Autores: John Byrne (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 16,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Julho de 2004

Sinopse: Em 1929 um ataque de parademônios de Apokolips surpreende
a cidade de Smallville.

Depois desta data, novos ataques voltam a ocorrer na cidade a cada cem
anos, fazendo com que Superman, Batman e seus descendentes, mesmo sem
se recordar da primeira investida, tenham que enfrentá-los nos mais variados
contextos históricos.

Positivo/Negativo: Depois do sucesso de Gerações 1 e Gerações
2 (publicados aqui em forma de minissérie pela Opera
Graphica), John Byrne resolveu ousar nesta maxissérie, originalmente
publicada em 12 edições.

Isto é o que se pode afirmar ao virar a página final do capítulo inicial
e ver que houve um salto de 100 anos no início do episódio seguinte.

O grande problema é que, logo nas primeiras páginas deste segundo capítulo,
já é possível para o leitor mais atento deduzir o final do capítulo 12.

O plano "secreto" de Apokolips fica evidente quando Smallville, em 2029,
é atacada por uma legião de parademônios menor do que enfrentada pelos
heróis um século antes.

O estratagema dos vilões é óbvio para os leitores, mas não para os heróis.
Byrne se preocupa, logo no começo do primeiro capítulo, em arranjar uma
explicação, envolvendo a Legião dos Super-Heróis, para justificar o fato
de os heróis não relacionarem os dois ataques e a perda de poder de fogo
do inimigo.

Tudo estaria bem, se a desculpa funcionasse por mais tempo, mas em um
ato de aparente insensatez no segundo capítulo, o autor cria condições
para que os heróis relacionem a seqüência de ataques e, assim, passem
a se preparar para enfrentá-los a cada 100 anos. Com isso, o roteiro cai
em um poço de falta de originalidade.

Algumas subtramas até ameaçam despertar emoção, mas logo se provam vazias.
Em certo momento, Bruce Wayne Jr., fica sabendo por meio de uma revelação
póstuma de sua mãe, feita por um holograma, que não é filho de Bruce Wayne.

Então, para descobrir a identidade se seu verdadeiro pai, se banha no
poço de Lazarus, rejuvenesce e volta a ser Robin. Por fim, descobre-se
que tudo não passou de um plano da Sra. Wayne, que depois de duas minisséries
ainda não teve seu nome revelado e, provavelmente, nunca terá.

A "Bat-esposa", em outra gravação, alega que só queira que Bruce Jr. se
banhasse no poço de Lazarus para que pudesse desfrutar de uma parceria
com seu pai, integrando novamente a dupla dinâmica. Por isso, inventou
que tinha traído seu marido. O desfecho deste mistério lembra o grau de
dramaticidade de uma novela mexicana.

O último capítulo da edição, que se passa no século 25, é extremamente
sentimental e tenta repetir os aspectos de tragédia grega apresentados
em Gerações. O que Byrne consegue mostrar é apenas o romance insosso
entre Lara, uma das bisnetas do Superman, e Ator, um Lanterna Verde alienígena.

Quando a estupidez de Lara sela o destino de seu amado, de forma trágica,
o leitor pode acabar achando a situação engraçada e até rir dela.

Ao término deste primeiro volume, o sentimento do leitor pode variar do
riso ao choro, passando por uma tênue esperança de que Byrne apenas esteja
preparando terreno para um desfecho emocionante.

A arte não é digna de grandes elogios, mas está na média dos últimos trabalhos
do autor, ou seja, bem acima de razoável.

Quanto à edição brasileira, está muito bem cuidada, mesmo sendo impressa
em papel jornal. A impressão está impecável e a idéia de compilar os doze
números originais em dois volumes encadernados pode ter sido crucial para
evitar a perda de muitos leitores no meio da publicação.

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