SUPERMAN # 73
Autores: Fuga do Mundo Bizarro - Geoff Johns, Richard Donner (texto), Eric Powell (arte) e Dave Stewart (cores);
Hipercubo - Kelley Puckett (texto), Drew Johnson (desenhos), Ray Snyder (arte-final) e Brad Anderson (cores);
Relação Sinal-Ruído - B. Clay Moore (texto), Phil Hester (desenhos), Andy Parks (arte-final) e Pete Pantazis (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Dezembro de 2008
Sinopse: Fuga do Mundo Bizarro - No Mundo Bizarro, Superman encontra muitos elementos familiares com a sua Terra - entre eles, Lex Luthor e a Liga da Justiça.
Hipercubo - Depois de cair numa armadilha de Batman, Supergirl recebe um chamado de Superman para dar uma mão na Guerra dos Anéis.
Relação Sinal-Ruído - Depois de ver Jimmy Olsen se meter em muita confusão, Superman cria o famoso relógio sinalizador.
Positivo/Negativo: Entre os leitores dos títulos da DC Comics, tem sido cada vez mais comum o discurso de que a editora vai de mal a pior.
Títulos de qualidade pífia, como Prelúdio para a Crise Final e Contagem Regressiva, indicam que a reclamação é autêntica e justificada. Mas seria injusto dizer que a crítica se aplica a todas as revistas da casa.
Esta edição de Superman é uma prova de que a DC ainda é capaz de produzir histórias excepcionais - mesmo quando se trata de material regular.
Um exemplo é o arco Fuga do Mundo Bizarro. Depois de uma boa edição inicial, mas que ficou à sombra de um mote semelhante de Grandes Astros - Superman, Geoff Johns e seu parceiro Richard Donner (do filme Superman) dão a volta por cima e contam uma aventura encantadora, que tem uma pegada forte de humor.
Mesmo com o bom roteiro, são outros dois elementos fazem a trama crescer.
Um deles é a arte de Eric Powell (Goon), artista que não costuma trabalhar com super-heróis convencionais. É um desenho pesado, profundamente expressivo, dono de um movimento raro de se ver. Monstruoso por si só, o traço faz um Mundo Bizarro maravilhoso - diferente, mas tão bom quanto o de Frank Quitely.
O outro fator são as cores de Dave Stewart, o melhor colorista regular da DC Comics. Ele não apenas preenche os traços. Seu trabalho colabora sensivelmente para o tom das aventuras que ajuda a produzir.
As primeiras páginas desta edição, pintadas em preto, branco e tons delicados de outras cores, são matadoras, mas o bom resultado segue adiante.
A qualidade da arte e das cores ajuda a catapultar a aventura ao posto de uma das melhores histórias de Superman publicadas no Brasil no ano - e olha que, em 2008 foram várias boas HQs do Homem de Aço, como há tempos não se via.
Outro exemplo da fase bacana por que passa o Homem de Aço é Relação Sinal-Ruído, que integra o selo Superman Confidential e, portanto, se situa no passado do super-herói - embora a editora deixe de mencionar isso, o que obriga o leitor desavisado a deduzir.
O roteirista B. Clay Moore recria a trama que conta a origem do relógio sinalizador de Jimmy Olsen - aquele com que o jovem repórter convoca Superman quando está em perigo. É uma HQ divertida e que, novamente, deve muito a seus artistas.
Phil Hester e Ande Parks, egressos de uma longa fase de Arqueiro Verde, fazem um grande trabalho com Superman.
De novo, infelizmente, é Supergirl que destoa no mix. É verdade que as histórias da Prima de Aço estão melhores do que há um ano. Mas isso não garante muita coisa - em 2007, as HQs beiravam a incompreensão. Agora, é uma trama bobinha, que começa com uma boa cena com Batman, mas depois se perde numa interligação com a série A Guerra dos Anéis.
Tudo bem que a HQ leva jeito de que vai ganhar uma explicação melhor mais adiante - mas, com o que se tem por enquanto, o resultado decepciona.
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