SUPERMAN - ALL STAR # 3
Título: SUPERMAN - ALL STAR # 3 (DC Comics) - Série mensal
Autores: Grant Morrison (roteiro) e Frank Quitely (desenhos).
Preço: US$ 2,99
Número de páginas: 32
Data de lançamento: Maio de 2006
Sinopse: O aniversário de Lois chega e o presente do Superman para ela é poder ser um dia como ele, desfrutando dos mesmos poderes.
Para tanto, ele cria um soro capaz de reproduzir num ser humano suas habilidades. Mas a festa do casal pode ser estragada quando dois heróis vindos do futuro aparecem em meio a uma invasão de dinossauros inteligentes que moram no centro da Terra e trazem consigo uma ameaça sem precedentes.
Positivo/Negativo: All Star Superman começou de maneira correta ao apresentar uma versão icônica do Superman e reunir neste processo o que havia de melhor em suas décadas de aventuras, criando um amálgama cativante e cheio de potencial. Infelizmente, esta edição apresenta o que poderia haver de pior caso todas estas premissas dessem errado.
Grant Morrison nunca escondeu seu fascínio pela Era de Prata, mas na maioria das vezes se mostrou inteligente o suficiente para dar a este material uma abordagem moderna e emocionante, valendo-se de sua fonte para referências e releituras, como ficou claro em sua fase na Liga da Justiça, na qual personagens como Chave e Shaggy Man foram revividos em tramas bastante aclamadas pelos fãs.
Infelizmente, o Morrison que escreveu este número de All Star Superman parece estar longe de ser o mesmo autor. Os conceitos apresentados são os mais risíveis e pueris possíveis.
O roteiro tem a premissa de mostrar Lois dividindo um dia na vida do Superman, mas as situações vividas pelo casal parecem ter sido inspiradas em filmes "B", a começar pela raça de dinossauros inteligentes que vive no centro da Terra e que desencadeiam uma invasão para dominar a superfície, idéia digna de Ed Wood.
Se no último número Morrison introduziu o "Superestranho", neste vê-se
heróis de visual menos ridículo, mas de conceito ainda mais sofrível:
Atlas e Sansão. Típicos refugos de heróis secundários, os dois são, pura
e simplesmente, baseados nas figuras mitológicas de quem se inspiraram,
com direito aos cabelos longos e uma fivela com um grande globo terrestre.
E se os diálogos foram o ponto alto da segunda
edição, neste são apenas repletos de frases constrangedoras.
Até mesmo Lois, que vinha sendo tão bem desenvolvida, parece ter tido todos os seus diálogos copiados de uma história de 1960. A salvação fica por conta do embate do Homem de Aço com o real vilão da história, apesar da falta de originalidade da situação e da forma como o herói vence o oponente.
Enquanto isso, os problemas de se citar fatos que nunca foram mostrados dentro da continuidade da revista continuam. Sansão, por exemplo, é tratado como velho conhecido do Superman e de Lois, sendo que esta até mesmo menciona detalhes do último encontro deles.
Existe pouco que Quitely possa fazer para salvar a revista, mas sua arte é realmente um diferencial. As representações de Sansão e Atlas são bastante simplórias, mas o resto é uma verdadeiro show de arte seqüencial, com seu traço sólido e cativante.
Se esta revista tivesse sido escrita nos anos 60 ou começo dos 70, seria simplesmente uma boa leitura na época e talvez chegasse até nossos dias como uma história clássica. Hoje, ela apenas constrange e entedia.
Existem formas muito mais sadias de se homenagear o Superman - para a própria imagem do personagem - do que recauchutar tramas de três ou quatro décadas atrás. Não há aqui um roteiro inspirado, mas puramente reciclado de idéias tolas.
A esperança ainda persiste nas falas de Sansão, que dá pistas sobre as próximas ameaças que o Homem de Aço enfrentará. Fica a torcida para que Morrison se encontre novamente e ache o tom certo para a revista, algo que ele parece não ter traçado de forma sucinta após o primeiro número.
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