TARZAN EM FORMATINHO # 1
Editora: Ebal - Revista mensal
Autores: Joe Kubert (textos e desenhos) - Originalmente em Tarzan # 230 e # 247
Preço: Cr$ 3,00 (preço da época)
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Junho de 1976
Sinopse
Duas HQs estreladas por Tarzan, o Homem-Macaco, produzidas pela DC Comics.
Positivo/Negativo
Não fosse a Ebal, a história dos quadrinhos de Tarzan no Brasil seria menos rica?
Talvez ninguém saiba a resposta, mas a verdade é que, de 1951 até 1987, a saudosa editora foi a casa do personagem de Edgar Rice Burroughs no País e publicou, todos os meses, as HQs do Rei dos Macacos produzidas pelas norte-americanas Dell, Gold Key, Charlton e DC Comics.
Artistas do calibre de Burne Hogarth, Russ Manning, Douglas Wildley e Joe Kubert foram responsáveis por muitas dessas aventuras clássicas.
Em 1976, quando Tarzan em formatinho foi lançado, outros títulos do herói das selvas, como Tarzan e Tarzan-Bi - ambos em preto e branco e formato grande - continuavam nas bancas. E alguns (Tarzan em cores e Tarzan-Bi em cores) também se renderam ao formatinho.
Na época, o tamanho reduzido das revistas em quadrinhos, que todos os títulos da Abril, Vecchi e de outras editoras adotavam havia anos, começava a conquistar cada vez mais espaço na Ebal. O que não mudava era o papel em maior gramatura usado nas publicações (regulares ou especiais) coloridas da editora.
Esta edição, escrita e desenhada por Joe Kubert, trouxe HQs extraídas da série da DC, que em 1972 assumira o título de Tarzan publicado pela Gold Key e continuara a numeração da outra editora.
A primeira história, a excitante Escravos dos diamantes, tem bandidos beduínos, ação no deserto, escravagistas e luta do mocinho contra leões numa arena, elementos comuns nos gibis do personagem, mas que, pelas mãos de Kubert, ganharam uma tensão quase palpável.
Há cenas chocantes, como a de escravos sendo devorados por leões famintos - o quadro em que um dos infelizes está com o corpo retesado de pavor e a expressão de horror extremo estampada no rosto já seria prova da qualidade da narrativa visual de Kubert - e a que Tarzan, no final, dá as costas para o linchamento e morte do vilão Abdul Ram.
Na última HQ da edição, uma aventura curta, sem título e composta por muitos recordatórios e alguns balões de pensamento, um Tarzan ainda jovem enfrenta perigosos animais da selva para defender um filhote de corça.
Ao final da ameaça, Tarzan se imagina sendo um pai defendendo sua cria - seu filho Korak não só nasceria mais tarde, como também viveria muitas aventuras solo nos quadrinhos, ganhando até mesmo um título próprio (que a Ebal publicou por aqui).
Destaque para o belo painel de página dupla em que o herói, armado com uma faca, luta contra um leão e é observado pela companheira do felino, prestes a dar o bote.
A edição traz ainda uma matéria sobre o ator indiano Sabu (1924 - 1963), que jamais participou de um filme de Tarzan, mas estrelou muitas produções que tinham a selva como cenário.
O último número de Tarzan em formatinho foi lançado em fevereiro de 1983.
Por mais algum tempo, o Homem-Macaco continuou visitando as bancas com um título em preto e branco e formato americano. Foi o derradeiro suspiro dos quadrinhos do personagem no Brasil.
Classificação: