SUPERMAN - ALL STAR # 1
Título: SUPERMAN - ALL STAR # 1 (DC Comics) - Série mensal
Autores: Grant Morrison (roteiro) e Frank Quitely (desenhos).
Preço: US$ 2,99
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Janeiro de 2006
Sinopse: Lex Luthor resolve tomar medidas drásticas para finalmente matar o Superman, ao tomar consciência de estar realmente envelhecendo.
Seu plano é maquiavelicamente orquestrado, de forma de forma a fazer o Homem de Aço encontrar seu fim por meio da sua fonte de energia. E o vilão acaba bem-sucedido em seu intento.
Agora, Kal-El está com os dias contatos e começa a fazer uma reavaliação de sua vida, começando por seu relacionamento com uma certa repórter do Planeta Diário.
Positivo/Negativo: Quando foi anunciada em 2004, a linha All Star foi recebida com entusiasmo pela maioria dos fãs do Homem de Aço, principalmente após o anúncio de que Grant Morrison seria o roteirista. Afinal, o escritor sempre deixou claro sua grande paixão pelo personagem, como na sua fase na Liga da Justiça e no seu envolvimento no mal-fadado projeto Superman 2000, que visava uma reformulação do herói em 1998-99, mas que nunca saiu do papel.
A linha All Star foi recebida como a resposta da DC para o universo Ultimate da Marvel, apresentando versões icônicas de seus personagens com origens atualizadas para os leitores mais jovens e sem uma cronologia de décadas para ser seguida, estudada e compreendida para se apreciar uma edição.
Na verdade, existe todo um movimento bem mais antigo dentro da DC de cada vez mais apresentar versões "icônicas" de seus personagens desde 1997, quando O Reino do Amanhã foi lançado. A linha All Star nada mais é que um passo nesta caminhada e não deve sua premissa a uma "cópia" do Ultiverso.
All Star Superman recebeu Grant Morrison com a liberdade de criar o que quisesse, um universo próprio do herói, que utilizasse o que há de melhor na sua longa história.
Esta é, justamente, a maior armadilha vivida por Morrison e na qual ele se vê prestes a ser vitimado. Diferente de Frank Miller em All Star Batman, o escritor não foca sua história na origem do Superman, dedicando apenas quatro painéis para contá-la.
Difícil encontrar alguém desde lado do Atlântico que não a conheça, o que realmente torna um flashback demorado e desnecessário. Mas o ponto negativo é que, no decorrer da história, fica claro que há uma cronologia por trás de tudo que, simplesmente, não é apresentada.
Luthor é mostrado preso e trabalhando para o governo, Lois e Clark ainda não são casados, mas Cat Grant faz parte do staff do Planeta. O leitor ocasional que tem algum contato com quadrinhos se vê rapidamente perdido.
Afinal, Lois e Clark são ou não casados? Se esta história segue a cronologia antiga, por que Luthor está preso e Cat Grant está no Planeta? Se ela se situa na atual, Luthor nunca trabalhou para o governo enquanto esteve preso antes do casamento do supercasal...
Sobre os revisionismos da Era de Prata, tão bem trabalhados por Morrison em sua fase da Liga, aqui ele é comedido. Clark Kent volta a ser o tímido e desastrado repórter imortalizado na interpretação de Christopher Reeve nos filmes do Superman. Lois é obstinada e incisiva, mas longe de ser a egoísta dos últimos anos.
O personagem de Mister Quintum é, sem dúvida, o mais inusitado, sendo uma mescla do intelecto de Reed Richards com o visual de Elton John em sua persona dos anos 70.
Mas é Luthor quem rouba a cena, sendo apresentado em sua melhor performance em muitos anos. Vê-se um vilão não apenas letal e perigoso, mas sobretudo intimidador, capaz de divisar um plano para realmente matar o Superman quando "resolve fazer a coisa seriamente".
Nos últimos anos, Luthor foi apresentado de forma bastante irregular e, enquanto os fãs discutem se assumir a presidência dos Estados Unidos foi ou não a melhor direção escolhida para o careca, é inegável que há muito ele não representava uma ameaça real para o Homem de Aço. Um inimigo capaz de realmente sobrepujá-lo e empolgar os leitores com seus atos e discursos.
Os desenhos de Quitely são bastante irregulares. É inegável seu talento narrativo e a forma como ele retrata a linguagem corporal de Clark e Superman diferente é digna de aplausos, mas seu traço ainda não encontrou o tom certo, o que ficou óbvio desde seu trabalho em Terra-2.
Ainda assim, ele pontua a edição com imagens poderosas, que impressionam graças ao excelente trabalho de colorização de Jamie Grant.
All Star Superman pode não ser para todos os leitores, como foi inicialmente pensado, mas apresenta uma história boa, com ritmo certo, excelentes caracterizações e, acima de tudo, um final que deixa o leitor ansioso pela próxima edição.
Em vista do marasmo em que as revistas do Superman tristemente afundaram nos últimos anos, já é muito e bastante louvável. E torna esta série uma leitura obrigatória para todo fã do personagem.
Classificação: