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SUPERMAN & BATMAN # 34

1 dezembro 2008


Autores: I.B. - Mark Verheiden, Marc Guggenheim (texto), Pat Lee (desenhos), Craig Yeung (arte-final) e Danny Luvisi (cores);

Águas geladas - Tad Williams (texto), Shawn McManus (desenhos), Walden Wong (arte-final) e Dan Brown (cores);

Enxergando tudo vermelho - Judd Winick (texto), Scott McDaniel (desenhos), Andy Owens (arte-final) e Guy Major (cores);

Contos da Tropa Sinestro - Despótellis, o terror vivo - Geoff Johns (texto), Dave Gibbons (arte) e Moose Baumann (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2008

Sinopse: I.B. - Batman e Superman descobrem que, na verdade, os Homens-Metálicos foram contratados por Lucius Fox. E a dupla parte à caça de Brainiac.

Águas geladas - Em busca de um nome, Narval parte em busca de uma batalha com Aquaman.

Enxergando tudo vermelho - Ao lado de Arqueiro Verde e Ricardita, Batman vai atrás do Capuz Vermelho - que é seu antigo aliado, Jason Todd, dado como morto até recentemente.

Contos da Tropa Sinestro - Despótellis, o terror vivo - Reemuz, um integrante da Tropa dos Lanternas Verdes, encontra mortos todos os habitantes de seu planeta.

Positivo/Negativo: É uma pena, mas a revista Superman & Batman, que já foi um reduto de boas histórias da DC, vem degringolando.

Um dos principais motivos é a péssima fase por que passa o carro-chefe da revista. Mark Verheiden não consegue fazer nem histórias divertidas nem tramas interessantes. De quebra, força a barra em diversas situações.

Um exemplo é a relação da dupla de protagonistas com os Homens-Metálicos. As conseqüências da minissérie Crise Infinita, que virou o Universo DC de cabeça para baixo, talvez até possam explicar como Superman e Batman não reconhecem seus antigos aliados. Estranho, mas vá lá!

Mas a série apresenta também situações sem o menor cabimento. Uma delas é quando o Homem de Aço carrega Metallo nos ombros. Ora, isso se dá logo depois de que o vilão ameaça o herói com um mísero toque, e o Homem de Aço aceita a limitação. Uma derrapada dessas exige demais da boa vontade do leitor.

Os desenhos de Pat Lee não ajudam. Pelo contrário: atrapalham. Além de feios, são confusos a ponto de, em diversos trechos, o leitor ser obrigado a adivinhar o que está se passando. É o caso da página 18, em que texto e arte juntos não dão conta de esclarecer como Superman derrota Brainiac. A narrativa é lamentável.

Aquaman também padece nas mãos de seus criadores. É bem verdade que, na gestão do roteirista Kurt Busiek no título, muita coisa ficou sem explicação. Aliás, quase tudo fazia parte de um mistério maior, que vinha se tornando cada vez mais enrolado. Pois Busiek saiu e deixou a história sem solução.

O legado é herdado pelo novo escritor, Tad Williams. Que, por sinal, não resolve nada, mas joga novos elementos na história a torto e a direito, e faz uma trama entrecortada, que parece fluir no ritmo descompassado de soluços.

É uma pena. Nem mesmo a arte de Shawn McManus ajuda. Na verdade, seus traços parecem apressados. Certo mesmo, só que essa estréia em Aquaman está distante dos melhores trabalhos do artista. Seu maior pecado está justamente na expressão facial dos personagens, que já foi um dos pontos mais notáveis de seus desenhos. Sem expressões precisas, o leitor tende a se perder não só na emoção dos personagens, mas também na trama como um todo. No fim, o que já era confuso ficou ainda pior com a mudança do time criativo.

Como a história de Aquaman é especial, porque saiu na 50ª edição da revista norte-americana do herói, sobrou pouco espaço para a Tropa dos Lanternas Verdes. A aventura do grupo é um breve conto da Tropa Sinestro, grupo-chave da série A guerra dos anéis, que será publicada pela Panini neste semestre.

Apesar de curta, a historinha tem muito de trágico. Afinal, o Lanterna Verde workaholic perde tudo o que ama por conta de sua tarefa de proteger o universo. Tudo bem que as idéias são batidas até mesmo nas séries dos Lanternas Verdes, mas há um tom intrigante, que insinua que vem algo grandioso pela frente. A conferir.

Por fim, a série que se salva na revista toda é Arqueiro Verde. Não é nenhuma obra-prima, mas a arte de Owens é envolvente, ágil e divertida. De quebra, Winick é um bom roteirista para o Homem-Morcego, e se dá bem com a inserção do herói no título.

Por mais bacana que seja, Arqueiro Verde mal consegue se sustentar sozinha, e está longe de carregar uma revista inteira sozinho. Ainda mais porque se trata de uma revista que anda mal das pernas.

Classificação:

4,0

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