SUPERMAN - BRITÂNICO LEGÍTIMO
Título: SUPERMAN - BRITÂNICO LEGÍTIMO (Mythos
Editora) - Edição especial
Autores: Kim "Howard" Johnson e John Cleese (roteiro), John Byrne (desenhos) e Mark Farmer (arte-final).
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Dezembro de 2006
Sinopse: Um foguete vindo do planeta Krypton cai na Inglaterra, onde um velho casal preocupado com o que a vizinhança irá pensar decide adotar o superbebê que veio dentro da nave.
Positivo/Negativo: Superman - Britânico Legítimo é mais do que um elseworld. Trata-se de entregar o maior herói da DC nas mãos de dois integrantes do genial grupo de comediantes ingleses Monty Python, criadores de obras-primas do humor nos mais diversos formatos.
Johnson e Cleese receberam a missão de brincar com o conceito de como o Superman seria caso seu foguete tivesse caído na Inglaterra. Misto de origem recontada e comédia de costumes, a obra tinha tudo pra ser uma das mais divertidas histórias do Homem de Aço.
Na reambientação inglesa, Clark Kent se tornou Colin Clark, os Kent viraram dois velhinhos muito preocupados com o que os vizinhos irão pensar e o Planeta Diário foi substituído por um jornal sensacionalista. Como nos esquetes do Monty Python, as idiossincrasias britânicas são os motes da comédia.
Ainda assim, a história não decola. O problema está justamente na tradução - mas, veja bem, a culpa não é inteiramente dos tradutores Fernando Bertacchini e Jotapê Martins. O humor de Johnson e Clesse é profundamente verbal, construído em cima do modo inglês de falar, de sutilezas (não tão sutis, é verdade) do inglês britânico e da própria língua mesmo. E não tem tradução que consiga verter isso para o português.
O humor do Monty Python perde muito numa tradução, mas se sustenta pela quantidade de gags visuais. Mas Byrne é pouco imaginativo em seu desenho e as reduz a caras e bocas, num traço um pouco mais caricatural do que o seu usual. Neste caso, nem o artista ajuda os tradutores em sua tarefa ingrata de fazer o impossível.
Mesmo sendo uma boa história (o Bat-Man é genial!), Britânico Legítimo tem outro problema - e esse está na edição original. Quando chega ao final, a história cai numa desnecessária patuscada americanófila.
Apesar da boa edição da Mythos, com boa impressão e lombada quadrada a um preço mais razoável do que a editora vinha praticando, a história não se sustenta. E fica muito aquém do que se poderia esperar do badalado Superman do Monty Python.
Classificação: