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SUPERMAN III - MOVIE ADAPTATION

1 dezembro 2006


Título: SUPERMAN III - MOVIE ADAPTATION (DC Comics) - Edição especial

Autores: Cary Bates (roteiro) e Curt Swan e Sal Amendola (desenhos).

Preço: US$ 1,00

Número de páginas: 48

Data de lançamento: 1983

Sinopse: Clark Kent reencontra seu grande amor de adolescência durante uma reunião de sua antiga turma de colégio e descobre que seus sentimentos por ela, hoje divorciada e com um filho pequeno, não estão assim tão superados.

Enquanto isso, Superman precisa lidar com a ameaça de um gênio da informática e seu chefe que, juntos, querem dominar o mundo e, para tanto, conseguem sintetizar uma kryptonita que fará o herói enfrentar seu mais poderoso inimigo: ele mesmo.

Positivo/Negativo: Superman III foi o triste resultado de um processo que começou quando os produtores Ilya e Alexander Salkind demitiram o diretor Richard Donner após o lançamento de Superman - O Filme, em 1978, e chamaram Richard Lester para finalizar as filmagens de Superman II iniciadas por Donner juntamente com o primeiro longa, mas suspensas para poder finalizá-lo.

Como o segundo foi um grande sucesso (graças ao trabalho iniciado por Donner, Mario Puzo e o consultor criativo Tom Mankiewics), os obtusos produtores entregaram o terceiro longa-metragem nas mãos de Lester, achando que ele conseguiria tocar o barco.

Os roteiristas David e Leslie Newman, que também haviam trabalhado nos longas anteriores, voltaram, mas a história foi um desastre só. Unindo menor orçamento e cortando Lois Lane da trama por causa de revanchismo dos produtores contra a atriz Margot Kidder, por conta dos comentários negativos feitas por ela na imprensa acerca da demissão de Donner.

A adaptação para os quadrinhos coube à uma dupla ímpar: Cary Bates e Curt Swan, ambos possuindo um longo currículo com o Superman. Eles tiveram a indigesta tarefa de tornar os sacrificantes 125 minutos de filme em 48 páginas ao menos digeríveis. Infelizmente, falharam.

Via de regra, quadrinizações naufragam ao tentar captar de volta aos quadrinhos o que já foi adaptado deles para o cinema. E se Superman III já foi fruto de um trabalho equivocado com o personagem, existia pouco a ser feito pela experiente dupla para salvar ou até redimir o projeto.

Bates tentou, claro, minimizar alguns absurdos como eliminar a "noite de amor" entre o "Superman Mau" e a personagem de Pamela Stephenson, mas ainda assim o roteiro original de David e Leslie Newman é fraco demais, com vilões absurdos e apelando para tornar os computadores - que na época estavam migrando para uso doméstico e em larga escala dentro de empresas - uma ameaça.

Superman III foi também desenvolvido claramente como uma comédia (um dos piores "crimes" da produção), como comprova a presença do humorista Richard Pryor. Mas até as tentativas de "humor" do roteiro são completamente perdidas na revista, ressaltando apenas o quão pobre e absurda era a trama.

Até a Lana Lang interpretada com charme pela então estreante Annete O'Toole (hoje a Martha do seriado Smallville) perde toda a simpatia.

Curt Swan faz um belo trabalho na arte ao lado de Sal Amendola. A dupla até tenta retratar algumas das feições dos atores com sucesso (destaque para o Superman mais "jovem" do que era usualmente retratado nas HQs), mas falha ao ilustrar talvez o único momento emocionante do longa: a luta entre Clark e Superman.

Cary Bates até altera um pouco a seqüência: no filme, Clark vence sua metade "maligna" enforcando-a e praticamente eliminando-a. Aqui, os três autores mostram como "seu" Superman lidaria com a situação ao apenas imobilizar seu inimigo e fundindo-se de novo à sua metade poderosa. Mas a cena dura apenas duas páginas e apenas os cinco momentos principais do confronto são retratados com grande apatia pelos artistas.

Diferente da quadrinização de Superman
IV - The Quest for Peace
, que apresentava uma versão da história
diferente da exibida nos cinemas, preenchendo buracos de roteiros e servindo
como grande curiosidade para a premissa arruinada do projeto, esta infelizmente
só torna mais evidente e gritante a fragilidade da trama, personagens
e situações.
Ainda assim, como adaptação, é bem-sucedida, pois todos os acontecimentos do filme são retratados em suas páginas, com mínimas (e até bem-vindas) alterações. A edição da DC não tem nenhum acabamento especial, mas conta com belas fotos de página inteira de Christopher Reeve nas capas.

O ator, que morreu em 2005, foi o Superman de pelo menos duas gerações e merecia, assim como os leitores, um veículo melhor para o do Homem de Aço do que o desastroso longa-metragem aqui adaptado.

Bryan Singer "apagou" Superman III e IV da continuidade dos filmes ao estipular que seu Superman - O Retorno, começa logo após o segundo. Assim, o novo longa é uma espécie de terceiro capítulo na série cinematográfica do herói. Quiçá seja o que todos gostariam ter visto em 1983.

 

Classificação:

4,0

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