Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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SUPERMAN # 70

1 dezembro 2008


Autores: A família do Superman: Jimmy - Kurt Busiek (texto), Rick Leonardi (desenhos), Ande Parks (arte-final) e Peter Pantazis (cores);

3-2-1 Ação! - Kurt Busiek (texto), Brad Walker (desenhos), John Livesay (arte-final), Tanya Horie e Richard Horie (cores);

Nenhuma boa ação... - Tony Bedard (texto), Renato Guedes (desenhos e cores) e José Wilson Magalhães (arte-final);

O terceiro kryptoniano - Kurt Busiek (texto), Rick Leonardi (desenhos), Dan Green (arte-final) e Peter Pantazis (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Setembro de 2008

Sinopse: A família do Superman: Jimmy - A história, situada no passado, mostra como o jovem Jimmy Olsen caiu nas graças de Perry White e se tornou o grande amigo de Superman.

3-2-1 Ação! - Ao visitar a prisão em que o Homem de Kryptonita está, Jimmy Olsen é tentado a usar os poderes recém-adquiridos.

Nenhuma boa ação... - Supergirl enfrenta as conseqüências de ter atacado o avião do presidente dos Estados Unidos.

O terceiro kryptoniano - Superman sai em busca do misterioso kryptoniano cuja presença o Leiloeiro detectou na Terra.

Positivo/Negativo: Se a edição anterior de Superman foi dedicada aos desfechos, esta é uma revista cheia de novidades. Isso porque, junto com Batman # 70, foi a primeira da linha DC da Panini a chegar às bancas depois da recente reformulação editorial - daí a cor especial na capa e o chaveirinho de brinde.

A idéia é que as histórias começassem de uma forma amigável para atrair novos leitores - tanto que o editorial da página 98 chega a pedir "Avise a todos sobre o que está acontecendo".

Na prática, as coisas não são bem assim. Por mais que o título esteja razoavelmente zerado, a equipe editorial brasileira tem pouca margem de manobra para interromper o forte fluxo de continuidade que está impregnado no material original norte-americano. Afinal, essa é a lógica do mercado de super-heróis: as histórias estão todas inter-relacionadas - e a estratégia de marketing das editoras é apavorar os leitores com a idéia de que ficarão perdidos para sempre se deixarem pra trás uma revistinha qualquer.

Às vezes, o alerta faz algum sentido: o leitor pode mesmo se perder. Nesta edição, por exemplo, quem não lê Contagem Regressiva não saberá por que diabos Jimmy Olsen ganhou superpoderes.

Sem a segunda parte da minissérie O ataque das amazonas, fica-se boiando na aventura de Supergirl, que é uma seqüência dos fatos mostrados por lá.

O terceiro kryptoniano está relacionado com HQs mostradas na própria revista do Homem de Aço. Ou seja: os arcos estão no começo, mas isso não quer dizer que leitores novatos não vão se sentir perdidos às vezes.

Para isso, a Panini ofereceu uma mãozinha nesta edição: um volume razoável de notas de rodapé bem posicionadas, sem excessos, na medida certa. Isso ajuda muito, claro, mas é um paliativo.

O fato que precisa ficar claro para os iniciantes é que não importa quando eles vão começar a ler: a grande narrativa dos universos de super-heróis sempre estará lá, como uma floresta escura e cheia de armadilhas. Ela terá que ser desbravada - mas isso, ao contrário do que parece a princípio, faz parte da diversão!

O que as editoras podem fazer é programar matérias explicativas, notas de rodapé, edições especiais e histórias nas revistas que ajudem a esclarecer o que está acontecendo.

No caso da DC, a Panini vem tateando nesse terreno. É o caso do álbum Crise nas Múltiplas Terras, lançado há pouco, e da HQ A família do Superman: Jimmy, que consta desta edição. Só assim, conhecendo melhor o contexto, o leitor novo terá segurança de que não está sozinho para entrar no Universo DC.

Não é a continuidade pura e simples que estraga a diversão dos quadrinhos de super-heróis - as histórias ruins são um problema bem maior. E a irregularidade das aventuras tem se mostrado um calcanhar de Aquiles bem maior nas revistas com o selo da DC.

A família do Superman: Jimmy, por exemplo, é uma aventura simples, empolgante, divertida, que revira o passado de Jimmy Olsen. Tem arte correta, que não encanta, mas faz seu trabalho. Mas, logo em seguida, com roteiro do mesmo autor, 3-2-1 Ação! é boba e sem sentido: sai do nada e chega a lugar nenhum - ou, pior ainda, deságua na fraca minissérie Contagem regressiva.

Supergirl é um caso à parte. Com o novo time criativo, o título melhorou. A arte, agora sob a guarda do brasileiro Renato Guedes, está excelente - depois de amargar uma fase vulgar, a Garota de Aço finalmente parece uma garota. O texto, por incrível que pareça, também fica melhor - mas só porque os roteiros anteriores rendiam tramas que beiravam a ilegibilidade. Bedard tem currículo de escritor sem sal - e é só isso que a primeira HQ reforça.

Por fim, O terceiro kryptoniano é uma daquelas aberrações que o mercado norte-americano é pródigo em produzir: um arco tapa-buracos que, quando chega aqui, traz como destaque o garoto Chris, um personagem que já teve seu destino decidido na edição anterior, e uma relação com outro arco já concluído.

Não é exatamente uma má história: tem roteiro competente e desenhos idem. Mas custava a DC evitar uma baderna dessas?

Reformulada, em boa fase, a revista Superman rende o máximo que pode. Mas há um limite do que uma reforma editorial no Brasil pode fazer em relação às idiossincrasias do gênero dos encapados, aos altos e baixos das séries e às decisões para lá de questionáveis dos editores norte-americanos.

Classificação:

4,0

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