SUPERMAN # 56
Título: SUPERMAN # 56 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Para o alto, e avante! - Mais veloz que uma bala - Geoff Johns, Kurt Busiek (texto) e Pete Woods (arte);
Para o alto, e avante! - Isto é um trabalho para... - Geoff Johns, Kurt Busiek (texto) e Renato Guedes (arte);
Candor - Joe Kelly (texto), Ron Adrian (desenhos), Rob Lea e Norm Rapmund (arte-final);
Novos mapas do inferno - Warren Ellis (texto) e Butch Guice (arte).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: Para o alto, e avante! - Os poderes do Superman estão, aos poucos, voltando. Ele ainda está incapaz de voar e tem dons limitados, mas já é um alvo disputado por supervilões que anseiam por receber uma grande recompensa oferecida pela Intergangue.
Enquanto o Homem de Aço é caçado por Curto-Circuito, Banshee Prateada, Sanguinário, Hellgrammite e Tumulto, em outro canto de Metrópolis, Lex Luthor prepara um artefato com cristais de Krypton.
Candor - O regime ditatorial de Kandor continua, mas os mistérios em torno da cidade estão mais próximos de ser resolvidos.
Novos mapas do inferno - Superman decifra o enigma de Z, reunindo a Liga da Justiça para um confronto final com um vilão.
Positivo/Negativo: Apesar da baixa qualidade e, portanto, de uma participação pífia de Superman, Crise Infinita foi uma série muito generosa com a revista do Homem de Aço. E os ecos de boas tramas continuam no evento que sucede a macrossérie, Um Ano Depois.
Fato é que depois de anos de histórias irregulares, com acertos muito eventuais por parte dos roteiristas, Superman enfim voltou a ser um dos personagens mais interessantes para se acompanhar na DC Comics.
O fenômeno é notável na primeira metade desta edição, que reproduz as revistas norte-americanas Superman e Action Comics. Trata-se do recomeço do herói em Um Ano Depois, quando ele, aos poucos, retoma os poderes perdidos durante a Crise Infinita.
Com desenhos elegantes de Pete Woods e do brasileiro Renato Guedes, valorizados por um trabalho esplêndido do colorista Brad Anderson, a série começa a trazer elementos do longa-metragem Superman - O Retorno, que saiu na mesma época em que as histórias foram lançadas nos Estados Unidos.
As aventuras têm uma pegada de cotidiano, uma leveza e um tom de bom humor. Nos dois casos, trata-se de retornos. Mas há também detalhes mais objetivos: a trama com Lex Luthor usando cristais kryptonianos como arma, um emblema em relevo no peito do herói e até mesmo alguns ângulos de vôo (o que se vê nitidamente nas páginas 38 e 39).
A aproximação em direção ao cinema, contudo, não é forçada. Os elementos são usados com riqueza e desenvoltura, e bem mesclados a personagens típicos das HQs, como Banshee Prateada e a Intergangue.
Supergirl passa por uma reviravolta: depois de construir uma miscelânea de mistérios com uma Kandor governada por um Superman ditador e de jogar a superprima ao lado de Poderosa no meio da confusão, Greg Rucka sai do título e é substituído por Joe Kelly, um roteirista mediano, evidentemente com menos recursos que seu antecessor.
Kelly, espertamente, parece querer se livrar da trama complicada armada por Rucka e começa desesperadamente a amarrar pontas soltas. Mas já é tarde: o arco de estréia de Supergirl em Um Ano Depois já foi pro saco.
Depois de um bom desenvolvimento, o desfecho de LJA - Arquivos Confidenciais é fraco. Ellis erra e recai no clichê de heróis iludidos por um vilão de quinta. Pior: sem nenhuma das esquisitices que elevaram o nível da série.
A última página, uma ode à exaustão da vida dura dos super-heróis, é divertida e chega a cansar o próprio leitor, mas ainda assim não chega perto de salvar a história - que ainda assim é uma das melhores Arquivos Confidenciais publicadas até aqui.
Para piorar, a própria história pode atrapalhar o leitor. Mais uma vez, não há nenhum aviso da redação de que ela se passa antes da dissolução da Liga, que foi mostrada há mais de um ano. E daí aparece um Superman com plenos poderes, o Flash Wally West em atividade, Kyle Rayner como Lanterna Verde e por aí vai...
É contradição que não acaba mais, ainda mais para um período em que a Panini convocou novos leitores para acompanhar as revistas. Parece que, para acompanhar as edições nacionais, o sujeito precisa saber do que se passa no mercado norte-americano - e conseguir depreender, pelo crédito, do que se trata a tal JLA Classified.
Só para lembrar: o papel do editor inclui a tradução e a adaptação não só das histórias, mas também das sutilezas do mercado e das nuances do vasto universo ficcional formado pelos heróis da DC.
Nas revistas de linha, há alguns esforços nesse sentido. A adoção de páginas de resumo de edições anteriores é bem-vinda. Mas, em Superman, o formato de Planeta Diário só contempla as aventuras do Homem de Aço, deixando Supergirl e a problemática história da Liga de fora.
Sem falar, claro, que a página não tem cara de jornal de verdade e merece um capricho maior para ficar bem feita. Aliás: nesta edição, o logotipo do jornal no alto da página saiu sem o globo.
Outra atitude bacana é a republicação, na seção de cartas, do alfabeto de caracteres kryptonianos adotados nas histórias. Bastante usados pela DC nos últimos anos, só tinham saído por aqui uma vez, nos primórdios da revista Superman & Batman. Neste número, há alguns balões falados em "kryptonês" (que na verdade é português cifrado). Um deles, inclusive, com um "i" faltando.
Republicar o alfabeto de tempos em tempos facilita a vida do leitor, um serviço que a Panini tem deixado a desejar algumas vezes, principalmente desde que o volume de publicações da editora cresceu violentamente.
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