Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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SUPERMAN # 5

1 dezembro 2001

Superman #5
Título: SUPERMAN # 5 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: Super-Homem - Geoff Johns, Joe Kelly & Jeph Loeb (argumentos), Todd Nauck, Pascual Ferry & Ed McGuinness (desenhos) e Lary Stucker, Scott Hanna & Cam Smith (arte-final);
Mulher-Maravilha - J.M DeMatteis (roteiros) Phil Jimenez (argumentos e desenhos) e Andy Lanning & Cam Smith (arte-final).

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2003

Sinopse: Super-Homem - A gangue Royal Flush está recrutando novos bandidos para aumentar sua área de atuação em várias cidades dos Estados Unidos. Metrópolis também está na lista, e o Homem de Aço resolve intervir e desmantelar o grupo. Será que ele consegue?

Na segunda aventura, o herói é levado para um outro mundo, cujo povo pacífico foi atacado pelo conquistador Kanjar-Ro. A missão do herói é livrar seus habitantes das garras desse tirano. Só existe um problema: esse planeta é iluminado por um sol vermelho!

Por fim, mudanças em Smallville. Os pais de Clark abrem uma lanchonete na cidade - que volta às suas atividades normais após a guerra -, e o primeiro cliente é o Super-Homem em pessoa. Logo após a inauguração, um encontro com o Tio Sam (o maior símbolo americano) provoca reflexões no herói.

Mulher-Maravilha - Ares, o deus da Guerra, ressurge na Terra, mas não esperava que seus próprios filhos tentassem traí-lo. E essa pode ser a única chance de Batman, Diana e seus aliados nesta batalha.

Positivo/Negativo: A quinta edição de Superman traz a conclusão da primeira saga de Phil Jimenez com a Mulher-Maravilha, que havia sido pulada pela Editora Abril. É um começo positivo, com uma boa história (apesar de um pouco arrastada) e ótimos desenhos. Algumas tramas já foram publicadas no Brasil, como a guerra que assolou Themyscira em Paraíso Perdido e a morte de Hipólita na saga Mundos em Guerra.

Já nas histórias do herói que dá nome ao título, fica o destaque para a terceira delas. Não pela qualidade da trama em si, que é apenas regular, mas sim para dois fatos importantes. O primeiro é a descoberta de Lex Luthor de que Clark Kent e o Super-Homem são a mesma pessoa. A maneira como foi feita é interessante e lógica, já que agora o vilão é o presidente dos Estados Unidos.

O segundo aspecto é para a luta do Homem de Aço com o Tio Sam (sim, ele mesmo, que no Universo DC ainda é um personagem ativo - basta lembrar, por exemplo, da minissérie em duas edições U.S. Tio Sam, de Steve Darnall e Alex Ross, publicada no Brasil em 1998, pela Editora Abril).

É uma história cheia de simbologia, na qual o combate físico entre os dois é, na verdade, um duelo ideológico. Apesar de ter sido tratado de maneira simples e superficial, provoca em Clark uma série de questionamentos sobre sua luta pelo "modo de vida americano" (o tão apregoado american way of life).

"Afinal, por que adotar o estilo americano? Não devia ser algo mais... universal?", se pergunta no final da aventura.

Apesar de ter sido publicada no início de 2002, essa trama foi escrita pouco tempo depois dos atentados ao World Trade Center (que são mencionados na história), quando o patriotismo estava à flor da pele dos americanos. Chega a ser uma atitude digna de comentário expor esse tipo de reflexão numa época tão atribulada para o país, justamente com um dos personagens que mais leva o estigma de representar os ideais americanos.

Em outra passagem, o Super-Homem expõem a maneira com que os Estados Unidos foi criado e vive até hoje, com a participação de diversos povos em sua formação (Nova York, por exemplo, é uma das cidades do mundo que mais abriga imigrantes), indo contra um movimento que ficou bastante claro na época dos atentados: o preconceito contra determinadas etnias. Isso também chegou a ser dito no especial do Homem-Aranha sobre a tragédia.

O próprio herói é um imigrante que encontrou seu lugar, e deixa claro que a participação de estrangeiros no país é importante. Claro que a aventura demonstra sentimento aos Estados Unidos, mas isso não é narrado de maneira ufanista, mas sim com questionamentos.

Isso, aliás, vem sendo feito há algum tempo. Acabou sendo de muito proveito Lex Luthor (o maior inimigo do "Azulão") ser o presidente dos Estados Unidos nos quadrinhos, pois isso provocou alguns benefícios às histórias do personagem, devido ao cenário internacional que vivemos no mundo real, principalmente com as atitudes do governo americano.

Isso impediu a tentação de fazer cenas demagógicas, como o Super-Homem batendo continência ao presidente, e acabou colocando-o, de certa maneira, contra atitudes tomadas na Casa Branca (dos quadrinhos), tendo que repensar sua postura.

Curioso notar que, no Universo DC, George W. Bush nunca se elegeu presidente. Logo após Bill Clinton, foi a vez de Lex Luthor assumir o posto.

Chega a ser comum editoras americanas mostrarem "participações especiais" dos presidentes em algumas revistas. Com o próprio Homem de Aço, Bill Clinton participou da saga O Retorno do Super-Homem, e até mesmo John Kennedy marcou presença no título do herói na década de 1960.

Recentemente, George W. Bush apareceu em Marvel Millenium #13, numa conversa com o Capitão América. E quem não se lembra da crítica afiada de Frank Miller a Ronald Reagan em Batman: O Cavaleiro das Trevas?

Classificação: - Samir Naliato

 

Classificação:

4,0

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