SUPERMAN # 54
Título: SUPERMAN # 54 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Para o alto, e avante! - Geoff Johns, Kurt Busiek (texto) e Pete Woods (arte);
Candor - Greg Rucka (texto), Ed Benes (desenhos) e Norm Rapmund (arte-final);
Novos mapas do Inferno - Warren Ellis (texto) e Butch Guice (arte).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2007
Sinopse: Para o alto, e avante! - Um ano depois de Crise Infinita, Superman está desaparecido. Clark Kent, sem poderes, está empenhado em uma série de reportagens em que desmantela a Intergangue e o recém-absolvido Lex Luthor.
Para isso, conta com um relógio sinalizador para convocar Supergirl e com os velhos companheiros da extinta Liga da Justiça - o que pode render um convite inusitado para retomar a vida de herói.
Candor - Supergirl e Poderosa enfrentam um regime despótico em Kandor Um ano depois de Crise Infinita.
Novos mapas do Inferno - A Liga da Justiça enfrenta Z, auto-intitulado a maior arma da galáxia.
Positivo/Negativo: Entre o quinto e o sexto números de Crise Infinita, a DC mudou os rumos da série e deu um salto temporal de um ano rumo ao futuro de seus títulos. O evento virou Um Ano Depois - selo estampado nas revistas de linha da editora a partir deste mês.
É uma jogada muito bem orquestrada. Prejudicou Crise Infinita, que já estava capenga mesmo, mas dá uma oxigenada nas séries mensais.
Um dos maiores problemas dos quadrinhos de super-heróis é a cronologia densa e arrastada que exige do leitor um conhecimento enciclopédico de anos a fio de histórias muitas vezes com qualidade bastante questionável.
Quando um ano inteiro de cronologia é pulado, a mensagem fica mais ou menos clara: todos os leitores estarão perdidos ao mesmo tempo e um bom pedaço do que rolou precisará ser explicado em algum momento.
Para novos leitores, a proposta de Um Ano Depois é tentadora. Não que exigência de uma carga cronológica inexista - mas ela poucas vezes pareceu tão flexível em tantos títulos ao mesmo tempo.
O salto temporal também garante uma boa dose de segredos e mistérios. Os roteiristas aproveitaram para dar uma sacudida nos títulos sem a necessidade imediata de explicar como chegaram lá. Superman, por exemplo, aparece sem poderes, e Supergirl está ao lado de Poderosa numa Kandor governada por um suposto Kal-El tirano.
A história de Superman, porém, é mais factível. Kurt Busiek e Geoff Johns criam uma trama dentro da normalidade das aventuras do Homem de Aço. A grande reviravolta é o sumiço dos poderes de Clark Kent, mas os elementos clássicos estão todos lá - Metrópolis, o Planeta Diário, Lois Lane e até o charuto de Perry White, último estandarte tabagista dos quadrinhos norte-americanos.
E a nova dupla de roteiristas inventa muito pouco para fazer um novo começo empolgante, apoiados em uma arte encantadora de Woods.
Supergirl já é um caso mais complicado. Rucka arremessa a personagem em uma realidade esquisita ao lado de Poderosa. Apesar de o ano cortado ser anunciado em todos os cantos, Supergirl é uma personagem relativamente nova e mal tinha começado a ser trabalhada quando foi jogada direto em Crise Infinita.
Rucka é um roteirista tarimbado e competente. Acerta muito mais do que erra. Seu parceiro, o brasileiro Ed Benes, é perfeito para desenhar gostosas. Mas a emulação de um velho argumento da Era de Prata precisa andar um pouco mais para convencer.
Correndo por fora, está o arco de Warren Ellis e Butch Guide em LJA - Arquivos Confidenciais, que se passa cronologicamente bem antes de Crise Infinita - uma característica do título que não está bem explorada nas revistas por que se espalhou. A série é também a única não zerada - nesta edição, o leitor encontrará a quarta parte da história.
Novos mapas do Inferno tem sido uma HQ acima da média, mas dá uma patinada neste número ao apresentar o ser por trás da ameaça à Liga. Num arco em tantas partes, é normal que haja algumas irregularidades para se contar a história. Mas Ellis se perde e não empolga. Sobram apenas as boas sacadas com os poderes dos heróis.
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