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TARJA PRETA # 001

Por Delfin
1 dezembro 2004


Autores: Vários, entre eles Schiavon, MZK, Allan Sieber, Matias Maxx e Arnaldo Branco.

Preço: R$ 2,00

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Abril de 2004

Sinopse: Projetada para ser uma alternativa às revistas nacionais de humor gráfico, Tarja Preta reúne alguns dos nomes mais representativos do chamado "quadrinho chinelão", que nada mais é do que a HQ tosca, sem qualquer preocupação com os meios de produção e aceitando todo estilo de roteiro e traço, desde que comunique uma história - e não necessariamente uma mensagem ou uma moral.

A edição, organizada por Matias Maxx, tenta se impor como um estilo e uma opção ao que se vê em bancas atualmente. Para o barateamento de custos, a revista é inteiramente impressa em papel jornal, com capa no mesmo material e um formato um pouco mais fino que o americano, para viabilizar a edição.

Sexo e drogas estão presentes, principalmente nas histórias do Capitão Presença, herói adepto do cigarro de cânhamo e afins, criado por Arnaldo Branco e aqui reinterpretado por vários quadrinhistas, como Allan Sieber (que recentemente publicou sua coletânea de tiras Preto no Branco pela Conrad), MZK (Mini Tonto) e outros. Além disso, alguns textos sobre música e, como dizer, 'agricultura' completam a revista.

Positivo/Negativo: A revista vale pela idéia, para início de conversa. O editorial deixa claríssimo a que veio a publicação, para quem é dirigida e o que esperar em números vindouros. Mirando no terreno do polemismo, Tarja Preta comunica-se bem. E isto é realmente promissor, apesar de não agradar a todos (o que não é, obviamente, a intenção dos artistas envolvidos).

Por outro lado, a gama de estilos utilizada, se vista com formalismo, parece desencontrada, desequilibrada e malfeita. Seria um ponto negativo, não fosse proposital. Então, fazendo uma análise por uma ótica menos ortodoxa (e lembrando que ela é mais um fanzine do que uma revista), esta edição de estréia segue os passos da clássica Dundum, publicação gaúcha dos anos 90 que já apontava o rumo deste tipo de HQ, revelando, por exemplo, Adão Iturrusgarai.

Há alguns pequenos problemas de hifenização nos textos extras, bem como diversos erros de ortografia e pontuação nas histórias. Aspectos que podem ser aprimorados sem, com isso, comprometer a idéia do projeto, que é libertário e, por isso mesmo, muito bem-vindo.

Classificação:

4,0

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