Autores: Inimigos entre nós - Mark Verheiden (texto), Matthew Clark, Ron Randall (desenhos), Andy Lanning, Don Hillsman (arte-final) e Guy Major (cores);

Coroa de espinhos - Kurt Busiek, Karl Kesel (texto), Phil Winslade, Butch Guice (arte) e Pete Pantazis (cores);

Jogando sujo - Judd Winick (texto), Scott McDaniel (desenhos), Andy Owens (arte-final) e Guy Major (cores);

O preço do dever - Dave Gibbons (texto e desenhos), Rodney Ramos (arte-final) e Moose Baumann (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2007

Sinopse: Inimigos entre nós - Para se salvar da morte certa nas mãos de Superman, Batman se une ao alienígena.

Coroa de espinhos - Um conto do Aquaman clássico, em que é mostrado o primeiro encontro do herói com o Tubarão-Rei.

Jogando sujo - Numa história que se passa um ano antes da cronologia corrente, Oliver Queen desenvolve-se em um treinamento com o assassino Sanatas.

O preço do dever - Espalhados por vários cantos do Universo, os integrantes da a Tropa dos Lanternas Verdes não sabem que terão um grande inimigo pela frente.

Positivo/Negativo: Quando chegou a Superman & Batman, o roteirista Mark Verheiden tinha tudo para ser a salvação da lavoura. Seu antecessor, Jeph Loeb, tinha começado bem no título, mas despediu-se com arco lamentável. Além disso, vinha da atual mina de ouro de autores: os seriados norte-americanos. Para completar, tinha a companhia de Ethan Van Sciver na arte.

O tempo passou e, à beira do desfecho de Inimigo entre nós, Verheiden errou feio. Até então, o tal extraterrestre misterioso era muito poderoso e quase indestrutível, a ponto de dominar os maiores aliens da Terra. Sob seu comando, o Homem de Aço quase matou seu velho companheiro Batman.

Mas, de repente, bastou um toque em Lois Lane para que os efeitos encantadores da tal pedra esvanecessem. Não foi sequer um beijo, aos moldes de uma bela adormecida da vida. Foi um mero toque, e logo depois de quase rachar o crânio de um velho amigo ao meio.

O resultado é devastador: a trama, que vinha até então sem grandes percalços, dá uma guinada para a esquerda e perde completamente o rumo. É um erro tão crasso que destrói os dois protagonistas e o vilão em um único golpe. Superman vira um egoísta insensível, que só se emociona com a esposa, mas não está nem aí para o amigo. Batman, ao se sacrificar pelo Homem de Aço, passa recibo de trouxa. E até o alienígena, tão poderoso, não segura a onda de um toque humano, embora tenha agüentado a revolta interna de dezenas de raças de outros planetas.

Para piorar, Van Sciver se foi e deixou seus admiradores chupando o dedo. Matthew Clark, encarregado de boa parte da história, fica muito aquém mesmo quando está inspirado - o que não é o caso desta edição. A arte decepciona.

Frustrante mesmo é a capa da revista, de Phil Jimenez, Andy Lanning e Moose Baumann, que mostra um Superman deformado pelo alien. O problema é que a imagem simplesmente não tem nada a ver com a concepção artística do ET no miolo. Mas não é só isso: é feia, arrastada, com um fundinho espacial miserável.

Aquaman, por sua vez, é uma série que se beneficia dos ares de mistério em que é envolta. O leitor nunca sabe bem o que está acontecendo. Então, iniciar um conto do passado pode fazer sentido na trama maior ou se revelar apenas um delírio do autor que foi bem realizada pontualmente.

Por enquanto, Coroa de espinhos ajuda a fortalecer a aura enigmática. Mas uns meses a mais de história serão juízes melhores do que qualquer leitura crítica.

É o mesmo caso de Arqueiro Verde, que também revela fatos do passado. A trama não tem nada de especialmente atraente. Também é mais nítido que a HQ tem menos pretensões. Trata-se tão somente de uma aventura mediana, esquentada pela narrativa forjada pelos traços ágeis de McDaniel. Na pior das hipóteses, diverte.

A Tropa dos Lanternas Verdes também não chama atenção desta vez: tem roteiro e arte corretos, mas a história se dedica mais a fechar pontas soltas e a plantar novos ganchos. O resultado é uma HQ sem brilho nem força para se sustentar.

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