SUPREMO - A HISTÓRIA DO ANO - VOLUME I
Título: SUPREMO - A HISTÓRIA DO ANO - VOLUME I (Brainstore) - Edição Especial
Autores: Alan Moore (roteiro), Joe Bennett, Keith Giffen, Rick Veitch, Dan Jurgens e Richard Horie (desenhos).
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2003
Sinopse: Supremo é o super-herói mais poderoso da Terra, e esta é a história de quem é ele, e de como veio a ser.
Positivo/Negativo: Para começar a analisar desta edição e seu protagonista, primeiro é preciso falar de um outro super-herói, de uma editora diferente.
Voltando no tempo, mais precisamente para maio de 1991, quando foi lançada pela Editora Abril, a revista Super Powers # 21.
Nela havia duas histórias do Super-Homem roteirizadas por Alan Moore. No entanto, a que importa neste momento é a segunda, chamada O que aconteceu com o Homem de Aço? (que foi republicada em fevereiro de 2003 pela editora Opera Graphica com o nome de O Adeus).
Originalmente publicada nos Estados Unidos em 1986, nas revistas Superman # 423 e Action Comics # 583, ou seja, antes da reformulação do herói feita por John Byrne, ela contava com os desenhos de George Pérez, Curt Swan e Kurt Schaffenberger.
A importância de se frisar que a aventura é anterior à Crise nas Infinitas Terras (a maxi-série que alteraria vários personagens da DC Comics), é que o autor utilizou vários elementos que, posteriormente, seriam obliterados do passado do Homem de Aço. Alguns acabariam por voltar às histórias do personagem, mas de forma gradual, e nunca em sua totalidade.
Falando da trama em si, ela mostra um verdadeiro final (alternativo, é bom deixar claro) à carreira do Super-Homem, com o herói encarando praticamente todos seus inimigos clássicos, como Lex Luthor, Brainiac, Bizarro, Galhofeiro, Mestre dos Brinquedos, Homem-Kryptonita e a Legião dos Super-Vilões.
Numa seqüência antológica, vários de seus amigos morrem, seu maior segredo é revelado ao mundo, e ele tem sua derradeira batalha com um dos vilões mais subestimados dos quadrinhos, resultando no que muitos julgam ser a melhor aventura já feita para o kryptoniano.
Dito isso a respeito do Super-Homem de Alan Moore, falemos sobre Supremo, o super-herói criado por Rob Liefeld, que é "teoricamente" o mais poderoso da Image Comics.
Supremo - A História do Ano, nada mais é do que a visão de Alan Moore para o mito do Super-Homem e tudo, mas absolutamente tudo, que o engloba.
Por achar a mitologia do personagem da DC Comics riquíssima, e pela impossibilidade de trabalhar com ele a fundo (talvez devido à sua resolução de não mais prestar serviços para a editora, após atritos envolvendo os direitos autorais da série Watchmen), Alan Moore optou por fazer com Supremo o que queria ter realizado com o próprio Super-Homem.
Ao desavisados isto pode soar como uma simples cópia de idéias já concebidas, mas nada estaria mais distante da realidade.
Alan Moore realiza a mais brilhante e perfeita obra sobre a própria história dos quadrinhos, fazendo um percurso que se inicia no fim dos anos 30 e vai até final da década de 1990.
Ele começa brincando com todas as reformulações que o personagem já sofreu. Por exemplo, numa seqüência impagável, o Supremo dos anos 90 encontra uma versão sua da década de 1930, que não consegue voar, mas apenas dar grandes saltos. Uma clara referência às primeiras histórias do Super-Homem, quando o herói não voava, e apenas dava seus "pulinhos".
A "brincadeira" de Moore continua quando ele resolve contar a origem dos poderes de Supremo, as aventuras iniciais em sua cidade natal e a criação do primeiro grupo de super-heróis do mundo, os Super-Homens Aliados da América (referência à Sociedade da Justiça da América).
Se é possível citar só um destaque em especial desta edição, ele vai para uma festa de Ano Novo dos Super-Homens Aliados da América. O grupo é surpreendido por velhos inimigos que os levam para vislumbrar o futuro do mundo. Divididos em grupos, eles testemunham três momentos específicos da sociedade americana: a degradação dos valores morais pelo racismo, violência e pelas drogas; o medo de uma guerra nuclear quase iminente; e os anos negros das HQs, surgidos devido à publicação de Sedução dos Inocentes, de Fredric Wertham, e que resultaria na criação do infame Código de Ética nos Quadrinhos.
No que tange à arte, o mais interessante é notar que quando Supremo relembra algumas de suas antigas aventuras, as páginas têm uma cor amarelada e desenhos mais estilizados, que visam transmitir um real "passado" do personagem.
A maioria desses flashbacks é feita por Rick Veitch, velho companheiro de Moore dos tempos do Monstro do Pântano.
Claro que é impossível (ou indesejável) não imaginar o Super-Homem em cada uma das situações pelas quais Supremo passa, e grande parte da magia da história baseia-se nisto.
E este é apenas o primeiro volume de A História do Ano.
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