Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Superman Forever

14 maio 2013

Superman ForeverEditora: DC Comics - Edição especial

Autores: Karl Kesel, Dan Jurgens, Stuart Immonen, Jon Bogdanove, Louise Simonson (texto), Dan Jurgens, Tom Grummett, Val Semeiks, John Byrne, Kieron Dwyer, Norm Breyfogle, Stuart Immonen, Anthony Williams, Dick Giordano, Scott Eaton, Jon Bogdanove, Steve Yeowell, Paul Ryan (desenhos), Brett Breeding, Denis Rodier, Klaus Janson, Hilary Barta, Joe Rubinstein, José Marzan, Jr., Dick Giordano, Dennis Janke (arte-final), Glenn Whitmore (cores) e Digital Chameleon (separações).

Preço: US$ 5,95

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Junho de 1998

Sinopse

Durante a saga Gigantes do Milênio, Superman Vermelho e Superman Azul uniram forças à Liga da Justiça e outros grandes heróis para salvar toda a vida na Terra.

Ao término do conflito, a energia dos heróis se dissipou, e seu destino era incerto. Até que seu corpo ressurge em Smallville, sem muitas explicações, marcando a volta triunfal do Homem de Aço com poderes e uniforme originais.

Quando a situação parecia tranquila, a filha pequena do perverso Lex Luthor é sequestrada, fomentando o caos em Metrópolis e suscitando a ação do Superman.

Positivo/Negativo

Lançado no final da década de 1990, em meio às megassagas que marcaram o período, o especial Superman Forever mostrou o retorno do Homem de Aço ao uniforme e poderes originais, após uma série mudanças que não deixaram saudades.

Numa jogada de marketing inspirada numa história da Era de Prata dos quadrinhos e atendendo ao desejo do colorista das revistas modernas do herói, o Superman ganhou poderes elétricos e passou a trajar um novo uniforme, para depois se dividir em dois seres distintos, nas cores azul e vermelho.

As ideias soavam absurdas, e a execução das histórias por nomes como Dan Jurgens e Karl Kesel conseguiu apenas confundir a cabeça dos leitores, já que nem mesmo os autores pareciam saber a extensão dos novos poderes do kryptoniano ou como trazê-lo de volta ao normal.

O melhor da edição foi a belíssima capa pintada por Alex Ross, com um efeito especial de movimento que evidencia a transformação de Clark Kent em Superman. Curiosamente, a conclusão da narrativa já lançava o herói em mais uma saga complicada e polêmica, com a divisão de sua existência em quatro momentos diferentes da história dos quadrinhos, da Segunda Guerra Mundial ao futuro distante.

Vale lembrar que o modelo de megassagas intermináveis tomou forma a partir do sucesso de A morte do Superman, e suas sequências Funeral para um amigo e O retorno do Superman. Essas linhas narrativas ocupavam as diversas séries mensais do Homem do Amanhã, que se interligavam e funcionavam como episódios semanais de um seriado televisivo.

A iniciativa do editor Mike Carlin funcionou bem nos anos iniciais do personagem após o épico Crise nas Infinitas Terras, mas logo o time de escritores foi vítima do próprio sucesso, enveredando por tramas complexas e pouco atraentes, que só afastavam o público depois do alvoroço na mídia.

Mesmo o aguardado casamento de Clark Kent com Lois Lane, esperado há décadas, resultou numa história decepcionante com todos os vícios das tramas do herói na época. E a divisão em Superman Azul e Superman Vermelho conseguiu ser a pior de todas as sagas, uma bobagem sem sentido que ainda durou mais do que merecia.

Assim, o especial Superman Forever ao menos revelaria o fim do tormento. Mas ele não veio sem seus próprios problemas.

As primeiras páginas da edição são as melhores, com uma recapitulação dos momentos finais do planeta Krypton e o obrigatório reencontro com os pais adotivos Jonathan e Martha Kent.

O traço de Dan Jurgens revela-se uma boa opção para o clima familiar das cenas situadas em Smallville, justamente o ponto alto do Superman após a reformulação do personagem por John Byrne, em 1986.

Infelizmente, porém, o próprio Byrne contribui com o lápis em algumas páginas do especial, que estão entre as mais feias que ele já produziu!

Quanto à história, o entusiasmo inicial logo é substituído por uma avalanche de personagens coadjuvantes e figuras sem carisma, pois as equipes criativas decidem visitar todos os núcleos narrativos do Superman nos anos 1990, e o herói acaba deslocado em sua própria aventura. Haverá hoje alguém que ainda se importe com Ashbury e Scorn?

Na época do especial, o Superman já era tratado de forma mais digna na revista JLA, de Grant Morrison, que motivou uma nova direção para todo o universo fantástico de super-heróis da DC Comics.

Dessa forma, não foi surpresa quando o editor Eddie Berganza assumiu os títulos do herói e escalou Morrison, ao lado de Mark Waid, Mark Millar e Tom Payer, para o desenvolvimento de uma reformulação sem precedentes no mundo do Último Filho de Krypton.

Contudo, a entrada dos autores foi vetada pela editora, e em seu lugar entrou uma nova direção menos ousada, pelas mãos de Jeph Loeb e Joe Kelly, a partir de 1999. Eles contaram boas histórias e levaram o herói de volta ao centro das atenções, mas logo retomaram o modelo das sagas bombásticas que prometiam "mudar tudo para sempre".

Afinal, a história caminha em ciclos e, por vezes, é difícil não repetir os erros do passado. Está aí mais um especial "revolucionário" que não nos deixa mentir.

Classificação

2,5

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