhista blockbuster que recém encerrara sua passagem pela saga Silêncio, em Batman - para produzir a grande aventura do Homem de Aço desta década.
No começo, a trama não tinha pé nem cabeça. Mas o que poderia ser um truque narrativo de Azzarello não evoluía - e Pelo Amanhã foi uma saga que não fez sentido algum até a metade.
Com a proximidade do fim, as pontas soltas (que eram muitas) foram se fechando. Mas comprovavam o que já se suspeitava: a saga era ruim de doer. A partir de um conceito brilhante (Superman transforma a Zona Fantasma em uma utopia), o escritor fez seu pior trabalho. A seu lado, Lee parecia deslocado. Sua arte simplesmente não tinha nada a ver com aqueles diálogos.
O encerramento não tem nada demais: fecha as pontas. Pior: consegue estragar o destino do padre. Já é tarde para transformar Pelo Amanhã em um clássico dos quadrinhos. Mas, pelo menos, este número abre com uma grande frase de Azzarello, na boca de Superman:
- Por que viver para salvar mundos quando foi o fim de um mundo que me criou?
Além do desfecho de Pelo Amanhã, que ocupa um quarto da revista, Superman # 43 traz a saga completa O Raio Cai Duas Vezes. É nela que começa um esforço de Winick para reposicionar o Capitão Marvel como um dos principais personagens do Universo DC - que culmina em um título próprio do herói em 12 edições, com a nova arte computadorizada de Howard Porter, ainda não lançado nos Estados Unidos.
Winick é um autor irregular. E aqui faz uma bela primeira parte e um miolo morno. Mas acaba encerrando mal, com o fraquíssimo recurso de deus ex machina - uma expressão que significa "deus surgido da máquina", mas que designa situações em que um elemento externo (e inesperado) intervém na narrativa para solucionar um problema.
É como se, num combate em que Lex Luthor está derrotando Superman, um meteorito caísse na cabeça do vilão e acabasse com o problema. É uma saída fácil e pouco criativa.
Tudo bem que, na história, o uso desse recurso vai se desdobrar na série pré-Crise Infinita, Dia de Vingança e em outros títulos. Mas, francamente, ver um personagem com poderes divinos surgir do nada para liquidar o vilão é apelativo demais.
Um dos pontos altos da edição, por incrível que pareça, é a seção de cartas. As duas mensagens publicadas desvendam detalhes curiosos da arte de Ivan Reis e de Jim Lee vistas em edições anteriores.
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