SUPERMAN & BATMAN # 38
Autores: Tormento - Alan Burnett (texto), Dustin Nguyen (desenhos), Derek Fridolfs (arte-final) e Randy Mayor (cores);
Jericó - Judd Winick (texto), Scott McDaniel (desenhos), Andy Owens (arte-final) e Guy Major (cores).
Preço: R$ 8,90
Número de páginas: 120
Data de lançamento: Agosto de 2008
Sinopse: Tormento - Em Apokolips, Bekka, a esposa de Órion, salva Batman de um Superman descontrolado. Juntos, eles terão que tirar o Homem de Aço do controle de Darkseid.
Jericó - Enquanto se reaproxima de Canário Negro, Arqueiro Verde enfrenta Tijolo e o Exterminador.
Positivo/Negativo: Esta é uma edição bem acima da média de uma revista que vinha passando por uma fase sofrível, que beirava o ilegível.
O motivo da repentina mudança de qualidade é simples: esta edição publica dois arcos bacanas. Nenhum deles é um clássico instantâneo nem é feito por um superastro dos quadrinhos. Estão para os quadrinhos como um bom feijão com arroz está para a culinária - é o básico, mas nem sempre é fácil de fazer.
Por isso, um arco como Tormento chama a atenção. Depois de uma longa fase de histórias medonhas, a série que mostra os encontros de Superman e Batman acaba empolgando com um punhado bem combinado de elementos interessantes.
Um deles, talvez o mais poderoso, é o affair de Batman, um mortal, com Bekka, esposa de Órion, dos Novos Deuses, filho de Darkseid. A improvável atração entre os dois dá a dimensão dos problemas que podem surgir quando os Novos Deuses se aproximam da Terra - e os eventos recentes da DC estão repletos de seres de Nova Gênese. A tensão é inevitável.
Também é pelo coração dos personagens que Arqueiro Verde se destaca. Oliver Queen acaba revelando à sua amada Canário Negro que ela é o mote de sua mudança recente. O herói, afamado mulherengo, chega a admitir que passou um ano sem sexo à espera da antiga namorada.
Judd Winick, autor da série, nem sempre acerta - mas costuma se dar bem com tramas em que o lado humano é intenso. E é justamente essa a força de Jericó.
O arco encerra uma longa fase de Arqueiro Verde - que começou com a sua ressurreição, em minissérie capitaneada por Kevin Smith. Mesmo com uma ou outra fase mais fraca ao longo dos anos, a série chega ao fim com uma saga empolgante, mostrando um personagem ainda vigoroso, que tem muito a render, e um saldo positivo de HQs interessantes.
É importante dizer que nem em Superman & Batman nem em Arqueiro Verde se tem histórias perfeitas. As duas pecam por deus ex machina, com a chegada inesperada de outros personagens que surgem do nada para salvar a pátria (Bekka na primeira; a Liga da Justiça na outra).
Na arte, o estilo de Nguyen é interessante, funciona, mas está longe de ser "matador". Mas são detalhes. E se as HQs de super-heróis sempre tivessem pecados tão pequenos, tão passáveis, o cenário seria bem outro.
Esta edição de Superman & Batman também foi a última revista mensal com o selo da DC a chegar às bancas em agosto. E se tornou, portanto, a derradeira publicação da linha a sair antes da reforma editorial que a Panini está promovendo a partir deste mês.
Seria bom se, com o enxugamento que a mudança trará, os mixes das revistas mensais se parecessem mais com o que se tem nesta edição. Mas, pena, isso é improvável.
Afinal, a qualidade dos títulos brasileiros depende principalmente do irregular material norte-americano. E, por incrível que pareça, no boteco da DC tem sido difícil reunir cento e poucas páginas de feijão com arroz para um punhado de revistas por mês.
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