Superman Returns
Editora: Warner Books - Romance
Autor: Marv Wolfman (texto).
Preço: US$ 6,99
Número de páginas: 344
Data de lançamento: Junho de 2006
Sinopse
Romance inspirado no filme Superman – O Retorno, dirigido por Bryan Singer.
O Homem de Aço está de volta à Terra, após uma ausência de cinco anos que passou no espaço, em busca de seu planeta natal.
Agora, ele deve encarar a vingança de seu inimigo mortal Lex Luthor, além da certeza de que todos seguiram em frente sem a sua proteção. Será que o mundo ainda precisa de um salvador?
Positivo/Negativo
Depois de anos de espera angustiante, projetos fracassados de grandes nomes da indústria e numerosos rumores, o maior herói de todos os tempos regressou às telonas de cinema em 2006, no filme Superman – O Retorno, dirigido por Bryan Singer e estrelado por Brandon Routh, Kate Bosworth e Kevin Spacey.
Com o mantra de Jor-El ressuscitando Marlon Brando, homenagens evidentes ao clássico de 1978 e interpretações que retomavam o espírito do saudoso Christopher Reeve, tudo indicava que a profecia kryptoniana seria cumprida.
O resultado, porém, não foi exatamente o esperado.
O excesso de reverência ao trabalho do diretor Richard Donner, em Superman – O Filme, a falta de cenas de ação e questões polêmicas diversas acabaram dividindo as opiniões do público e refletindo na bilheteria, que deixou a desejar.
Ainda assim, o trabalho de Singer revelou enorme paixão pelo mito, que se espalhou por produtos relacionados, como a versão em quadrinhos e esta adaptação literária, assinada pelo roteirista veterano Marv Wolfman.
Romances inspirados em filmes de sucesso devem entregar o que prometem, que é a trama do longa em prosa literária. Quando ainda expandem o material e apresentam incursões inspiradas pela mente dos protagonistas, o leitor tem um bônus inesperado.
E este é basicamente o caso de Superman Returns, romance com óbvias qualidades, mas também alguns problemas. O versátil Marv Wolfman passa cerca de 40 páginas construindo detalhes sobre a sociedade kryptoniana que surpreendem os fãs mais dedicados, efetivamente fazendo uma mitologia nova para o mundo de Kal-El.
Não convém discutir se esta versão seria oficial e canônica, pois esses termos perdem o sentido numa “adaptação da adaptação” fora de qualquer cronologia. Pode-se, sim, apreciar a criação de um bom escritor lidando com uma nova face da lenda.
Superman – O Retorno não é um filme convencional de super-heróis, como grande parte do público esperava. O que se viu no cinema foi uma jornada pelo espírito do Homem de Aço e questões sobre a premência de um messias alienígena.
Talvez por isso a narrativa flui tão bem na forma de romance, já que o autor investe no monólogo interno de Clark Kent, com sua bagagem de veterano roteirista do Superman dos quadrinhos e animações. Wolfman entende o personagem, independentemente da versão que esteja trabalhando.
Assim, coadjuvantes como Lois Lane, Lex Luthor e Jimmy Olsen também ganham vida, e o contraste entre momentos bem-humorados e o drama de um ícone relutante se destaca ainda mais. Infelizmente, porém, a afirmação da paternidade do filho de Lois Lane, o pequeno Jason White, bem como uma das mais emblemáticas cenas no desfecho do longa, ficaram de fora do romance. Para não estragar a surpresa das salas de exibição, o livro acabou comprometido.
Muitos seguidores do herói entendem Superman – O Retorno como a oportunidade perdida de um diretor que preferiu reverenciar o passado em vez de fazer algo novo.
Por outro lado, Bryan Singer e os roteiristas Michael Dougherty e Dan Harris acentuaram o papel do Homem de Aço como salvador da humanidade e a solidão desta divindade no mundo contemporâneo.
O romance com Lois Lane foi redimensionado e forneceu momentos de angústia para o kryptoniano. Ficou claro que o alvo das preces da humanidade pode sofrer tanto quanto qualquer terráqueo, por conta de um coração partido. O texto de Marv Wolfman resiste como um esforço notável nessa direção.
Classificação