SUPERMAN # 67
Autores: Entreato - Dwayne McDuffie (texto) e Roberto Guedes (arte e cores);
Sangria - Joe Kelly (texto), Alé Garza (desenhos), Marlo Alquila e Andy Lanning (arte-final) (cores);
O limite da eternidade e Supercidade - Dan Abnett, Andy Lanning (texto), Chris Batista (desenhos), Cam Smith (arte-final), Prentis Rollins (arte-final parcial em Supercidade) e Jason Wright (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2008
Sinopse: Entreato - Enquanto Superman está preso na Zona Fantasma, Jonathan Kent relembra uma aventura que viveu com o filho no espaço sideral.
Sangria - Supergirl enfrenta seus amigos pelo destino de matar Kal-El, seu primo.
O limite da eternidade e Supercidade - Numa história situada no passado, Superman tem seu primeiro encontro com os Novos Deuses.
Positivo/Negativo: As últimas edições de Superman foram marcadas por uma boa quantidade de citações aos filmes do Homem de Aço. O motivo era a presença de Richard Donner, diretor do longa-metragem Superman, da década de 1970, como co-roteirista.
Donner não participa deste número. Ainda assim, sua presença é marcante em alguns detalhes, como a Fortaleza da Solidão de cristal.
Mas há outra adaptação influenciando nas histórias. É a série de TV Smallville, que versa sobre a adolescência de Clark Kent antes de ele vestir o traje de super-herói.
A primeira página de história já deixa isso claro. O artista brasileiro Renato Guedes, que já desenhou a adaptação em quadrinhos de Smallville, apresenta o casal Jonathan e Martha Kent com feições bem próximas das dos atores do seriado.
A diferença é que, em um exercício de imaginação de Guedes, ambos ficaram mais velhos - e que, na TV, Jonathan morreu enquanto Clark era adolescente. Fora isso, até a camisa é igual.
Outra interferência vem mais adiante, em Supergirl. É que, como na versão televisiva, Kara vive o dilema de chegar à Terra com a missão de assassinar seu primo por ordens do pai dele, Jor-El.
A diferença entre as duas histórias está na qualidade.
Entreato é uma bela HQ. O roteiro de Dwayne McDuffie é, ao mesmo tempo, comovente e empolgante. A história é simples, direta, mas a sensação é de que muita coisa acontece em suas míseras vinte e poucas páginas.
O mérito do roteirista, porém, precisa ser dividido com o artista. Guedes está em plena forma, fazendo um trabalho realmente admirável. Não é só seu traço delicado que funciona, mas também sua colorização bonita, diferente dos tons chapados e grosseiros de boa parte das revistas de super-heróis norte-americanas.
Já Supergirl é, de novo, um fiasco. A trama chegou até aqui enrolada e confusa. Quanto mais se tenta explicar, pior fica. E o que fica claro revela uma só verdade: mesmo que fosse uma história bem contada, ainda assim seria um argumento medonho.
A segunda metade da revista é ocupada por um novo arco de Superman Confidencial. A história mostra o primeiro encontro do Homem de Aço com os Novos Deuses, personagens criados pelo lendário Jack Kirby, nos anos de 1970.
Como já virou prática comum, a Panini se isenta de explicar que as histórias publicadas originalmente em Superman Confidential se situam no passado do Homem de Aço. Não há nem mesmo uma nota de rodapé ou um texto introdutório - o que causa certa confusão ao leitor pouco habituado às idiossincrasias dos quadrinhos de super-heróis.
Mesmo que bagunce um pouco o coreto, a aventura vale a pena. É que o Quarto Mundo é um dos cantinhos mais interessantes do Universo DC. Kirby criou criaturas absurdamente poderosas, mas com uma pegada bem humana. Um exemplo disso é o líder do planeta Nova Gênese, Pai Celestial: por mais majestoso que seja, ele ainda é um velhinho com uma roupa esquisita.
Embora altere bastante o tom da história original de Kirby, o time criativo não fere a essência dos personagens. As mudanças são sutis, como uma certa conspiração que é revelada. Mas não é nada perto do que o roteirista Grant Morrison fez na minissérie Sete Soldados da Vitória, por exemplo.
No fim das contas, Dan Abnett e Andy Lanning fazem o seu melhor: uma aventura típica de super-heróis, com muita ação e alguma pancadaria. E o resultado é bem bacana.
Classificação: