SUPERMAN # 62
Autores: A arte da galhofa - Kurt Busiek (texto), Mike Manley
(desenhos), Bret Blevins (arte-final) e Lee Loughridge (cores);
Moça perigosa - Kurt Busiek (argumento e texto), Richard Howell
(argumento e desenhos), Eduardo Barreto (arte-final) e Lee Loughridge
(cores);
Bem-vindos a Serei-Trópolis - Jimmy Palmiotti, Justin Gray (texto),
Koi Turnbull (desenhos), Sandra Hope (arte-final) e J.D. Smith (cores);
Amor à primeira briga - Joe Kelly (texto), Ian Churchill (desenhos),
Norm Rapmund (arte-final) e Rod Reis (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Janeiro de 2008
Sinopse: A arte da galhofa - Galhofeiro faz uma parceria
com um novo bandido, o gangsta rapper Nitro G, para um grande golpe.
Mas seu objetivo final é, como sempre, atrapalhar a vida de Superman.
Moça perigosa - Em uma festa beneficente com a presença da Mulher-Maravilha,
Superman tanta impedir um roubo protagonizado por Khyrana, uma grega amaldiçoada
por Zeus.
Bem-vindos a Serei-Trópolis - Metrópolis se transforma em uma cidade
submarina comandada por um Superman tirano e sua mulher, a sereia Lori
Lemaris.
Amor à primeira briga - Supergirl e Poderoso se metem em uma briga
com bandidos logo no primeiro encontro.
Positivo/Negativo: Esta edição de Superman tem um quê especial:
é a primeira do ano em que o super-herói e sua editora, a DC Comics,
completam não só 70 anos de existência, mas também de presença no Brasil.
A estréia norte-americana foi em junho, na revista Action Comics #
1. Por aqui, o personagem desembarcou logo a seguir, em dezembro,
no suplemento A Gazetinha # 445.
A comemoração já começou: na capa, há um selo alusivo às festividades.
No fim da revista, um texto avisa o leitor que a Panini preparou
um ano movimentado e adianta alguns lançamentos (mas esqueceu de atualizar
a data da seção Destaques, que ainda fala de dezembro de 2007).
Mas é no miolo que o leitor pode sentir que é um bom período para se comemorar.
As histórias do Homem de Aço estão em uma fase ímpar, como poucas vezes
se viu nos últimos anos. A revista tem sido a melhor opção dentre os títulos
regulares da DC, a ponto de entrar bem posicionada na seleção
dos melhores do ano passado aqui do Universo HQ.
O roteirista Kurt Busiek ocupa metade da revista com duas histórias empolgantes.
A primeira é simples e divertida. Traz uma aventura do Galhofeiro em que
o vilão humorista vira o protagonista e, de certa forma, o herói. É ele
quem acaba derrotando Nitro G, um pivete mimado que bota banca de bandidão.
Galhofeiro ainda zomba do rapaz e de seu bando por falarem palavrão, fazendo
uma nítida alusão aos títulos dirigidos a leitores adultos que, no fim
das contas, confundem maturidade com pirraça hormonal: "Eles se baseiam
demais naquele tal de Tarantino, esses novatos. Não entendem de charme,
de presença", diz o vilão clássico.
A arte da galhofa acaba se revelando uma homenagem a um tempo em
que os quadrinhos podiam ser mais leves.
Moça perigosa também presta uma homenagem ao passado: é a típica
história dos team-ups, revistas que reuniam personagens do mesmo
universo ficcional.
Aqui, em uma história fechada, Superman, Lois Lane e Mulher-Maravilha
se unem, enfrentam a vilã e pronto. Sem frescura, sem rodeios, é uma diversão
bem contada, com um traço igualmente leve e objetivo, que valoriza a simplicidade
que o gênero pode oferecer. A história não tem nada de mais e, por isso,
brilha e se destaca.
Pena que a segunda metade da revista fique tão aquém da primeira. Supergirl
é uma série perdida sobre uma personagem perdida. Nem o título nem a heroína
conseguem encontrar seu rumo. O resultado, invariavelmente, é pífio.
Já Superman Confidencial começa uma nova fase, enquanto a conclusão
de Kryptonita espera a publicação norte-americana e o processo
de tradução e adaptação.
O contraste de Bem-vindos a Serei-Trópolis com a bem-equilibrada
série de Cooke e Sale é gritante. Por um lado, a nova trama é boba. Por
outro, a história peca pelo exagero: os personagens são retratados como
histéricos e a arte tenta ângulos tão ousados que cansam. O arco de Lori
Lemaris precisa evoluir muito para convencer.
Além do mais, faz falta uma nota dizendo que a aventura é situada no passado
da cronologia do Homem de Aço. Afinal, leitor não é adivinho.
De qualquer maneira, mesmo com meia revista capenga, Superman tem
bons motivos para celebrar ao soprar as velhinhas.
Classificação: