Superman for all seasons
Editora: DC Comics – Edição especial
Autores: Jeph Loeb (roteiro), Tim Sale (arte) e Bjarne Hansen (cores).
Preço: US$ 17,99
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Outubro de 1999
Sinopse
Uma história marcante dos primeiros dias do Superman, com base nas estações do ano. Clark Kent é o jovem que cresceu na bucólica cidade de Smallville, sentindo-se diferente de todos à sua volta, desenvolvendo poderes e habilidades muito superiores aos dos mortais.
Logo, ele adotaria a identidade de Superman em Metrópolis, onde conheceria amor, amizade e a oposição de um inimigo implacável.
Positivo/Negativo
“Antes de ser Superman, ele era Clark”.
A frase é do livro Kingdom Come, baseado na obra de Mark Waid e Alex Ross, mas define muito bem a essência do Homem de Aço, conforme idealizada nos quadrinhos modernos.
Desde a reformulação empreendida por John Byrne na década de 1980, o lado humano do super-herói ganhou importância renovada, com destaque para a juventude em Smallville e a criação pelos amorosos pais adotivos Jonathan e Martha Kent.
A herança kryptoniana e o lado heroico não foram esquecidos, evidentemente, mas o personagem teve novas dimensões e conflitos explorando mais o “homem” que o “super”.
Este foi o ponto de partida da série Superman for all seasons (As quatro estações, no Brasil), um trabalho vigoroso e apaixonante da dupla Jeph Loeb e Tim Sale, que teve suas quatro edições reunidas num encadernado de luxo. Mais que a trama da origem do herói, o que o leitor acompanha aqui é a jornada de amadurecimento de um garoto de Smallville e sua transformação num adulto, que no caso seria o maior herói de todos os tempos.
Cada edição é narrada por um personagem do elenco de apoio do Superman, e Loeb define com mestria a “voz” de cada um.
Assim, Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang expõem suas visões pessoais sobre o Homem de Aço, suas incertezas e aspirações transformadas pela presença do herói.
As cenas sucedem-se poderosas e diferenciadas, explorando temas como a relação entre pais e filhos, responsabilidade, solidão e crescimento pessoal.
A arte de Tim Sale nunca esteve tão bonita, evocando a obra do pintor norte-americano Norman Rockwell. Ele foi a escolha perfeita para dimensionar a inocência da cidade pequena em oposição ao ar sofisticado de Metrópolis, a familiaridade de adolescentes do interior frente a seres maiores que a vida.
A sintonia perfeita entre Loeb e Sale já era conhecida de suas colaborações com Batman, mas aqui ganhou um significado todo especial.
Vale lembrar que Loeb era amigo do aclamado roteirista Elliot S! Maggin, um dos nomes mais notáveis da tradição admirável do Superman ao longo das eras, que ele cita como influência na obra.
Assim, mesclando o respeito e a admiração por grandes mestres do passado, Superman for all seasons é uma experiência diferente de tudo o que veio antes, mas que não ignora suas raízes.
Loeb já transitava livremente entre os universos do cinema, da televisão e das histórias em quadrinhos, e marcou seu espaço como um dos mais entusiasmados especialistas em super-heróis de nosso tempo. Ao lado de Tim Sale, voltou a explorar o mundo do Homem-Morcego e até os primórdios dos ícones da Marvel em minisséries distintas.
Ainda em 1999, foi escalado para escrever as aventuras do Superman em sua revista própria, na qual se destacou pelo tom grandioso e cheio de introspecções das narrativas, por colocar Lex Luthor na presidência dos Estados Unidos e pela energia no relacionamento do herói com sua esposa Lois Lane.
Depois, a série mensal Superman/Batman marcou o encerramento da passagem de Loeb pelas dimensões criativas do Homem de Aço. Quem sabe ele retorne um dia? Afinal, sua abordagem apaixonada realmente faz falta.
Superman for all seasons serviu de inspiração direta para o seriado televisivo Smallville, o programa baseado em quadrinhos mais longevo que já existiu. Loeb chegou a colaborar com a série a partir da segunda temporada, escrevendo episódios que logo alcançaram a preferência dos fãs.
A repercussão do Superman no imaginário coletivo manifesta-se a partir de versões diferentes e pujantes sobre sua trajetória formatadas ao período histórico em que estão inseridas, e pode-se afirmar que há algo especial para cada geração.
E o trabalho de Loeb e Sale persiste como uma das representações mais significativas do mito desde a criação em 1938, uma verdadeira declaração de amor que jamais perderá o impacto emocional.
Classificação