SURFISTA PRATEADO – RÉQUIEM # 1
Autores: J. Michael Straczynski (roteiro) e Esad Ribic (arte).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Dezembro de 2008
Sinopse: Depois de sentir-se mal, o Surfista Prateado busca a ajuda de Reed Richards e o Quarteto Fantástico, mas descobre que vai morrer.
Em seguida, o ex-arauto de Galactus se encontra com o Homem-Aranha e, antes de deixar a Terra, dá um presente para toda a humanidade.
Positivo/Negativo: Eis uma grande história do Surfista Prateado.
Ele é um personagem estranho: parece a estatueta do Oscar e singra o espaço sobre uma prancha de surfe, divagando sobre a vida, a morte, a estrelas, os seres vivos. Mas todos esses elementos, juntos, o transformaram no personagem filosófico da Marvel.
E como já disse Albert Camus, escritor e filósofo francês, existe uma única grande questão filosófica: se a vida vale a pena. O Surfista Prateado às portas da morte é a combinação precisa para essa discussão nos quadrinho Marvel.
Não espere (ou tema) uma discussão muito aprofundada sobre a vida e a morte, mas ela permeia toda a revista. Na história de abertura, o Surfista Prateado vai até Reed Richards em busca de ajuda, mas obtém a confirmação de que está morrendo. A razão disso é uma bela sacada de Straczynski, que aproveita para recontar a origem do herói e sua primeira aparição.
O texto de Straczynski é totalmente condizente com o personagem: elucubrações, perguntas certeiras, questionamentos de quem não entende coisas que já assimilamos como naturais. Destaque também para a condução narrativa da história. Um roteirista menos experiente ou talentoso teria um largo campo para se perder - e levar junto o leitor.
No entanto, soa estranha a opção por criar um "suspense" sobre o que de fato acontece com o herói, dando a informação de que ele está morrendo apenas no final da primeira parte. Afinal, a revista tem o subtítulo Réquiem e foi alardeada como "a história da morte do Surfista".
A arte "cósmica" de Ribic é outro ponto forte, com ótimas cores, boas expressões e enquadramentos. Os painéis pintados remetem à tradição iconográfica do personagem, que, durante sua carreira, foi muito bem tratado por artistas do quilate de Jack Kirby e John Buscema.
A segunda aventura, com o Homem-Aranha, é muito bonita e traz um momento tocante: um presente de aniversário para Mary Jane único, seguido da última bênção do Surfista para a humanidade antes de partir de volta para seu planeta, Zenn-la.
Nessa passagem, Straczynski mostra-se totalmente à vontade, pois lida com um personagem que escreveu por muitos anos, o Homem-Aranha. E ainda há a resposta de por que o Surfista usa uma prancha.
É aqui que o leitor entende quem é o Surfista Prateado, ou melhor, Norrin Radd: um alienígena pacifista e pleno, cujo maior desejo é estender isso para todo o Universo.
Em ambas as histórias, o sobrenome do roteirista é creditado como Straczynksi, em vez de Straczynski, um erro que passou pelos editores. E uma informação extra, que não consta da edição: a primeira parte da revista chama-se Kyrie; e segunda, Sanctus, que são os nomes das divisões da missa de réquiem, a missa fúnebre.
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