Criado em 1969, pelos quadrinhistas italianos Guido Martina e Giovan Battista Carpi, o Superpato nasceu do desejo de transformar o Pato Donald em uma figura mais heroica e menos medíocre do que normalmente se mostra nas aventuras em que sempre leva a pior.

Mais de 40 anos depois, o personagem continua forte no combate ao crime e em popularidade com os fãs dos quadrinhos Disney.

Nesta coletânea comemorativa, a HQ O diabólico vingador, que marca a estreia do Superpato, é publicada no Brasil pela primeira vez na íntegra, oferecendo ao leitor a oportunidade de conferir todas as 60 páginas originais.

A aventura dá o tom de como são praticamente todas as HQs do personagem produzidas na Itália, que nunca deixou o humor "desvirtuar" o conceito heroico das histórias, lançando mão de muita ação, mistérios, tensão, tecnologias de combate urbano e com um Donald que não lembra nada o atrapalhado e sem noção sobrinho do Tio Patinhas.

Mas isso não acontecia nas histórias produzidas no Brasil, como se vê em A ameaça dos meteoros, na qual o Superpato atua ao lado dos outros integrantes do Clube dos Heróis e o humor norteia a trama.

Dentre as republicações, também vale destacar A revolta dos maridos, em que o humor fica por conta dos coadjuvantes, e O misterioso Cartola Mascarado - com a primorosa arte de Massimo De Vita -, que traz o Tio Patinhas se tornando um vigilante mascarado e trabalhando em equipe com o Superpato e a Superpata (alter ego da Margarida).

O som do crime e Crise no Coliseu, ambas produzidas na Dinamarca e nunca antes publicadas no Brasil, poderiam continuar inéditas, pois não fariam a menor falta. Outras boas HQs antigas que ficaram de fora caberiam perfeitamente no lugar das duas.

E, editorialmente, a Abril ainda falhou em não apresentar nenhum texto - nem mesmo uma pequena nota explicativa - sobre o Superpato ou seus criadores.