Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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SUPERMAN & BATMAN GERAÇÕES 3 # 2

1 dezembro 2004


Autores: John Byrne (roteiro e desenhos).

Preço: R$ 16,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Agosto de 2004

Sinopse: 500 anos depois de ter ido embora da Terra, em busca da verdade sobre os ataques dos parademônios, Superman, que estava vivendo em Nova Gênese, finalmente retorna ao seu planeta adotivo. Junto com Batman e Lara, ele volta a enfrentar os ataques ocorridos a cada século em Smallville.

Enquanto isso, as raízes do maligno plano de Darkseid são reveladas.

Positivo/Negativo: Mais uma vez, John Byrne consegue decepcionar uma legião de fãs.

Este segundo volume já começa muito mal. Logo na página 3, há uma amostra do desleixo que o autor passou a ter na arte a partir do capítulo 6.

Começar com um close muito fechado em um rosto já não é recomendável, mas se isso for feito, pelo menos deve ser bem trabalhado, o que não acontece. O que se vê é uma arte-final mal feita e uma total ausência de cenários.

Daí pra frente, os desenhos conseguem piorar a cada página. Os personagens parecem ser bidimensionais e a perspectiva não convence.

Um dos pontos mais baixos do desenho está na página 69. Toda a arte foi inicialmente feita no computador, modelada em 3D. Depois, Byrne "arte-finalizou" tudo às pressas ou com uma má-vontade gigantesca, deixando a página destoando do restante, já que esta está em 3D, com apenas alguns traços de contornos.

A página 85 também pode apavorar. À primeira vista, já se nota a "ousadia" de Byrne. Afinal, ele não fez a mínima questão de disfarçar que da legião de parademônios que aparece na cena principal, desenhou apenas um e, com ajuda do computador, "multiplicou" os personagens dezenas de vezes, sem mudar absolutamente nada de um para o outro.

Na página 90, em uma cena que deveria ser dramática, vê-se um Darkseid extremamente cartunesco, que parece ter sido desenhado por Sergio Aragonés, o célebre cartunista da revista Mad.

Quanto ao roteiro, este arco de Gerações termina infinitamente inferior aos dois anteriores. O excesso de flash-backs dá a impressão de que a idéia dos saltos de um século foi apenas uma jogada de marketing mal planejada.

Em vários momentos, nos dois volumes de Gerações 3, o foco da história sai do século em que o capítulo está situado para "viajar" até alguma lembrança do passado dos personagens. Essas inconstâncias geram desinteresse no leitor, que pode achar a trama confusa e, em muitos pontos, chata.

Algumas revelações feitas nestes flash-backs também parecem ter sido pensadas às pressas. Hal Jordan despencar dos céus rumo à morte soa patético. Os fãs mais puristas, que não engolem a morte digna que o herói teve no Universo DC oficial, provavelmente não verão este desfecho com bons olhos.

Outro ponto confuso e repetitivo é a explicação dada sobre a execução
do plano "helicoidal" de Darkseid. Quando o leitor pensa que finalmente
está entendendo e que o final não será tão óbvio quanto imaginava no início
do primeiro volume, descobre
que está redondamente enganado.

O final é exatamente aquilo que você pode ter pensado como "provável demais para ser realmente o desfecho". Byrne, literalmente, desfaz tudo o que construiu durante os 12 capítulos.

O desfecho previsível é até perdoável, pois se trata de uma saga envolvendo viagens no tempo, clonagem, dimensões paralelas e outros daqueles elementos que deveriam ser mantidos longe dos quadrinhos de super-heróis. O que fere a boa vontade do leitor é justamente a última página. Ali está estampado um claro deboche, ou algo que pode soar como um.

Considerando que Gerações 3 acabou nos Estados Unidos durante a produção de Superman: Birthright, que anula a origem do Superman criada por Byrne, não é de se duvidar que o autor estivesse ressentido com a editora e até com os leitores, devido à boa recepção a esta nova origem.

Com o temperamento de Byrne, é possível que ele tenha anulado sua própria história em Gerações 3 para evitar que alguém o fizesse no futuro, como aconteceu com a origem do Superman.

A edição brasileira continua impecável, mas não tira do leitor a vontade de viajar no tempo e economizar os R$ 33,80 gastos nos dois volumes desta série.

Classificação:

4,0

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