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SUPERMAN & BATMAN # 52

1 dezembro 2010

SUPERMAN & BATMAN # 52

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: Fratura composta - Len Wein (texto), Chris Batista (desenhos), Mick Gray, Jack Jadson (arte-final), Tanya Horie e Richard Horie (cores). Originalmente em Superman / Batman Annual # 3;

Segunda chance - Damion Scott (texto e desenhos), Randee Carcano (texto) e Brian Stelfreeze (arte-final e cores). Originalmente em Solo # 10;

Origens e presságios - Geoff Johns (texto), Francis Manapul (arte) e Brian Buccellato (cores). Originalmente em Adventure Comics # 0;

A Legião dos 3 Mundos - Geoff Johns (texto), George Pérez (desenhos), Scott Koblish (arte-final) e estúdio Hi-Fi (cores). Originalmente em Legion of Three Worlds # 1.

Preço: R$ 7,50

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Outubro de 2009

 

Sinopse

Fratura composta - Superman e Batman encaram um arremedo de clone que se tornou uma mistura dos dois heróis - e com os poderes de toda a Liga da Justiça.

Segunda chance - A Robin Stephanie Brown encontra uma nova adversária: a cowgirl Calamidade.

Origens e presságios - A misteriosa Cicatriz especula sobre o futuro do Universo DC.

A Legião dos 3 Mundos - O Superman Primordial (ex-Superboy Primordial) chega ao século 31e se torna uma ameaça maior do que a Legião dos Super-Heróis pode enfrentar sozinha.

Positivo/Negativo

O destaque desta edição é o começo de Legião dos 3 Mundos, série incensada pela crítica norte-americana como um dos melhores títulos relacionados à controversa Crise Final.

No Brasil, a despeito de alguns leitores chiarem, a HQ não saiu como minissérie - formato que os leitores costumam considerar mais valoroso. Acabou incorporada ao mix de Superman & Batman, publicação mensal com altos e baixos.

Se era pra valorizar a revista mensal com uma série de peso, por que a editora não usou a arte da série na capa para chamar de vez a atenção do leitor? A ideia era deixar em segundo plano uma série com certo apelo? Ou só destacar a bonita arte do Superman Composto de Bernie Wrightson? Será que a Panini não acredita no potencial de Legião dos 3 Mundos? Vai saber...

O motivo das escolhas dos editores definitivamente não fica claro, mas não cabe ao comentarista inferir respostas; basta que aponte as estranhezas.

A história em si está longe de ser a última batatinha do pacote. Pelo contrário: é mais uma batatinha de um imenso pacote chamado Geoff Johns - provavelmente o autor mais influente do Universo DC nesta década.

Desde que trouxe o piloto Hal Jordan de volta ao posto de Lanterna Verde, Johns vem amarrando suas histórias em uma grande narrativa, que inclui a minissérie Crise Infinita (e a história do Superboy Primordial), as histórias dos Lanternas Verdes e a volta da formação clássica da Legião dos Super-Heróis.

Legião dos 3 Mundos faz parte dessa saga. É mais um capítulo. Um bom capítulo, claro, dos mais empolgantes. Tem personagens clássicos em plena forma, muita ação e uma narrativa competentíssima.

A arte de George Pérez é a de sempre: delicada e vigorosa ao mesmo tempo, e bonita acima de tudo. Rende belos painéis.

Mesmo assim, a trama não deixa de ser marcada pelos defeitos de Johns: o roteiro é melodramático, com diálogos artificiais e cheios de clichês.

Os fãs do roteirista também são fãs de seu tom épico - e não devem se incomodar com isso. Mas quem chega à história desavisado corre o risco de se decepcionar.

Johns é um autor fértil. Nesta edição, escreve o roteiro de outra história curta, Origens & Presságios, originalmente publicada na revista Adventure Comics # 0 como extra.

A revista original trazia uma republicação do primeiro encontro de Superboy e a Legião dos Super-Heróis - visto em Adventure Comics" #247 - e mais essa história complementar de seis páginas, por um preço promocional. Foi uma forma que a DC encontrou de celebrar a retomada da Legião clássica para apresentar novos temas - que serão explorados no Universo DC de Johns futuramente, em especial na série A noite mais densa.

Mas, apesar da arte bonita de Francis Manapul, a HQ sozinha faz pouco sentido. O tom enigmático é proposital, e pode ser que, em alguns meses, revelados os fatos em torno dela, a história seja realmente de tirar o fôlego. Mas, por ora, é uma mera sucessão de fatos.

Outra história curta da edição é Segunda chance, com Batgirl e Robin - e Robin, no caso, é a garota Stephanie Brown, que vestiu o manto do herói por uns meses um tempo atrás.

A HQ saiu originalmente na revista Solo, em que criadores com obras marcantes eram convidados a dar uma versão muito particular do Universo DC. A série durou dois anos e ganhou vários prêmios. Aqui, depois de render páginas de quadrinhos da revista Wizmania (que se foi dizendo que voltaria e não voltou até agora), vem sendo usada como tapa-buraco.

De novo, não dá para entender qual motivo os editores teriam para não valorizar a presença de um título tão celebrado em suas páginas. Se a Panini não acredita no potencial das aventuras para publicá-las separadamente, poderia ao menos avisar o leitor que as histórias de Solo são especiais, que apenas 12 autores foram selecionados para participar do projeto, que ela papou prêmios Eisner... Poderia ser um selo, uma página para explicar o projeto, uma menção na página de sinopses. De novo: vai saber...

Mas o fato é que novas histórias de Solo sempre são bem-vindas. Até porque o projeto é surpreendente mesmo. O jamaicano Damion Scott ficou conhecido por aqui por conta da arte ágil em títulos como Robin - que é parecida com a da história desta edição. No entanto, seus melhores trabalhos vão na pegada da arte de rua, do graffiti - e as outras tramas de sua Solo, ainda inéditas por aqui, mostram isso com vigor e estilo impressionantes.

Uma correção, contudo, precisa ser feita nos créditos desta HQ de Solo. A arte é, sim, de Damion Scott, e não de Brian Stelfreeze - algo que o olhar atento dos leitores de Robin podem confirmar sem nem conferir com o original.

Continuando na revista, não é só Geoff Johns que vive de revigorar velhos personagens da DC.

A história Fratura composta, com texto de Len Wein, faz uma releitura do velho Super-Homem Compacto, personagem clássico da Era de Prata - uma espécie de monstro de Frankenstein meio Batman, meio Superman e com os poderes de toda a Liga da Justiça.

Volta em uma edição do título Superman & Batman - que, em suas edições anuais, apresenta versões atualizadas de histórias antigas.

O que mais incomoda é que Wein leva o personagem a sério. Um ser meio Superman meio Batman já era esquisitão na época. Hoje, parece carecer de um tratamento mais humorístico (como Bizarro vem tendo, por exemplo).

Ao tentar levar um personagem estranho demais a sério, a HQ não decola. Fica apenas interessante, com um desfecho perturbador que é melhor do que tudo que vem antes.

Mesmo com seus vários defeitos, esta edição de Superman & Batman fica acima da média da maioria dos gibis de super-heróis que estão nas bancas.

Classificação:

4,0

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